![]() Nosferatu: A Symphony of Horror
Original:Nosferatu: A Symphony of Horror
Ano:2023•País:EUA Direção:David Lee Fisher Roteiro:David Lee Fisher, F.W. Murnau, Henrik Galeen, Bram Stoker Produção:Donald A. Barton, Jenna Cedicci, Emrhys Cooper, Christopher Duddy, Paula Elins, Marvin Nuecklaus, Leonard Pirkle, Johnny Steverson, Derek Zemrak Elenco:Doug Jones, Sarah Carter, Emrhys Cooper, Joely Fisher, Jack Turner, Eddie Allen |
Com o boom do anúncio do tão aclamado “remake” de Nosferatu pelas mãos de Robert Eggers (A Bruxa, O Farol e O Homem do Norte) e com o queridinho da telona, Bill Skarsgård, dando vida ao terrível Conde Orlok, muitas produções sobre estas famigeradas criaturas da noite ficaram eclipsadas pela mídia, e uma em questão que tomarei nota é Nosferatu: A Symphony of Horror (2023).
Dirigido por David Lee Fisher (que já havia lançado um remake de O Gabinete do Dr. Caligari, em 2005), Nosferatu: A Symphony of Horror nos apresenta uma versão interessante do grande clássico de 1922. Como reza a trama, teremos o corretor de imóveis Thomas Hutter (Emrhys Cooper) batalhando duro para dar uma vida melhor à sua melancólica esposa Ellen (Sarah Carter). Ambos vivem sobre o auxílio dos amigos ricos Wolfram (Jack Turner) e Ruth (Joely Fisher).
Certa manhã, o jovem corretor recebe uma proposta de seu empregador, o Sr. Knock (Eddie Allen). Thomas deverá viajar para Bremen, na Alemanha, onde firmará um contrato de venda de uma ruína que assombra toda a cidade para um excêntrico lorde chamado Conde Orlok (magistralmente interpretado por Doug Jones). O resto da história todos nós já conhecemos… o Conde é um vampiro centenário que se apaixona pela esposa do corretor e atravessa o oceano para demonstrar o seu “amor”.
Apesar de produzido para a televisão e com efeitos pouco confiáveis para mimetizar os filmes antigos, Nosferatu: A Symphony of Horror é muito honesto em sua proposta e, diferente do filme de Eggers, livre de toda aquela pomposidade maçante que deixou o filme tão chato. O trabalho de direção de Fisher nos transporta com requinte ao tempo relatado na trama, assim com a fotografia e o som presentes. Pode não ser uma obra-prima do gênero, mas consegue com primor entreter o espectador e, porque não, apresentar às novas gerações uma versão polida do filme de Murnau.
Sobre as caracterizações destaco a ousadia de trocarem a esposa de Hutter por uma versão loira (confesso que nunca havia visto isso em outros filmes, me avisem se estiver errado!) e apresentarem Ruth como a irmã queer de Wolfram. Outro destaque vai para a atuação insana de Eddie Allen como o Sr. Knock, que entregou um “Renfield” assustadoramente divertido. Ah, e claro que não poderia esquecer do grande Doug Jones dando o seu “sangue” como o medonho Conde Orlok. Doug conseguiu emular com maestria todos os trejeitos do vampiro interpretado por Max Schreck em 1922.
O nascimento deste filme de Fisher não foi fácil, mas com muita luta e apoio dos fãs. Nosferatu: A Symphony of Horror foi financiado com sucesso no Kickstarter em 3 de dezembro de 2014 e mesmo após vários anos sem atualizações quanto ao status do filme, estreou no Emagine Theatre em Novi em novembro de 2023 e posteriormente, lançado em vídeo sob demanda da Amazon Prime Video em setembro de 2024 e na Apple TV em 18 de outubro de 2024.
Se você acompanha as versões deste nosso querido “carecão das trevas” não deixe de conferir esta versão humilde, porém divertida, do vovô de todos os vampiros, mas não se esqueça de fechar as janelas e deixar umas réstias de alho ao redor da cama porque nunca se sabe quem pode entrar pela noite.