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Blackout
Original:Blackout
Ano:2023•País:EUA
Direção:Larry Fessenden
Roteiro:Larry Fessenden
Produção:Larry Fessenden, James Felix McKenney, J. Christian Ingvordsen, Gaby Leyner
Elenco:Alex Hurt, Addison Timlin, Barbara Crampton, Kevin Corrigan, James Le Gros, Joe Swanberg, Marshall Bell, Ella Rae Peck, Joseph Castillo-Midy, Motell Gyn Foster, Rigo Garay

Em Blackout, mais recente obra do diretor Larry Fessenden, somos apresentados à história de Charley (Alex Hurt), um homem visivelmente perturbado. O surgimento de frequentes apagões, geralmente acordando sem memória e sem roupa, aliado ao consumo excessivo de álcool após a morte do pai, tem transformado a vida de Charley em um verdadeiro caos, inclusive destruindo seu casamento. Como se as coisas não pudessem piorar, os habitantes do pequeno povoado de Talbot Falls (clara referência ao original The Wolf Man, de 1941) vêm sendo massacrados por um lobo gigante, e Charley está convencido de que seus apagões têm algo a ver com isso. Ele então precisa resolver suas últimas pendências antes de encontrar o fim em uma bala de prata.

Os hombres-lobos não são a primeira incursão de Fessenden ao subgênero dos monstros. Pelo contrário, o diretor parece ter certa predileção por criaturas assassinas, já tendo lidado com vampiros em Habit, piranhas gigantes em Beneath e até mesmo com seu próprio Frankenstein em Depraved. E assim como em outras produções, Fessenden gosta de brincar com a relação entre monstros fictícios e demônios da vida real, sendo bem clara a analogia entre licantropia e alcoolismo.

Apesar de não possuir grandes aspirações, Blackout apresenta alguns problemas que o impedem de ser memorável, a começar pelo ritmo arrastado. Toda a discussão sobre a construção predatória de um resort na cidade e como o ex-sogro de Charley é um magnata corrupto é simplesmente interminável, e só vamos ver o lobisomem finalmente entrando em ação com quase meia hora de filme. Quando finalmente parece que a coisa vai engrenar, o filme quebra o ritmo novamente com discussões monótonas sobre as pinturas de Charley e suas caminhadas infinitas pelas estradas locais. A trilha sonora parece totalmente desconexa com o propósito da narrativa, que passa a constante impressão de se levar a sério demais. As atuações também são medianas, e alguns atores são bastante subaproveitados, como Addison Timlin e Barbara Crampton.

É decepcionante que os defeitos de Blackout acabem tornando o longa tão esquecível, porque quando o filme decide mostrar a que veio, temos alguns momentos realmente muito bons. Gosto muito da cena de transformação no carro, em particular o momento em que Charley se enxerga no retrovisor, evidenciando bastante destreza e inventividade por parte de Fessenden. A equipe de maquiagem contorna de forma satisfatória as óbvias restrições orçamentárias, nos entregando um lobisomem humanoide propositalmente simplório, mais uma vez homenageando o clássico de Lon Chaney Jr.

O ritmo lento, discussões prolixas e excesso de autocontemplação acabam prejudicando bastante a experiência. Apesar de seus predicados, a sensação que fica é que Blackout não é um filme de lobisomem ruim, só se esquece de ser um filme de lobisomem. Com os licantropos em alta, certamente existem opções melhores para gastar 103 minutos.

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