
![]() Presente Maldito
Original:Vicious
Ano:2025•País:EUA Direção:Bryan Bertino Roteiro:Bryan Bertino Produção:Bryan Bertino, Richard Suckle Elenco:Dakota Fanning, Kathryn Hunter, Mary McCormack, Rachel Blanchard, Devyn Nekoda, Klea Scott, Emily Mitchell, Bauston Camilleri, Drew Moore, Michael Abbott Jr. |

A premissa é manjada, mas ainda mantem o interesse: numa noite, Polly (Dakota Fanning) recebe em sua casa uma senhora visivelmente abalada que, após dar uma desculpa esfarrapada para entrar na residência, a presenteia com uma caixa e informa que caso Polly não atenda todos os desejos do objeto ela irá morrer.
Lógico que essa senhora (interpretada pela ótima Kathryn Hunter) dá no pé e deixa o problema para a nova possuidora do macabro objeto, cujo interior tem uma ampulheta e nada mais. E assim começa a noite de horror da jovem pois a caixa lhe fará três pedidos, mas não sem antes assombrá-la com seus maiores medos e seu tumultuado passado.

Misto de thriller psicológico com gore, utilizando alguns eficientes jump scare, o longa segura bem o interesse do espectador até a metade, se perdendo do meio para o fim. A indefinição em determinado momento dos pedidos da caixa causa estranheza, já que, em tese, há um pacto inicial firmado. Outro ponto é a resolução da jornada da protagonista e sua família, que não tem o impacto esperado (a solução de ignorar os pedidos foge da premissa inicial). E, além disso tudo, o retorno da velha senhora é um recurso desnecessário, que expõe o didatismo do roteiro.
Embora tenha esses problemas de roteiro, o longa se sustenta em parte pela atuação visceral de Dakota Fanning, que é uma excelente atriz e aqui carrega o filme nas costas. A direção de Bryan Bertino, do muito superior Os Estranhos (2008), é boa e a cenografia da casa (onde se passa grande parte da ação) ajuda a compor o clima sombrio.

Esse filme me fez lembrar de outros melhores que tem uma caixa como “protagonista”. O esquisito A Caixa (2009) onde Cameron Diaz e James Marsden interpretam um casal que recebem uma caixa com um botão que, se acionado, fará eles receberem um milhão de dólares mas alguém aleatoriamente irá morrer. Outro é o surreal Encaixotando Helena (1993), cuja direção é da filha de David Lynch, onde a Helena do título é literalmente encaixotada pelo amante ciumento. Há ainda o clássico absoluto Hellraiser (1987)… mas estou tergiversando, enfim, no caso de Presente Maldito, tanto a caixa como o filme impressionam menos que os exemplos citados.
De qualquer forma, este Presente Maldito é aquele mimo que vem bem embrulhado e que parece ser um produto de qualidade, mas que decepciona na hora do uso.





















