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Quarentena 2
Original:Quarantine 2: Terminal
Ano:2011•País:EUA
Direção:John Pogue
Roteiro:John Pogue
Produção:Sergio Aguero, Marc Bienstock, Doug Davison, Roy Lee
Elenco:Mercedes Mason, Josh Cooke, Mattie Liptak, Ignacio Serricchio, Noree Victoria, Bre Blair, Lamar Stewart, George Back, Phillip DeVona, Erin Áine, Tom Thon, Sandra Ellis Lafferty

Os raivosos infectados de [REC], depois revelados como demônios, partiram de um pequeno prédio residencial de Barcelona para um outro, em Los Angeles, na refilmagem Quarentena, de John Erick Dowdle, que, apesar de desnecessária, possui alguma personalidade. Enquanto Rec 2: Possuídos ainda era planejado, os americanos partiram para uma continuação própria, abandonando a câmera em primeira pessoa e transferindo as criaturas para outras ambientações claustrofóbicas. A primeira delas acontece em um voo caseiro, que partia da Califórnia para Kansas City, com confusões internas que obrigaram o avião a pousar em um terminal, local onde a infecção se espalhará descontroladamente.

A viagem curta foi bastante criticada na época. Os fãs de zumbis e mortos-vivos queriam que a loucura se estabelecesse em pleno voo, em uma reprodução do longa O Voo da Morte (Plane Dead, 2007), e depois vista rapidamente numa cena de Guerra Mundial Z (World War Z, 2013) e em um webipisode de Fear the Walking Dead, Fear the Walking Dead: Flight 462 (2015). A ideia de transferência para o terminal foi literalmente “pé no chão” até porque qualquer incidente durante uma viagem de avião obrigaria o pouso no aeroporto mais próximo. Além do mais, o roteiro de John Pogue (de Sociedade Secreta, 2000) promove algumas situações interessantes nos galpões de movimentação de malas, ainda que elas não tornem o longa um clássico do gênero. Diverte pelos caminhos próprios, e nos faz lembrar a todo momento que se trata de uma continuação de uma refilmagem americana, com um orçamento limitado.

Quando os poucos passageiros embarcam no avião, a comissária Jenny (Mercedes Mason, a Ofélia de Fear the Walking Dead) relata à colega Paula (Bre Blair) um breve interesse em Henry (Josh Cooke), que diz ser um professor conduzindo hamsteres de alunos. Um dos bichinhos morde o grandalhão Ralph Bundt (George Back), que, tomado pela doença, tenta invadir a cabine de controle. A loucura movimentará outros a bordo como o casal de idosos, Bev (Lynn Cole) e Doc Stevens (Tom Thon), os apaixonados Hvorst (Tyler Kunkle) e Nicca (Erin Áine), além de Nial (Phillip DeVona) e a esposa grávida Susan (Julie Gribble), a senhora Louise (Sandra Ellis Lafferty) e seu gato, e o garoto desacompanhado George (Mattie Liptak).

Eles pousam em um terminal isolado, sendo recebidos pelo carregador de bagagem Ed Ramirez (Ignacio Serricchio), o único funcionário no local. Logo percebem que estão presos e são cercados por agentes da CDC, que colocam todo o galpão em quarentena. A única médica no voo, Shilah Washington (Noree Victoria), entende que alguma espécie de vírus está rondando o ambiente e ainda precisa cuidar de Paula, mordida violentamente por Ralph. George desconfia de Henry pelos animais trazidos no avião, e pelo fato dele parecer saber mais do que se supõe. Embora o tenha visto assistindo a uma transmissão da quarentena de um edifício em Los Angeles, Jenny não quer aceitar essa possibilidade enquanto busca liderar o grupo, isolando Doc e a comissária ferida.

Quando os agentes invadem o galpão, um deles informa que, na verdade, são da CBDT (Terrorismo Doméstico Químico Biológico), e que tentam conter a ameaça que fora desenvolvida no edifício por um grupo que visa o apocalipse espalhando o chamado Vírus Armageddon. Entre acusações e tentativas de encontrar uma saída com a ajuda de Ed, estão os infectados, como o Capitão Forrest (John Curran), e outros que irão se transformar em criaturas vorazes, obrigando-os a lutar pela vida.

Mesmo com as evidentes limitações como a de um avião nunca ser visto em cena e a parte interna ser bem chinfrim, e algumas situações mal explicadas – nunca fica claro o que trouxe os agentes ao terminal e como chegaram tão rápido -, Quarentena 2 não incomoda como H2: Halloween, também continuação de uma refilmagem, mas não possui os méritos de O Retorno dos Malditos ou O Massacre da Serra Elétrica: O Início. Não é tão sangrento quanto o primeiro, nem tão divertido ou capaz de transmitir a sensação claustrofóbica do prédio. E as obviedades do enredo também interferem numa avaliação melhor, facilitando a identificação de um vilão que não dá tempo de se tornar uma verdadeira ameaça.

Como os personagens são constantemente envoltos em sangue pelos combates contra os infectados, fica uma dúvida sobre a real necessidade de uma mordida, como visto em Extermínio (28 Days Later, 2002). Poderia-se ampliar para algo ainda mais contagioso, o que traria uma sensação ainda maior de insegurança. E também faltou uma Menina Medeiros ou uma criança infectada como a que aparece no final do primeiro filme, aproveitando os óculos de visão noturna dos agentes para algo bem assustador. E é exatamente a falta de sustos ou arrepios, além do parco desenvolvimento dos personagens, que torna Quarentena 2 apenas assistível, uma continuação boa mas fácil de esquecer.

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