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O Elixir
Original:Abadi Nan Jaya / The Elixir
Ano:2025•País:Indonésia
Direção:Kimo Stamboel
Roteiro:Kimo Stamboel, Agasyah Karim, Khalid Kashogi
Produção:Kimo Stamboel, Edwin Nazir, Marinelza
Elenco:Mikha Tambayong, Eva Celia, Marthino Lio, Dimas Anggara, Varen Arianda Calief, Ardit Erwandha, Claresta Taufan, Donny Damara

por Matheus Santos Rangel

A busca pela vida eterna é um dos objetivos mais antigos da humanidade, sendo assunto caro aos filósofos gregos, alquimistas medievais e grandes corporações farmacêuticas contemporâneas, que insistem que o mais novo e superfaturado óleo de pepino vai ser capaz de rejuvenescer sua pele e sumir com suas rugas. Em O Elixir, é exatamente assim que as coisas começam: o patriarca de uma família decide testar uma substância (Outra, não a da Demi Moore) capaz de alavancar sua empresa de cosméticos e, de quebra, o transformar em um jovem-dinâmico. O problema? Esse medicamento possuí o pequeno efeito colateral de transformar seus usuários em criaturas sedentas por carne humana!

Não demora muito para o apocalipse zumbi começar, com direito a muita gritaria e dentadas pra todo lado. O roteiro não é o ponto forte do projeto, mas a direção é de tirar o fôlego e os efeitos – tanto práticos como digitais – estão muito acima da média. A principal diferença aqui está, acima de tudo, no ambiente em que o longa se passa: vilas rurais indonésias substituem os grandes centros urbanos de produções ocidentais, criando uma imersão enorme ao telespectador, que se encontra tão desesperado quanto os mocinhos do filme, quando precisam se meter a correr por plantações cerradas e campos de terra para escapar de seus insaciáveis perseguidores.

Os infectados são um show à parte. Não sei exatamente o que acontece com esses orientais, mas seus zumbis são simplesmente espetaculares. Em outras produções do continente, como Train to Busan e Ziam, me impressionei em como as criaturas eram representadas; mas aqui, em O Elixir, o nível foi elevado à última potência. Os monstros são mais do que medonhos: parecem ter saído do mais profundo dos infernos! A maquiagem é espetacular e os efeitos sonoros de ganidos e rosnados com certeza vão lhe manter acordado por mais tempo na hora de dormir. Como já de praxe do nicho oriental – mas não menos impressionante –, as atuações corporais dos zumbis são cheias de presença e energia: as criaturas não caminham lentamente em direção as suas vítimas, mas sim lançam-se em disparada; correndo e saltando em busca de suas presas.

Ainda que a história em si não seja especialmente inovadora, devo confessar que fui mais do que surpreendido pelo carisma de alguns dos personagens. Nem todos me deixaram tão satisfeitos quanto os interpretados por Marthino Lio e Mikha Tambayong, mas todos são competentes e entregam seus momentos. Felizmente, a direção de Kimo Stamboel não se limitou somente aos atores, sendo que o filme possui excelentes cenas de ação e terror. Tudo aqui é feito não somente com muita técnica, mas também intensidade: os personagens choram, trovões explodem no horizonte tempestuoso e sangue voa pra todo lado. É um caos, um pandemônio violento, e é exatamente por isso que eu assisto filmes!

Acredito que a única parte questionável do longa, pelo menos para mim, é em relação a algumas decisões tomadas pelos personagens, que por vezes não parecem possuir qualquer amor-próprio ou básico instinto de sobrevivência. Esses momentos demonstram a fragilidade do roteiro, que por vezes precisa forçar os protagonistas a cometerem burradas somente para a criação de certos momentos-chave, quebrando a naturalidade das situações e o ritmo geral do projeto. Contudo, no geral, fiquei extremamente contente com o produto apresentado e sem dúvidas planejo consumir mais da filmografia dos envolvidos nesse projeto.

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