Sugar Dead (2021)

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Sugar Dead
Original:Sugar Dead
Ano:2021•País:Brasil
Direção:Flávio Carnielli
Roteiro:Flávio Carnielli
Produção:Elnio Junior, Helen Quintans
Elenco:Lolla Blanck, Natália Mariotto, Amanda Moreira, Marcos Zuin, Sílvio Fullin, Wagner Kampynas, Victória Oliveira, Beto De Vuono

Em tempos onde o meme que assola o país envolve uma mulher que levou um cadáver a uma instituição financeira em busca de empréstimo, o curta-metragem Sugar Dead, de Flávio Carnielli, tem aspectos visionários. Realizado em 2021, trata-se de uma produção independente que faz parte do cardápio de produções do 4º Festival de Cinema Fantástico de Jacareí, a Mostra Monstro 2024.

O filme brinca com o termo “sugar daddy“, expressão que se refere a moças jovens bancadas por homens mais velhos. No caso, trata-se da agência Sugar Rush, com a CEO Donatella Ramos (Amanda Moreira) treinando uma jovem na função de “sugar baby“, com aulas expositivas, práticas e até uma prova para as garotas que quiserem seguir nessa “carreira“. “Aceite o seu daddy como ele é“, já diz a instrutora com dicas sobre como rir, não se importar com mal cheiro ou uma barriga saliente, evitar qualquer tipo de reclamação e saber lidar com uma massagem nos pés e dança sensual.

Samanta (Lolla Blanck) é aprovada em todos os testes e está pronta para conhecer seu cliente. O que ela imaginava é que seu “daddy“, Charles (Marcos Zuin), é um morto-vivo em aspecto repugnante. A partir de seu primeiro encontro, quando o cadáver ambulante ainda está com algodões no nariz, a jovem percebe que terá que mostrar muita força de vontade para suportar seu trabalho. Corpo frio, cabelos caindo, uma ferida aberta na cabeça e rosto acinzentado são apenas os primeiros sinais de dificuldade aparente, logo passando a massagem em um pés cheio de feridas pustulentas, a língua e o dedo que se soltam e as bebidas que descem por aberturas em sua garganta.

Carnielli apresenta um curta divertidíssimo, contando com as hilárias atuações de todo o elenco, destacando a expressividade de Samanta e a frieza da atendente Lavínia (Natália Mariotto) em momentos de emergência. Nojeiras compõem ótimas gags, contando com o apoio de uma boa trilha sonora e cenários adequados. Vale a pena assistir ao curta, além de acompanhar a filmografia do diretor, em produções como Desalmados: aleluia, salvação e glória! (2014) e Fórmula Selvagem (2021) – este, exibido no 8º Festival Boca do Inferno –  entre outros trabalhos da Viva o Cinema Independente – Filmes e Arte. E, de acordo com o instagram do diretor (@flaviocarnielli), Sugar Dead deve se transformar em uma trilogia: Sugar Dead 2: A Baby teve um Baby, e, Sugar Dead 3: A Baby tem um BFF. Contudo, para isso, precisa contar com a ajuda de fãs do cinema trash para financiar as continuações. Clique aqui para saber detalhes sobre os próximos filmes e ajudar na concretização dessa franquia divertida, com mortos apodrecendo e situações constrangedoramente cômicas!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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