Deep Web: O Show da Morte
Original:The Deep Web: Murdershow
Ano:2023•País:Canadá Direção:Dan Zachary Roteiro:Dan Zachary Produção:Miles Forster, Darci McDonald Elenco:Aiden Howard, Lauren Jackson, Darci McDonald, Brendan Fletcher, Kimi Alexander, Claudia Absi, Abdalla Amour, Sean Amsing, Josh Blacker |
Uma garota, Amanda (Lauren Jackson), é sequestrada, levada para um mata remota, onde é caçada e, em seguida, torturada e morta diante de câmeras. Quando seu corpo é encontrado, seu irmão Ethan (Aiden Howard), um podcaster sobre crimes reais de algum sucesso, é informado e volta para sua cidade e, ainda sofrendo pela morte da irmã e não acreditando na polícia, resolve investigar os estranhos eventos que a envolve. Não demora muito para que ele perceba que está sendo seguido e até mesmo vigiado pelo seu celular e acaba se envolvendo num esquema terrível de mortes on-line.
Apesar da premissa até razoavelmente interessante e sombria, Deep Web: O Show da Morte é uma produção que não consegue entregar o que se propõe e termina sendo uma reunião de ideias recicladas e clichês ruins, que aposta na promessa do choque e do horror para enganar o espectador.
Parece que estamos diante de uma história que mistura Jogos Mortais com O Albergue e Os Estranhos e mais alguns outros filmes. A ideia parecia ser pegar elementos como caçadas de pessoas, psicopatas vestidos de palhaços, tortura e desmembramentos, mortes transmitidas pela web, pessoas pagando pelas mortes, protagonista sendo perseguido por um grupo poderosos que controla as redes, mais psicopatas mascarados atacando de forma quase sobrenatural e misturar tudo numa trama mais ou menos coerente. E bom, não conseguiram.
O filme não mantém uma linha condutora, e se perde ao tentar manter um clima de suspense e tensão, entre sustos ruins e fracos (alguns que nem chegam a assustar de verdade) e tentativas de subtramas e personagens que são totalmente esquecidos. A atuação é quase um capítulo a parte, quando existe. Chega a ser vergonhoso ver o protagonista Ethan nas cenas em que deveria mostrar que está sofrendo pela morte da irmã, mas o ator está tão ruim que só consegue fazer expressões que mais parecem causadas por dor de barriga. Kimi Alexander, que interpreta o par amoroso Kate, consegue ser ainda pior, mas podemos também dar um desconto a ela pelo roteiro pavoroso que teve que seguir. Quando aparece o “hacker” que vai ajudar os mocinhos, então, a vergonha alheia chega a níveis altíssimos. Parece que o tal “hacker” foi criado por uma pessoa que não sabe o que um hacker faz. Ou um computador.
A trama não é nem um pouco auxiliada pelo roteiro ruim, que nem mesmo se prestar a ser um mínimo para cenas de susto. Ele desenrola sequências absurdas, que nem precisam de muito para se ver que não fazem sentido algum, como a que Kate insiste em ir trabalhar sozinha, à noite, no ateliê de moda, depois de ter presenciado seu amigo Ethan e ela sendo vigiados e seguidos por pessoas misteriosas e assustadoras. E pra piorar, quando chega no ateliê, percebe que o lugar está sem luz (“droga de disjuntores…”) e continua lá, trabalhando no escuro!
Ainda temos o roteiro com trocentas incoerências, como os vilões que observam tudo por câmeras em todos os lugares, mas que adequadamente não estão assistindo o mocinho quando ele está fazendo coisas como escapar, salvar a mocinha, pegar armas… E devemos dar um destaque para o canivete suíço do mocinho que consegue fazer o que o roteiro quer que ele sirva pra fazer, não o que um canivete realmente pode fazer.
Além de ter um roteiro que nada mais é do que uma desculpa bem fraca para cenas de medo, o filme também não entrega as tais cenas de medo. Ele poderia ficar um pouco mais interessante se apostasse na violência ou no explícito, no horror causado por cenas chocantes e terríveis, mas nem isso faz. As tais cenas são fracas, decepcionantes e mal feitas, e nem sequer são do tipo “mal feitas engraçadas”. Tentam ser realistas e sujas e… não vemos nada realmente assustador. E o final tem uma reviravolta que também não surpreende o espectador.
Deep Wep: O Show da Morte é uma reunião de elementos genéricos tirados descaradamente de outros filmes, muito mal amarrados e com atuações ruins e cenas de susto e medo que não entregam o que a trama promete. Fica muito a sensação de que se tentou juntar tudo isso só pra conseguir uns trocados do público, entrando na onda de uns dois ou três subgêneros de terror.
Muito bom