Alien Code
Original:Alien Code
Ano:2018•País:EUA Direção:Michael G. Cooney Roteiro:Michael G. Cooney Produção:John P. Aguirre, Khiow Hui Lim Elenco:Kyle Gallner, Azura Skye, Mary McCormack, Richard Schiff, Graham Hamilton, Aaron Behr, Neil Arnote, Noah Scott, Tate Birchmore |
Uma mensagem do futuro ou do outro lugar? Alien Code (2018), longa de estreia na direção de Michael G. Cooney, mescla mistério, paranoia e bem, como diz o título, alienígenas.
Alex (Kyle Gallner) encontra no chão da sua casa, um cadáver e um pen-drive. Nele há um vídeo com ele mesmo narrando o que aconteceu ou está acontecendo, dizendo que é tudo real e que está prestes a morrer. O filme segue então todos os eventos narrados por essa sua outra versão, do começo.
Com aposentadoria “forçada”, Alex era um criptógrafo genial. Tão bom que causou o caos com o seu trabalho e hoje vive de bicos para startups. Até que recebe uma visita inesperada de Rebecca (Mary McCormack), uma agente governamental com uma proposta de trabalho sigilosa.
Os EUA encontraram um satélite em órbita deles mesmos, que nunca existiu, e nele uma mensagem que ninguém consegue decifrar. Alex é a única esperança para que essa mensagem seja revelada e explicada. Dopado e enclausurado numa base secreta, ele se afunda no trabalho. Mas tudo começa ficar estranho. Além de ver outras pessoas e imagens, o tempo fica confuso, e ele recebe uma outra visita bizarra e inesperada.
Alien Code é uma bagunça de um roteiro que não se mantém. Tentando misturar viagem no tempo, com aliens, mistério e outros temas, se perde numa narrativa que não prende o espectador. São rasos, pouco desenvolvidos e difíceis de se conectar. Falta argumentação, falta aprofundamento, falta uma boa história apesar do potencial para quem é fã do gênero.
Kyle Gallner é o único que segura as pontas com uma entrega na atuação de qualidade. O resto do elenco parece presente apenas para dar sentido à trama, mas ficam tão em segundo plano que se tornam extremamente esquecíveis e, em certos momentos, até irrelevantes. Infelizmente, sozinho Kyle não consegue o milagre de salvar um roteiro e edição tão fracos.
O filme bebe de referências muito conhecidas quando falamos de alienígenas. A própria composição da música tema é quase idêntica à famosa sonoridade da abertura de Arquivo X por exemplo. Já o tom investigativo, o visual dos extraterrestres é basicamente um copia & cola da série scifi Fringe.
Conforme Alex se aprofunda no código, descobre que a mensagem são instruções para construir uma máquina que pode iniciar uma guerra com seres desconhecidos, sendo uma armadilha dos mesmos. As motivações são confusas e nada é deixado claro. Isso poderia funcionar muito bem se estivesse de acordo com um objetivo narrativo de criar a paranoia e dúvida no espectador, que junto com o protagonista duvida de tudo e sua realidade. Mas não é o caso aqui.
Com um ritmo inconsistente, traz alguns momentos de tédio com cenas que são longas demais que demoram a chegar no seu objetivo de relevância para a trama, prendendo mais a atenção de quem assiste apenas em seus três momentos mais relevantes: sua introdução, o primeiro encontro com os homens alienígenas e a reta final, o que, para um filme de apenas 97 minutos, pode parecer longo demais.
Por ser um filme de estreia e baixo orçamento, ainda há qualidade nas locações, fotografia e efeitos especiais; sem depender deste último, que é utilizado pontualmente em momentos cabíveis, funcionando bem quando necessário.
Quem possuir conhecimentos mais aprofundados de ciências e detalhes técnicos, pode encontrar diversos absurdos. Claro que sempre devemos aplicar a suspensão de crença quando assistimos ficção, mas temos uma cena, por exemplo em que o protagonista usa linguagem de programação (java) para desvendar uma “linguagem alienígena”. Um outro detalhe que poderia passar despercebido é uma cena onde joga-se terra no cadáver… e o cadáver pisca. É mais uma mescla: momentos em que o filme é extremamente bobo, em outros soa muito inteligente em certos diálogos e sacadas.
Alien Code não veio para inovar. Utilizando todos os tropos e clichês conhecidos no subgênero de ufos, ainda assim pode ser um filme de entretenimento. Entreter, comparar, passar o tempo, mas sem ir muito além disso.
O código decifrado é que o filme é bem mediano em sua proposta. Ainda é válido se você aproveitar todos os clichês, e principalmente apreciar a atuação de Kyle Gallner que está cada vez mais impecável.