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2016 foi um ano bacana para os filmes de horror, o que dificultou bastante para eu montar esta lista, tanto que estou entregando-a aos 44 minutos do 2º tempo. Mas foi um dificuldade positiva; em outros anos o problema era encontrar os melhores, já este, foi ter que deixar produções como O Lamento e White God de fora. Um ano de tristes perdas para o mundo artístico, mas também um de crescimento para o cinema de gênero, uma espécie de ressurgimento. Na TV, várias series de horror ganhando destaque, até a Globo entrando na onda com Supermax. Já nosso cinema nacional  está mais forte que nunca, e tende a crescer muita mais – fica a sugestão para El Jefe criar uma categoria para nosso horror brazuca.

Vocês viram poucos textos meus esse ano aqui no boca, peço perdão, mas prometo mais produtividade para 2017, e quem sabe algumas novidades.

CATEGORIA DENTISTA (filmes lançados no Brasil em 2016)

Boca sorridente (o filme mais divertido do ano): Invasão Zumbi: Entrou nesta categoria, pois foi o filme mais frenético do ano. Tenso do início ao fim, ainda tem uma carga dramática em sua alucinada narrativa (e como os coreanos sabem fazer isso bem). Lançado até nos cinemas brasileiros, com certo atraso (antes tarde do que nunca), Invasão Zumbi dá uma aula ao cinema de Hollywood, em como fazer um blockbuster, que não funcione apenas como produto comercial, mas um filme de qualidade técnica e narrativa acima da média.

Menção Honrosa: Green Room – Filme que poderia tranquilamente entrar na categoria abaixo, mas decidi colocar esta menção honrosa aqui por um motivo: adorei ver a banda tocando Nazi Punks Fuck Off do Dead Kennedys em um bar… Nazista.  Foi um dos últimos trabalhos do jovem e talentoso Anton Yelchin, que sempre estava envolvido em produções do gênero, infelizmente uma das vítimas de 2016. Outro destaque vai para Patrick Stewart, que está muito bem como o chefão do grupo Nazista que cerca a jovem banda que viu o que não deveria ter visto. Apesar de uns escorregões no roteiro, o filme cumpre bem o que promete.

Desbocado (filme mais violento, sangrento e ousado que você viu): Embaraço: Para quem ainda não sabe, é um curta-metragem do paulista Fernando Rick, que já estava há um tempo afastado do gênero. Rick, que tem em seu currículo um curta bem pesadão chamado de Coleção de Humanos Mortos, e documentários bacanas das bandas Ratos de Porão e Gangrena Gasosa, volta em 2016 com seu melhor trabalho. Apesar de ser um curta metragem, Embaraço entra nessa categoria por ser o filme que mais me incomodou, mais me causou mal-estar – e tem causado essas sensações por onde tem passado. Há relatos de pessoas que passaram mal, e outras que abandonaram as salas, em algumas de suas exibições. Rick consegue dar ênfase a uma questão social bem relevante atualmente, O Aborto, e faz isso com extrema crueza e violência na realidade de sua narrativa. Rick mostra através de movimento de câmera e (des) composição do cenário, e claro, pela excelente atuação da atriz Amanda Pereira, todo o sofrimento que uma mulher pode passar em uma situação que divide (e não deveria) opiniões.

Menção Honrosa: Baskin – Filme turco que foi uma grata surpresa com um roteiro existencialista dentro de uma casa que mais parece (ou é) uma filial do inferno, com um mestre de cerimônias pra lá de bizarro. Filme que incomoda com seu alto teor de violência dentro de uma discurso reflexivo sobre…, bem só vendo para entender a viagem que o filme proporciona.

Boca Aberta (aquele que te surpreendeu…positiva ou negativamente): The Eyes Of My Mother -Um filme que consegue unir uma beleza poética sobre a solidão, com uma violência descomunal, mostrando o que uma uma criança que cresce em uma ambiente nada normal pode desencadear em sua fase adulta.  O filme consegue emocionar o espectador nos momentos de solidão da protagonista, e na mesma proporção, causar repulsa quando a mesma tenta suprir.

Menção Honrosa O Lamento – Foi ao lado de Invasão Zumbi, o filme coreano de maior destaque este ano. Um filme envolvente,  com Magia Negra, Exorcismos, tudo dentro da cultura religiosa coreana – quando um policial meio abobado, tem que encarar o mal que agora vai assolar sua família. O filme consegue criar um clima desconcertante, em meio a dualidade sobre a representação do bem e do mal criada na cabeça do protagonista durante a trama.

Bocarra (o melhor filme de 2016): A Bruxa – Acho que tudo o que tinha que ser dito e debatido sobre A Bruxa esse ano, conseguimos ver nas redes sociais. Um bom exemplo, foi o excelente artigo Não vá ver A Bruxa nos cinemas, do Marcelo Milici. O texto causou polêmica, mas refletiu bem a realidade do filme, que não  agradou boa parte dos frequentadores do cinemão, acostumados a filmes no estilo Invocação do Mal. Não estou falando que este seja ruim, mas são propostas bem diferentes. Então quem foi ver A Bruxa esperando sustos, quebrou a cara. Eu não via um filme tão bom assim, desde Coração SatânicoA Bruxa é o melhor filme de horror dos últimos 20 anos.

Menção Honrosa: Creepy – Com lançamento bem restrito nos cinemas brasileiros, o japonês Creepy ainda não foi descoberto pelo público, mas garanto a vocês, o filme é do mal. Do excelente diretor Kiyoshi Kurosawa, dos excelentes Cure e Kairo, traz um dos psicopatas mais bizarros que já vi nas telas do cinema. Com um poder de persuasão sobre suas vítimas, o mesmo  que aparece ora simpático, ora ameaçador, causa uma estranheza no espectador com seus métodos para conseguir o que precisa. Em breve vou escrever uma crítica a respeito.

Boca Banguela (o pior filme de 2016): O Boneco do Mal – Pegando carona no sucesso de Annabelle, embora os filmes apresentem propostas bem diferentes, O Boneco do Mal pode até ser bem intencionado, mas peca na sua execução, e no seu fraco elenco, trazendo Lauren Cohan – Maggie, de The Walking Dead – como protagonista, deixando a desejar e muito em sua atuação. Sinceramente, ela pode até ser simpática na série, mas não é lá grandes coisas em termos de atuação.

Menção Densorosa: Águas Rasas – Ok, boa parte da crítica e boa parte do público gostou. Parte técnica ok – fotografia bonita, boa edição, bons efeitos – mas um roteiro com praticamente um personagem o tempo todo tem que se sustentar muito na atuação – que é muito ruim – e um drama familiar ali pra tentar dar uma liga que não me convenceu.

CATEGORIA TRATAMENTO DE CANAL (séries e TV)

Dente de Ouro (melhor série, minissérie ou filme para a TV): Stranger Things – Muita gente torceu o nariz, outros não acharam nada demais, mas nada disso impediu o sucesso que foi Stranger Things, que agradou tanto os saudosistas dos anos 80, com suas trocentas referências a cultura pop da década, quanto ao público novo. Destaque aos personagens Eleven e Dustin, que arrancaram sorrisões deste que vos escreve.

Menção Honrosa: Rick and Morty – A série é de 2013, mas, graças ao Netflix, essa animação chegou para nós este ano com duas temporadas. Viagens interdimensionais, monstros a lá Lovecraft, um avô cientista bêbado e desbocado, um neto abobado usado como uma espécie de cobaia kamikaze para as loucuras do avô, músicas das bandas Belly, Mazzy Star e Nine Inch Nails em cenas dramáticas (sim, há espaço para isto também).  E que venha loga a terceira temporada, porquê o final da segunda foi “ducaralho“.

Dente Amarelo (pior série, minissérie ou filme para a TV): Como já dizia Glória Pires, “Para esta categoria, não sou capaz de opinar”. O motivo é que quando vejo uma série que não me agrada, eu acabo deixando a mesma de lado. Este ano fiz isso com O Exorcista e The Walking Dead (apesar do primeiro episódio sensacional), porém, não é justo eu julgar sem ter visto as mesmas completas – então, essa eu passo.

CATEGORIA CÁRIE, A ESTRANHA (categoria específica para o tema que você se dedicou em 2016, podendo incluir filmes de qualquer época)

Coroa (melhor filme/notícia que você analisou/pesquisou): Não fui muito produtivo na categoria que era de minha responsabilidade, mas o filme do New French Extremity que mais gostei foi Das Ma Peau (aka Na minha Pele), dirigido e protagonizado por Marina de Van, onde a protagonista tem uma estranha  e crescente obsessão por seu próprio corpo, rasgando aos poucos sua pele e carne, em longas, calmas e perturbadoras cenas.

Gengivite (pior filme/notícia que você analisou/pesquisou):  Não gostei de Base Moi, de Virginie Despendes e Coralie – uma espécie de Thelma e Luise com sexo explícito e bastante violência, um filme que causou uma certa polêmica, mas que peca e muito em sua execução.

E as expectativas para 2017? É claro que Alien Covenant e Blade Runner 2049. Aqui no Brasil ficamos na expectativa de ver Mata Negra do Rodrigo Aragão, entre outros vários trabalhos que virão por aí. Quem sabe eu não consiga também gravar um novo curta?

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5 Comentários

  1. Não sei o que tanto vcs exaltam nessa porcaria de A Bruxa!
    Filme chato do caralho! E que conste :não sou o “típico” telespectador de invocação do mal não!
    Pq vcs fazem essa segregação escrota, como se A Bruxa fosse um filme “superior” e os tipos invocação do mal é só pra pessoas “pouco inteligentes” ou “preguiçosas”!
    Eu entendi todas as referencias em a bruxa e tudo q vcs comentaram… isso pouco importa na verdade: o filme é chato… os personagens idem! e o fim tb totalmente (….) como é o filme todo!

  2. Enfim alguém que não bajulou Águas Rasas. Não comprei a ideia forçada de uma patricinha revoltada com a vida, virar uma espécie de Rambo/Ninja contra um tubarão branco.

  3. Tambem curti o Aguas Rasas, e o próprio boneco do mal não achei essa bomba toda. de resto tem alguns ai que ainda irei assistir.

  4. Amei Águas Rasas e por isso não concordo com o q recebeu! E Invocação do Mal 2 não me fez a menor falta no texto msm! Hahaha…

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