Difícil descrever em poucas palavras o que José Mojica Marins representa para o Cinema Nacional, ainda mais quando a dor é tamanha que complica a produção de uma nota de falecimento formal. Assim, peço desculpas aos infernautas que acompanham o Boca do Inferno há anos e esperavam uma biografia que apontasse suas principais obras, sua trajetória fantástica pelo cinema de horror para um texto de um fã, desenvolvido por alguém que sentiu muito a perda.
Na verdade, todos sentimos. A projeção brasileira perdeu um ícone, um símbolo da luta underground pelo amor à Sétima Arte. E foi mais além… Mojica construiu uma identidade para o nosso cinema, uma que seria amplamente vista e respeitada, amplamente copiada e admirada. Foi sua trajetória incrível que me levou à paixão pelo terror para, enfim, dar vida a esta página. Encantado pela ousadia, pela linguagem crua e pelas metáforas perturbadoras, acreditei que valia a pena me dedicar a um espaço pelo cinema de horror.
Tive o privilégio de encontrá-lo por diversas vezes, seja no lançamento da revista CineMonstro, na formalidade da estreia de Encarnação do Demônio, na longa entrevista que o Boca desenvolveu na época e depois viria a fazer novamente no ano seguinte, na SpTerror. Ou quando eu o reencontrei no Guarú Fantástico e ele deu os parabéns em vídeo pelos dez anos do site. Muitos outros eventos foram acontecendo como o da Darkside Books, com ele sempre gentilmente recebendo todos que se aproximavam para prestigiar seu trabalho.
O Cinema Nacional está de luto, assim como o de Horror. Zé do Caixão sai de cena para existir apenas na lembrança de seus filmes, de seus milhares de fãs pelo mundo!
E que ele possa nesta noite escura desencarnar de seu cadáver para finalmente à meia-noite levar sua alma para um descanso eterno.
Obrigado, Mestre!
Adeus mestre! Você deixou a sua marca no cinema nacional.
Literalmente cresci acreditando que o Zé do Caixão era um personagem dos quadros do SBT de tanto que ele aparecia e ninguém falava dos filmes dele.
Só muitos anos depois soube que ele era um diretor de cinema com o personagem quando ele começou a apresentar os filmes de terror da BAND.
Mas foi quando eu consegui ver os filmes dele que entendi o quanto que ele era foda!
Tive a feliz e grata oportunidade de assistir as pérolas do saudoso Cine Trash apresentado pelo Mestre Mojica! Não perdia um!
O que me entristece é como um gênio do terror nacional como ele não teve o devido reconhecimento que merecia.
Mas ele, sem dúvida, é uma inspiração para todos nós que amamos o gênero terror! Lendas nunca morrem! Sua obra e seu legado nunca serão esquecidos!
Vai em paz Mestre e muito obrigado!
Um verdadeiro Mestre do Terror.
Criou um personagem icônico, fez os filmes mais assustadores de todos os tempos, lutou contra a Censura, passou por dificuldades, mas nunca se deixou vencer.
Um cineasta que usou a criatividade ao seu favor, e provou que não é preciso dispor de rios de dinheiro para contar uma história.
O terror perde um Mestre. O cinema perde um gênio.
Nunca vou esquecê-lo naquelas tardes e depois noites do “Cine Trash”, com os mais medonhos exemplares do cinema de baixo orçamento. Vai na paz!!!!!
Grande e folclórica figura do cinema brasileiro.Sensacional eram as suas “pragas” à frente do Cine Trash.Morre Mojica,mas o Zé do Caixão permanece.
Há muito tempo atrás, após ler uma reportagem na Folha, escrevi uma carta para o Ze, comprando 4 fitas VHS dele … vieram os filmes, com uma cartinha respondida por ele e uma foto auotografada . Por aí se via o carinho e a humildade do Zé, que fazia tudo sozinho …Vi, revi e acho seus filmes sensacionais e acho uma pena que “ A Praga “ , considerado um dos melhores filmes de horror já feitos , não teve a restauração pela Hedra …Mas o que tem aí basta pra atestar a genialidade do Zé, um cara que ousou sonhar, e sonhou alto, e seus sonhos nos proporcionaram pesadelos maravilhosos … Vai com Deus, Zé .. Vc combateu o bom combate e cumpriu sua missão …