 F.M.
Original:F.M.
Ano:2024•País:Brasil Direção:Cassiano G. Zanella Roteiro:Cassiano G. Zanella Produção:Cassiano G. Zanella Elenco:Ashlley Hagata, Gabriel Portes, Ana Bárbara |
Fran (Ashlley Hagatta) é uma jovem apresentadora de rádio que está de luto por sua ex-namorada, Manu (Ana Barbara), uma estudiosa do campo da física, que desapareceu enquanto trabalhava em um projeto secreto, sendo dada como morta por todos da cidade. Fran tem quase certeza de que Manu está viva e tentando se comunicar com ela por meio das ondas do rádio, e conta apenas seu amigo Davi (Gabriel Portes) para ajudá-la a encontrá-la.
O curta foi dirigido por Cassiano G. Zanella, diretor e roteirista sul-rio-grandense conhecido por criar histórias de fantasia, suspense e terror voltadas ao público jovem-adulto e LGBTQIAP+, como Afasto (2020) e Notas Abissais (2021). A trama é ambientada nos anos 2000. Não me canso de ver filmes atuais que resgatam o sentimento dessa época – não tão longínqua assim, mas cujos elementos já despertam certa nostalgia, como as músicas dedicadas em programas de rádio, os CDs e as câmeras digitais.
Zanella conseguiu inserir, de maneira delicada e visualmente empolgante, a temática da homoafetividade no universo da ficção científica. O desejo de Manu em descobrir uma outra dimensão – ou um universo paralelo – foi movido pela urgência de encontrar um mundo em que o amor das duas não precisasse ser escondido. Manu previa o que poderia acontecer com ela e, por isso, deixou pistas para que Fran pudesse encontrá-la.
F.M. é um curta que funciona por si só – tem início, meio e fim –, mas ainda assim desperta a curiosidade do espectador para saber o que de fato aconteceu com as protagonistas e o que ainda estaria por vir. Seria interessante ver essa história transformada em um longa ou mesmo em uma série – poderia ser o Stranger Things que o Brasil tanto precisa.
F.M. será exibido na mostra Mystery and Science do XII Festival Boca do Inferno, que acontece entre os dias 6 e 9 de novembro, no Centro Cultural São Paulo (CCSP).
