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A Casa dos Sete Mortos
Original:The House of Seven Corpses
Ano:1973•País:EUA
Direção:Paul Harrison
Roteiro:Paul Harrison, Thomas J. Kelly
Produção:Paul Harrison, Paul Lewis
Elenco:John Ireland, Faith Domergue, John Carradine, Carole Wells, Charles Macaulay, Jerry Strickler, Ron Foreman, Dennis Record, Charles Bail, Ronald Víctor García

“Acredite em mim… morrer é fácil! Viver é difícil.”

– diretor Eric Hartman para a atriz Anne, sobre a encenação de sua cena de morte

Com um título sonoro e chamativo, A Casa dos Sete Mortos (The House of Seven Corpses, EUA, 1973) é aquele tipo de filme de Horror que sempre desperta interesse, sobre uma mansão amaldiçoada com história trágica de assassinatos e mortes brutais de uma família envolvida com mistérios e ocultismo.

Exibido por aqui na televisão e disponível no Youtube tanto dublado quanto na versão original com opção de legendas em português, a direção é de Paul Harrison em seu único filme e no elenco temos pelos menos três nomes pesados que agregam grande valor por suas carreiras significativas: John Ireland (dono de um currículo imenso e repleto de filmes de western), Faith Domergue (de preciosidades como Guerra Entre Planetas e O Monstro do Mar Revolto, ambos de 1955) e principalmente o lendário John Carradine (1906-1988), eternamente associado ao gênero e com seu nome na galeria dos grandes atores do Horror e Ficção Científica, principalmente nas produções de pequenos orçamentos.

Um filme de horror está sendo realizado numa mansão (a tal casa do título) que foi palco de rituais satânicos e mortes violentas da família Beal (enforcamento, afogamento, espancamento, queda livre, etc). O rígido diretor Eric Hartman (John Ireland) está utilizando a casa macabra para conseguir o máximo possível de realismo e atmosfera sombria de um ambiente com história de assassinatos, tendo como consultor o estranho zelador do local Edgar Price (John Carradine).

O pequeno elenco de seu filme é formado pela atriz veterana Gayle Dorian (Faith Domergue), o alcoólatra Christopher Millan (Charles Macaulay) e o casal formado por Anne (Carol Wells) e David (Jerry Strickler). Já a equipe de produção, também pequena, é formada pelos técnicos Ron (Ron Foreman), Tommy (Larry Record) e Danny (Marty Hornstein).

Enquanto o filme é rodado e acompanhamos as cenas de mortes dos personagens em rituais demoníacos e com uso de punhal e sangue falsos, vemos também as várias turbulências nos bastidores com as relações tensas entre o diretor e as equipes de atores e técnicos, além dos avisos sinistros do zelador sobre a atmosfera sangrenta do lugar. Após um livro maligno com feitiços e conjurações ser encontrado e com a recitação de frases proibidas, um zumbi putrefato (Wells Bond) é despertado do túmulo de um cemitério no jardim, e retorna dos mortos para uma nova carnificina na mansão.

O filme tem alguns momentos confusos envolvendo as ações do zelador e uma revelação sobre David, o responsável por encontrar o livro dos mortos. Porém, independente desses furos de roteiro que encontramos facilmente na maioria dos filmes similares, temos em compensação as cenas com os elementos clássicos do horror, as sepulturas envoltas em névoa espessa, o zumbi podre caminhando lentamente atrás de suas vítimas e as várias mortes (que são mais sugeridas e ocorrem fora de cena).

Vale mencionar que A Casa dos Sete Mortos tem uma história curiosa utilizando metalinguagem com um filme dentro de outro filme. Essa ideia já foi utilizada outras vezes como em O Castelo de Frankenstein (Frankenstein 1970), uma produção de baixo orçamento de 1958 com Boris Karloff, sobre uma equipe de TV fazendo um filme no castelo do cientista que cria um monstro a partir de restos de cadáveres.

Outra curiosidade é a homenagem para Vincent Price, mestre lendário do Horror, no sobrenome do personagem de John Carradine, e num comentário sarcástico de Gayle Dorian associando o comportamento misterioso de Edgar Price com o do famoso ator de O Abominável Dr. Phibes e dezenas de outras preciosidades do cinema fantástico. Aliás, o nome Edgar é também uma homenagem ao icônico escritor Edgar Allan Poe, um dos grandes mestres da literatura de Horror de todos os tempos.

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