Exclusivo: diretor Michael Chaves fala sobre A Freira 2!

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Depois de A Maldição da Chorona e Invocação do Mal 3, o diretor Michael Chaves retorna ao Invocaverso com A Freira 2, que chega aos cinemas muito em breve trazendo de volta Taissa Farmiga como a irmã Irene e Jonas Bloquet como Maurice, além, é claro, de Bonnie Aarons como o assustador Valak e da adição de Storm Reid (The Last of Us) ao elenco.

Na sequência do longa de 2018, viajamos para a França de 1956 junto com Valak, que usa Maurice para mudar de localização como bem entende. Irene se envolve novamente nessa maldição, ao mesmo tempo em que deve orientar a noviça Debra, que ainda não fez seus votos.

Para comentar mais sobre a produção, Michael Chaves concedeu uma entrevista exclusiva, em que fala sobre o elenco, sua equipe e as belas locações francesas!

A Freira 2 traz de volta a Irmã Irene, interpretada pela adorável Taissa Farmiga, e Irene mal sobreviveu a Valak no primeiro filme. Então, o que leva a Irmã Irene de volta a um terreno tão perigoso desta vez e para onde isso a leva?

Bem, ela não quer voltar. Ela foi trazida de volta porque recebeu uma missão do Vaticano, do Cardeal Conroy do primeiro filme, que também está de volta. E há suspeita de que o demônio tenha retornado, que há uma série de assassinatos ocorrendo por toda a Europa e eles têm uma origem sobrenatural inexplicável, e todos eles apontam para uma origem na Romênia. Eles estão convencidos de que o demônio retornou. E Irene, tanto não acredita nisso – não quer acreditar – quanto não quer se envolver em uma situação semelhante. Ela está vivendo uma vida de freira, uma vida muito humilde e anônima neste convento na Itália. Ela não quer nenhum desses atos heroicos.

Mas quando o Vaticano chama…

Sim, quando o Vaticano chama, Irene atende.

Você também traz de volta Maurice, um personagem fantástico do primeiro filme, também conhecido como Frenchie. Qual foi a chave para trazê-lo de volta à história? Sem dar muitos spoilers, é claro.

Bem, alerta de possível spoiler, mas as pessoas que viram o primeiro filme sabem que o demônio não foi derrotado, na verdade ele escapou. No final do filme, ele conseguiu exatamente o que queria e escapou através de Maurice. E, portanto, sabemos que neste filme, como podemos ver no início, a Freira está viajando através de Maurice pela Europa, e seja ele possuído ou seja apenas um elemento sobrenatural, seja o que for, sabemos que ela está ligada a ele.

E você adicionou uma nova noviça, a Irmã Debra, um ótimo personagem interpretado com destemor por Storm Reid. Por que Debra é importante para a história e para a jornada de Irene, e por que Storm foi perfeita para esse papel?

Primeiro de tudo, Storm é uma atriz incrível. O que é realmente empolgante neste filme, especialmente seguindo os personagens do primeiro filme, é que podemos vê-los crescer. Podemos vê-los amadurecer. Enquanto no primeiro filme, Irene estava prestes a fazer seus votos e ela faz seus votos e se compromete com uma vida com Deus – basicamente, casa-se com Deus, como as freiras fazem – agora ela é a parte mais sênior desta equipe e está ajudando outra jovem noviça que está meio que naquela mesma posição. E há a questão dramática de Debra fazer ou não seus votos. Ela vai se comprometer com sua fé e com uma vida com Deus?

Acho que havia algo realmente divertido nisso, onde você começa Irene como a personagem júnior trabalhando sob a orientação de um sacerdote mais experiente, e agora você a eleva para ser a líder e a torna uma heroína relutante, e também tem que acolher essa jovem freira sob sua proteção. Eu achei que foi uma ótima evolução dos personagens, e isso foi algo que a Akela [Cooper] trouxe nos primeiros rascunhos, e foi ótimo ver esses personagens amadurecendo.

Você também encontrou outra linda locação europeia, que, por si só, evoca a natureza sinistra que você deseja para esses filmes. Pode falar sobre por que esse local na França foi tão perfeito para essa história? Você tem uma escola de meninas como cenário, e é perfeito para todos os sustos e todos os elementos de que o público anseia.

Sim, acho que uma das coisas mais empolgantes deste filme é a locação na França; ela tem tanto clima, tanta textura. É o sul da França dos anos 1950, então é lindo, mas também super sombrio. E à medida que desenvolvíamos o roteiro, os personagens centrais estavam sempre lá, mas era um pouco mais expansivo. E eu pensei que seria melhor focá-lo em uma escola, um internato. Eu realmente amo “Les Diaboliques”, o clássico filme de terror francês, e adoro como ele se passa em um internato, e achei que havia algo muito divertido e único nisso, e muito anos 50. Então, eu queria evocar isso, e há até pequenas referências a “Les Diaboliques” ao longo do filme que acho que observadores atentos vão ver. Havia algo em fundamentá-lo dessa forma e focá-lo em uma escola que parecia muito parte do DNA de um filme da franquia “Invocação do Mal”.

Também acredito que esses filmes funcionam melhor com crianças. Às vezes, quando você tem personagens mais vulneráveis, isso torna ainda mais assustador. E acho que essa foi a grande oportunidade aqui.

Falando dessas crianças, algumas das situações assustadoras são geradas por elas! Você se diverte com a ideia das “garotas más” na escola. Fale sobre essas garotas fantásticas que você escolheu para todos os papéis de estudantes.

Nós temos as melhores crianças neste filme, todas estavam arrasando e foram tão preparadas e profissionais quanto os atores adultos. Acredito que há algo dentro de cenários escolares que envolve essa hierarquia, seja o papel do outsider, seja o das garotas más, sempre há uma espécie de hierarquia social. Vemos isso em todos os aspectos da vida, mas especialmente nas escolas. E acho que as garotas más e os valentões nesta situação foram realmente divertidos de trabalhar, e você verá como isso se desenrola no filme. Acho que nos divertimos muito com isso. Mesmo com personagens que você pode não gostar no começo, acredito que você começará a ver que todos têm sua própria humanidade, e essas atrizes fizeram um ótimo trabalho ao trazer isso para cada um de seus papéis.

Fale sobre sua equipe de produção – seu diretor de fotografia, seu diretor de arte, figurinista, e assim por diante. Você cria uma aparência, sensação e tom tão característicos neste filme, e é claro que você tem suas equipes de efeitos para ajudar a obter os sustos certos, mas como você se sentou com eles e concebeu o que queria que o tom e a sensação deste filme fossem?

Na verdade, comecei com este documento do Google, um documento do Google Slides, porque tive look-books (um tipo de catálogo com amostras de ideias) no passado, mas o problema com o look-book é que, se você está enviando um PDF, ele está sempre desatualizado. E então as pessoas sempre têm a versão antiga. Para mim, é a pior maneira de manter as pessoas na mesma página. Eu queria ter algo que mudasse à medida que o filme se desenvolvesse, e os filmes se desenvolvem dramaticamente à medida que você os faz. Você perde uma locação, consegue uma locação melhor, o roteiro está mudando, você perde uma cena, adiciona uma cena, inclui um novo membro do elenco. Todas essas coisas mudam à medida que você faz o filme durante a preparação e, às vezes, até mesmo na produção. Então, eu queria ter um documento online vivo.

Isso se tornou o look-book, e eu colocava GIFs e imagens e música nele, para que todos tivessem acesso a ele – era o filme inteiro como esse look-book, realmente, como um livro de imagens. E até mesmo colocava as falas. Se houvesse uma fala importante, eu apenas a colocava lá em letras grandes, para que você realmente pudesse sentir o filme. Foi a primeira vez que fiz dessa maneira, e essa foi uma das melhores ferramentas que tivemos, porque qualquer pessoa em qualquer lugar com uma conexão à internet podia acessar esse look-book. Foi uma ótima maneira de ter conversas entre todos os departamentos, onde todos podiam ver: “Ah, então vamos com mais luzes de rua âmbar. E o que isso faz com o guarda-roupa? Queremos cores mais quentes? Devemos evitar cores frias, elas vão entrar em conflito…” E então todos podiam estar na mesma sintonia. Foi o maior passo que realmente ajudou, além de apenas conseguir a melhor equipe possível.

Tristan Nyby é meu diretor de fotografia no filme e um ótimo colaborador. É o primeiro longa-metragem que faço com ele, mas já filmei muitos comerciais e videoclipes com ele. Ele filmou muitos vídeos da Billie Eilish e eu dirigi um vídeo da Billie Eilish que ele filmou. Ele filmou meu curta-metragem original, “The Maiden”. Estamos colaborando há muito tempo, e acho que ele fez um trabalho realmente ótimo com o filme e deu a ele um toque clássico.

Stéphane Cressend foi meu designer de produção, e ele é da França. Em grande parte, a equipe era francesa, e ele foi simplesmente incrível. Eu realmente queria que parecesse autêntico, para transportar o público para a França dos anos 50, e ele tinha tanta pesquisa fotográfica incrível que nos deu ideias e até inspirou a história, além de nos manter honestos.

Agnès Béziers, minha figurinista, foi absolutamente incrível. Ela estava obtendo os melhores tecidos de Paris, e ela estava tão comprometida com cada detalhe. Passe a apreciar mais figurinos depois de trabalhar com ela porque você podia ver a diferença na textura. Você podia ver aquele olhar para o detalhe. Realmente fundamenta o filme e as pessoas vão sentir isso. Acho que é tão importante quanto onde você está filmando, porque é o que está nos atores, e realmente o leva para o mundo.

O terror é, sem dúvida, um dos melhores gêneros para a experiência compartilhada no cinema, e esses filmes estão entre os mais esperados pelos fãs que estão ansiosos para ver filmes nos cinemas. Então, o que você espera que o público vá sentir quando as luzes se apagarem para A Freira 2?

Acho que vai ser um passeio de arrepiar! E eu digo isso, nem mesmo como um desejo, é só que eu já me sentei com audiências teste o suficiente assistindo ao filme, ouvindo suas respostas, ouvindo o medo e as emoções. É um filme com um elemento de mistério porque você tem essa versão de uma casa assombrada em um internato, e você tem Irene tentando desesperadamente chegar lá a tempo, correndo contra o relógio para impedir esse mal indizível. Portanto, é uma montanha-russa incrível e assustadora, e estou muito animado para as pessoas simplesmente entrarem e curtirem.

A Freira 2 chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, 7 de setembro!

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Silvana Perez

Escolheu alguns caminhos errados e acabou vindo parar na Boca do Inferno em 2012. Apresenta o podcast do site, o Falando no Diabo, desde 2019. Fez parte da curadoria e do júri no Cinefantasy. Ainda fala de feminismos no Spill the Beans e de ciclismo no Beco da Bike.

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