Diabolique (1996)

3.8
(4)

Diabolique
Original:Diabolique
Ano:1996•País:EUA
Direção:Jeremiah S. Chechik
Roteiro:Pierre Boileau, Thomas Narcejac, Don Roos
Produção:James G. Robinson, Marvin Worth
Elenco:Sharon Stone, Isabelle Adjani, Chazz Palminteri, Kathy Bates, Spalding Gray, Shirley Knight, Allen Garfield, Adam Hann-Byrd, Donal Logue, Diana Bellamy, Clea Lewis, J.J. Abrams

Para iniciar esta resenha sobre Diabolique, vou logo informando que este é dos filmes “guilty pleasure” que tenho desde que o assisti em sua estreia. Analisando friamente, o filme é ruim demais, mas a junção de tantos descalabros acaba tornando-o divertidíssimo, lógico, no sentido de diversão/tensão que um suspense pode proporcionar.

Sharon Stone, no auge da beleza e da canastrice, interpreta uma professora de um internato para meninos, cuja relação com o casal de proprietários do estabelecimento é ambígua. Ao mesmo tempo que é amiga da mulher, Mia Baran (Isabelle Adjani, que alterna cara de coitada com cara de apavorada) é amante do marido Guy Baran (Chazz Palminteri, também exagerando no papel de cafajeste).

A história gira em torno do plano das duas mulheres para matar Guy, mas nem tudo é o que parece, nesse filme cheio de clichês, mas com boas sequencias de suspense, tendo em vista que o diretor tenta emular o grande Alfred Hitchcock a todo custo. A diferença é que o diretor inglês sabia o que estava fazendo, ao contrário de Jeremiah Chechik, que estudou mas não conseguiu ter a mesma destreza do mestre do suspense.

Chechik é um mediano imitador, cujo currículo não o cacifaria a dirigir esse projeto, já que antes ele esteve atrás das câmeras de comédias como Férias Frustradas de Natal (1989) e Benny e Joon – Corações em Conflito (1993).

As soluções de roteiro são tão implausíveis que realmente poderia render uma comédia, pois toda a situação não se sustenta numa análise um pouco mais profunda. Quem percebeu isso e tem uma atuação de primeira é Kathy Bates, que entra na história lá pela metade do filme e dá um suspiro de talento e inteligência. Sua investigadora particular parece ser a única que entendeu o projeto do longa, numa interpretação matreira.

Refilmagem americana do filme francês As Diabólicas (1955), clássico de Henri-Georges Clouzot, com Simone Signoret e Véra Clouzot, que assisti há muitos anos atrás e, nem preciso dizer, é bem melhor que este.

Disponível na Max, Diabolique tem duas magnéticas divas do cinema competindo pela pior interpretação, uma atriz oscarizada em estado de graça e um charme difícil de explicar e que não dá para resistir. Se o leitor começar, certamente irá querer terminar o longa, mesmo com vários e graves percalços no caminho.

Por fim, uma curiosidade nerd: um dos cinegrafistas que está gravando um vídeo marketing da escola é o hoje ilustríssimo J. J. Abrams, criador de Lost (2004-2010) e diretor tarimbado nas franquias Star Wars e Star Trek.

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

2 thoughts on “Diabolique (1996)

  • 12/05/2024 em 21:46
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    Tenho memórias afetivas desse filme e, até então, não tinha pensado nele como guilty pleasure, provavelmente por ter assistido na adolescência. Mas, relembrando o que vagamente resta na memória acerca do roteiro, tinha coisas bem improváveis mesmo, hahaha. Acho que vou guardar apenas a lembrança positiva e evitar assistir novamente.

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    • 14/05/2024 em 14:11
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      Tenho o mesmo pensamento que o seu. Lembro que passava bastante na Record, naquelas sessões de sábado à noite. Talvez, naquela época, sem streaming, sem opções, acabávamos recorrendo a esses prazeres culposos. Ou nem tanto assim, já que como entretenimento rasteiro, o filme entregava e muito! Hahaha. Viva a nostalgia!

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