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A Mulher no Jardim
Original:The Woman in the Yard
Ano:2025•País:EUA
Direção:Jaume Collet-Serra
Roteiro:Sam Stefanak
Produção:Stephanie Allain, Jason Blum
Elenco:Danielle Deadwyler, Okwui Okpokwasili, Peyton Jackson, Estella Kahiha, Russell Hornsby, Chad Pitter

Entre as estreias desta semana nos cinemas brasileiros está o interessante A Mulher do Jardim. A mais nova colaboração entre Universal Studios e Blumhouse é horror típico, mas muito bem construído, que conta a história de uma família que se vê às voltas com um tipo de entidade sobrenatural enquanto tenta lidar com a morte de um ente querido.

Ramona (Danielle Deadwyler) está enfrentando um pesado processo de luto após a morte do marido em um acidente de carro envolvendo o casal. Enquanto Ramona processa os acontecimentos rememorando o passado através de vídeos do marido e negligencia os dois filhos, Taylor (Peyton Jackson) e Annie (Estella Kahiha), e a casa em que vivem, a família recebe uma “visita” inesperada: uma mulher (Okwui Okpokwasili), completamente vestida de preto, sentada no jardim da casa a observá-los.

O primeiro ato do filme se concentra na apresentação dos fatos e personagens, todos bem desenvolvidos e interessantes, especialmente Ramona. Na segunda parte, temos uma tentativa de apresentação da tal mulher, que, logo se percebe, trata-se de uma entidade misteriosa da qual é preciso fugir. O terceiro ato se concentra no confronto com a entidade, momento em que a trama foge do que propôs até então e mostra a que veio.

Psicológico até o talo, A Mulher no Jardim é um suspense construído com maestria, e isso já é denunciado pelo currículo de seu realizador. Jaume Collet-Serra é responsável por outros suspenses bem sucedidos, como A Órfã e a versão anos 2000 do cult A Casa de Cera (aquele com a Paris Hilton), e consegue condensar neste A Mulher do Jardim todos os bons elementos de um “horror de metáfora”, à maneira do que vemos em O Babadook e muitos outros filmes.

Os climas criados, especialmente na transição entre o segundo e terceiro atos, são muito eficazes. A escolha das locações associadas à abordagem estática da mulher no jardim são puro suco do horror sobrenatural, e o fato de a maior parte da ação acontecer durante o dia acrescenta um charme àquilo que já está bem interessante visualmente.

Luz e sombra, aliás, são conceitos fundamentais trabalhados no filme, e articulados tanto tecnicamente, compondo não só quadros, mas definindo a própria condução narrativa, quanto “psicologicamente”, através dos personagens. A atmosfera “david lynchiana” que toma conta do ato final também surpreende, com reviravoltas “psicanalíticas” que mudam a percepção que se tem de tudo até então.

Com um clima daqueles “nada é o que parece”, A Mulher no Jardim é outra boa estreia para fãs de horror, especialmente daquela vertente sobrenatural e atmosférica que marca muitos dos bons filmes da atualidade.

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