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Hora do Massacre
Original:Wake Up
Ano:2023•País:França, Canadá
Direção:François Simard, Anouk Whissell, Yoann-Karl Whissell
Roteiro:Alberto Marini
Produção:Laurent Baudens, Gaël Nouaille, Yann Degay, Maud Petit.
Elenco:Turlough Convery, Benny O. Arthur, Jacqueline Moré, Tom Gould, Alessia Yoko Fontana.

Um grupo de seis jovens ativistas vão fazer um protesto em uma megaloja de utensílios domésticos e móveis, entrando na mesma e ficando escondidos até depois dela fechar as portas para o público. Tudo vai conforme o planejado, até o momento que dois seguranças descobrem os jovens e tentam resolver a invasão sem chamar as autoridades, mas as coisas dão muito errado e um dos seguranças começa a caçar cruelmente os invasores.

Hora do Massacre é um filme de suspense com uma premissa bastante simples, que faz algumas pequenas (e distantes) referências a filmes onde um grupo fica “preso” em um shopping depois das horas comerciais, e é perseguido ou caçado por algo ou alguém. Desta vez, ao invés de robôs descontrolados ou cachorros assassinos, o matador da vez é um segurança instável e violento. O título nacional é mais direto ao ponto que o original (Wake Up), que seria o nome e grito de guerra do grupo de ativistas, podendo ser traduzido como “Acorde”, realmente não tem muita relação com o que se passa na tela.

Os seis jovens estão fazendo um bem planejado protesto contra a megaloja por usar madeira da Amazônia e destruir o local de extração. Eles ficam na loja depois de fechar e começam a sujar as dependências com sangue e pichações. Um protesto pacífico e chamativo.

O problema é que vemos que um dos seguranças, Kevin (Turlough Convery), logo no começo, mostra traços de instabilidade e violência, recebendo uma bronca e uma ameaça de demissão de seu superior. Ainda vemos que o mesmo segurança tem hábitos e hobbies que podem ser classificados como potencialmente perigosos.

A trama se complica e vai escalando quando o que poderia ser resolvido facilmente com uma ligação para a polícia ganha problemas cada vez maiores graças a decisões e atitudes completamente erradas de ambos os lados (especialmente pelo segurança psicopata). Então, a trama se vira para um suspense de perseguição e caça, com direito a armadilhas improvisadas e mais decisões totalmente equivocadas. Se segue então um baita slasher dentro uma loja, onde o psicopata da vez é o segurança que enlouqueceu e se vê numa caçada no meio da selva.

A produção se propõe a mostrar uma história simples, onde muita coisa dá errado muito rapidamente caindo mais para o suspense e a tensão dos jovens caçados, em contraponto a loucura e crueldade crescente de seu caçador. Os tais ativistas têm reações bastante diversas e razoavelmente realistas dentro do possível no absurdo que se envolveram. Mesmo com uma apresentação individual meio rápida, as vítimas em potencial são interessantes ao nível de nos importamos com elas, ainda que caberia um pouco mais de desenvolvimento desses personagens. Desenvolvimento que é dado para o monstro psicopata da história, no caso, o segurança muito bem interpretado por Convery.

A parte técnica é bem boa, com fotografia, som e direção acima da média ou do que se espera num filme do gênero. As atuações são flutuantes, com alguns casos bem bons e outros… nem tanto. Mas nada que estrague o filme. O roteiro é bastante ágil e conciso, e até dá sentido a algumas eventuais incoerências, com explicações igualmente ágeis que são mostradas de forma esperta, sem dar um monte de informações vindas do nada jogadas pro espectador.

E como num bom filme de terror desse tipo, o monstro é essencial, e a direção parece saber muito bem disso. Uma figura simples e que normalmente passaria despercebida em outras situações, é bem explorado em Hora do Massacre. O segurança Kevin é um poço de problemas e fúria contida, uma pessoa que acredita ser um “caçador primal” (o seu hobby), mas não é muito bom nisso e quando é confrontado, sempre responde com raiva e violência, construindo um verdadeiro monstro implacável cujo único objetivo é matar todos os malditos jovens. As mortes são bacanas e medonhas (e não exageradas), mas acabam ficando mais ou menos repetitivas, mas o maior problema da produção é a instabilidade da intensidade do clima, com momentos bem tensos no meio, mas uma falta dessa mesma tensão perto do final, onde se esperaria um clímax.

Por fim, nos dá duas opções: ver como o segurança insano, mesmo não sendo a faca mais afiada da gaveta, vai dar cabo dos malditos jovens. Ou acompanharmos como os desesperados ativistas reagem a uma violência e morte que não estavam preparados e conseguem escapar com vida da loja.

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