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Stranger Things - 5ª Temporada
Original:Stranger Things - Season 5
Ano:2025•País:EUA
Direção:Frank Darabont, Matt Duffer, Ross Duffer, Shawn Levy
Roteiro:Matt Duffer, Ross Duffer, Paul Dichter, Caitlin Schneiderhan, Paul Dichter
Produção:Rand Geiger, Justin Doble, Paul Dichter, Lampton Enochs, Kate Trefry, Hilary Leavitt
Elenco:Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard, Millie Bobby Brown, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Joe Keery, Noah Schnapp, Cara Buono, Sadie Sink, Priah Ferguson, Joe Chrest, Maya Hawke, Brett Gelman, Dacre Montgomery, Matthew Modine, Paul Reiser, Jamie Campbell Bower, Rob Morgan

Voltar à cidade de Hawkins, Indiana, é ter consciência que mais “coisas estranhas” irão acontecer. A quarta temporada já havia deixado evidências de uma tensão apocalíptica na apresentação de um mundo diferente, e o retorno não poderia ser como antes, como se não houvesse mais problemas por lá. E como todos os personagens já estão envolvidos no mesmo conflito contra a entidade conhecida como Vecna (Jamie Campbell Bower), havia uma expectativa promissora que o enredo se afastaria um pouco da divisão em núcleos separados, como arcos de um novelão adolescente com elementos sobrenaturais. Não foi bem que o aconteceu para o bem e para o mal.

A cidade de Hawkins agora está sob controle militar. Na tentativa de se aproximar de encontrar a fugitiva Eleven (Millie Bobby Brown), agora em treinamento constante com Hopper (David Harbour), com supervisão também de Joyce (Winona Ryder), a comunicação com os amigos se faz por códigos emitidos nas transmissões de rádio de Robin (Maya Hawke) e Steve (Joe Keery), quando eles combinam planos para alcançar o Mundo Invertido e descobrir se Vecna está vivo. Ainda no posicionamento do tabuleiro, Dustin (Gaten Matarazzo), Lucas (Caleb McLaughlin), Will (Noah Schnapp) e Mike (Finn Wolfhard) continuam a frequentar a escola, sendo que o primeiro sofre nas mãos de bullyiers, e os demais estão atentos aos próximos passos, a partir das entregas de Murray (Brett Gelman). É estranho pensar que, aparentemente, somente Hawkins vive essa quarentena de observação dos militares, e Vecna, se está vivo, poderia estar dormindo ou sem influências no mundo normal, se não fosse o plano 37 de investigação.

Enquanto Max (Sadie Sink) está em coma, para a infelicidade de Lucas, Jonathan (Charlie Heaton) e Steve estão numa batalha para conquistar Nancy (Natalia Dyer), tentando mostrar seus valores e lembrar a todo momento que não são apenas heróis, mas jovens, com seus hormônios e interesses. Na ação de um novo plano, sabendo que um Demogorgon irá sequestrar Holly (Nell Fisher), o grupo se separa — era óbvio que voltaria a acontecer — em missões, ocasionando o acesso de Hopper ao Mundo Invertido e depois de Eleven, na perseguição da criatura mas sem sucesso.

Ambos tentarão atravessar um muro orgânico, enfrentando soldados, ao passo que os demais tentarão salvar a próxima vítima, Derek Turnbow (Jake Connelly), e outras crianças, levadas pelos soldados, que querem a todo custo atrair Eleven. Sob o comando da Dra. Kay (a excepcional Linda Hamilton), que parece guardar um segredo a sete chaves por lá, os militares têm um trunfo contra a garota poderosa: a emissão de um som via antenas funciona como, nas palavras de Hopper, uma kriptonita. Correria, acessos subterrâneos ao exato local onde os pequenos estão, precisão nas ações, combinando o atropelamento de um monstro no momento certo, e a descoberta de um Will mais poderoso do que se imagina, expondo uma atração inevitável pelo amigo Mike, como os fãs já imaginavam…são partes do cardápio dessa meia temporada. As falas de Robin, envolvida com uma enfermeira, pode ser o gatilho para que ele revele seu interesse, nos episódios finais da série.

A série Stranger Thing tem sido o carro-chefe da Netflix desde os seus primórdios, em 2016. Basicamente, é o primeiro grande sucesso do streaming e a garantia de uma boa qualidade técnica, bons efeitos especiais e o livre comando de Matt e Ross Duffer para explorar o mundo construído. A mistura entre humor adolescente e terror sobrenatural é bem feita, e a ambientação nos anos 80, com menções à cultura pop da época como filmes e jogos como o Dungeons & Dragons, ainda funciona bem, mesmo com os excessos coloridos. Há, claro, facilidades e clichês, referências a outros produtos como Alice no País das Maravilhas e a desculpa qualquer para envolver todos os personagens já vistos em temporadas anteriores como Erica (Priah Ferguson) e Murray, e situações que testam a paciência do espectador.

Os excessos de personagens e a divisão em núcleo continuaram nesta quinta temporada, ainda que mais conectados, dispensando momentos em que nada acontecia como nos outros anos. Também pode incomodar a longa duração dos episódios, sendo que alguns têm a metragem de um longa, e se passam sem pausas, fazendo o público questionar se os personagens em algum momento dormem ou se alimentam — o mesmo acontecia em The Walking Dead e principalmente na série 24 Horas. Com ambientação em 1987, nota-se também o crescimento dos atores, mudanças no corpo e nas vozes, destacando Sadie Sink e Noah Schnapp, ainda que este mantenha o cabelo de tijela para tentar parecer mais novo.

Com direção dos Duffer e Frank Darabont, Stranger Things ainda diverte em seus excessos e permite algumas expectativas favoráveis para os quatro episódios finais. Se houver ousadia e não deixar rastros para continuações, pode ser que cumpra seu papel como produto de entretenimento bem realizado.

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