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Terror no Rio / Medo nas Profundezas
Original:Fear Below
Ano:2025•País:Austrália
Direção:Matthew Holmes
Roteiro:Matthew Holmes, Gregory Moss
Produção:Michael Favelle, Blake Northfield
Elenco:Hermione Corfield, Jake Ryan, Josh McConville, Jacob Junior Nayinggul, Arthur Angel, Maximillian Johnson. Clayton Watson, Kevin Dee, Will Fletcher, Sam Parsonson, Tom Beaurepaire

A mistura de “nós” em qualquer produção trabalha com perspectivas. Seja um avião que tombou em um mar de tubarões ou traficantes em busca de pacotes de cocaína em um navio submerso, é divertido pela tensão criada nas várias ameaças propostas. Seria uma materialização na tela do ditado “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come“, mostrando que, independente das suas escolhas, os riscos de morte são imensos. Gosto sempre de exemplificar com o filme Um Drink no Inferno (From Dusk Till Dawn, 1996), que mostra uma família sequestrada por dois bandidos tendo que enfrentar vampiros numa boate no México. No caso de Terror no Rio ou Medo nas Profundezas (Fear Below, 2025), os nós estão em mais uma busca submersa, proporcionada por gangsteres da década de 40: o que seria pior, enfrentá-los ou encarar um tubarão-touro em um rio?

Ambientado em 1946 na Austrália, a equipe de mergulhadores da Sea Dog Diving Company está mal das pernas, com o chefe alcóolatra Ernie (Arthur Angel) já nem sabendo se terá condições de pagar o salário para seus únicos dois funcionários, o habilidoso Jimmy (Jacob Junior Nayinggul) e a sensível Clara (Hermione Corfield). Ainda assim, o ambiente é quase familiar, tendo preocupações e cuidados um com o outro. Uma oportunidade financeira interessante surge quando o mafioso estereotipado Dylan ‘Bull’ Maddock (Jake Ryan) e seus comparsas Janusz Wojcik (Josh McConville) e Shaun Cullen (Maximillian Johnson) contratam a empresa para um serviço especial: resgatar umas caixas no interior de um veículo no fundo de um rio, com visibilidade quase zero, sem fazer perguntas.

Precisando de dinheiro, eles aceitam a proposta e iniciam o processo de mergulho, utilizando pesadas roupas metálicas condizentes com a época, alavancas e um guincho. Além da sensação de que não sairão vivos mesmo que cumpram o trabalho, eles ainda precisam encarar um tubarão-touro fêmea e grávida, disposta a dificultar o resgate. A tensão se constrói exatamente pela ideia de que parece não ter saída até mesmo porque não há razão para os bandidos entrarem na água para o animal fazer a justiça que o espectador espera; e eles estão armados e querem que o serviço seja feito o quanto antes para não atrair suspeitas. E elas acontecem…

Em dado momento, um policial (Will Fletcher) se aproxima para saber o que está acontecendo, e os bonzinhos não têm como avisá-lo, na construção de mais um nó tensional. Seria, então, o tubarão a verdadeira ameaça? Apesar de pertencer ao subgênero “animais assassinos“, a ameaça submersa pouco importa. A direção de Matthew Holmes sabe bem esconder suas limitações, sem mostrá-lo a todo momento, sem exagerar nos efeitos de CGI. Há até suspeitas de que o tubarão visto possa ser um exemplar real à exceção das cenas de ataque, o que dá mais veracidade ao enredo, escrito por Holmes e Gregory Moss. E a boa química da equipe de mergulho ajuda a ampliar a sensação de angústia do espectador quanto aos rumos do enredo, sem que seja possível antecipar as ações.

É claro que há algumas facilitações no terceiro ato, situações que forçam para que outras ocorram. Mesmo assim, valem por proporcionar o alívio que se espera, quando você guarda uma empatia pelo elenco. Disponível no MAX, Terror no Rio é um bom passatempo, diante das correntezas de um subgênero muito maltratado.

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