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A Hora da Escuridão (2011)
Longe de ser eletrizante!
A Hora da Escuridão
Original:The Darkest Hour
Ano:2011•País:EUA
Direção:Chris Gorak
Roteiro:Jon Spaihts, Leslie Bohem,
Produção:Timur Bekmambetov, Tom Jacobson
Elenco:Emile Hirsch, Olivia Thirlby, Max Minghella, Rachael Taylor, Joel Kinnaman, Veronika Vernadskaya, Georgiy Gromov

Depois de diversos contatos em clichês de todos os graus, os alienígenas resolveram mudar de ares e deixar finalmente Os Estados Unidos em paz. Eles sabiam que na América até mesmo o Presidente pilota aviões de caça, e o patriotismo extremo impediria o início da conquista do planeta. Bom, não é bem assim: em A Hora da Escuridão, a invasão ocorre no mundo inteiro – menos no Brasil, que já possui muitos seres estranhos -, mas o foco está em um grupo de americanos em passagem por Moscou, trazendo, de alguma forma, mensagens sobre a volta para casa e este não é o meu lugar para garantir uma boa recepção na Terra do Tio Sam. Não foi o que aconteceu!

Com um orçamento estimado em 30 milhões, o longa estreou nos EUA no Natal, em mais de 2000 salas, e arrecadou pouco mais de 14 até o momento, fazendo a FOX nem querer ver ETs pela frente, embora os do filme sejam invisíveis. A estratégia de marketing e o roteiro chinfrim serviram para exterminar o interesse do público pela produção. Quanto ao primeiro, pode-se apontar erros que variaram dos cartazes com frases como Survive the Holiday e a estratégia de tentar vender o filme como um Extermínio sem os infectados. Além disso, é de se imaginar que os russos não devem ter ficado felizes em ver seu país retratado com um povo sanguessuga, arrogante e egocêntrico. Já em relação ao roteiro, escrito por Jon Spaihts (que está nos créditos de Prometheus) a partir de uma ideia desenvolvida por Leslie Bohem (da série Taken) e M.T. Ahern, os problemas são inúmeros: desde algumas soluções absurdas até o excesso de clichês que fazem com que a mudança de ambiente seja apenas fotográfica e não essencial. Filmar num país diferente por um americano jamais iria impedir o lugar-comum!

A Hora da Escuridão (2011) (2)

Alguém teve a ideia de fazer uma alusão a estrangeiros num país desconhecido com alienígenas. Mais ou menos assim: as pessoas que vão para outros países não conseguem se acostumar com a cultura local, com a comunicação e com os estilos diferentes, e se sentem como ETs, invadindo um local onde têm a impressão que não foram bem recebidas. Um argumento interessante já desenvolvido de forma mais divertida na comédia Paul – O Alien Fugitivo com os ingleses na América. Imagina-se que, a partir desse conceito, estabeleceram outros como a possibilidade de se sentirem invisíveis, solitárias e com saudades de casa. Pronto! Agora, é só introduzir personagens simpáticos e criar pequenos conflitos e escolher um eventual vilão, enquanto são eliminados aos poucos, em belos retratos do país estranho.

Os tais personagens são Sean (Emile Hirsch, de Speed Racer) e Ben (Max Minghella, de Tudo pelo Poder), dois nerds americanos, designers de softwares, que vão a Rússia para vender um novo produto. Enganados pelo ganancioso Skyler (Joel Kinnaman, de Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres), só resta aos jovens curtir a noite em Moscou e encontrar duas americanas perdidas no local: Natalie (Olivia Thirlby, de Sexo Sem Compromisso) e Anne (Rachael Taylor, de Ghost Machine). Durante a balada, ocorre um blecaute – numa cena que remeteu a Cloverfield – Monstro – e todos vão para as ruas escuras para testemunhar a descida de estranhas luzes (Skyline – A Invasão feelings…) alaranjadas e a desintegração de um guarda (Guerra dos Mundos 2005 feelings…) quando ele tentava tocar no efeito.

O desespero tomou conta da situação: quem cruzava o caminho das criaturas invisíveis era dizimado, deixando em evidência os heróis e o chato da vez. Sean, Ben, Natalie e Anne se refugiam num pequeno ambiente, sendo seguidos mais tarde pelo oportunista Skyler. Ficam no local por dias até chegar o momento de sair em busca de ajuda, mantimento e segurança. O que eles veem, em seguida, é uma cidade fantasma coberta com as cinzas dos habitantes, com carros abandonados e um silêncio mórbido. O êxodo faz um paralelo à famosa invasão dos alemães a Moscou em 1941, num dos episódios mais dramáticos da história local.

A Hora da Escuridão (2011) (1)

A fotografia de Scott Kevan é sensacional, mesclando o tétrico às belíssimas esculturas como a Catedral de São Basílio localizada na Praça Vermelha. É claro que ele foi ajudado pela paisagem local, mas não deixa de ser interessante o visual colorido, associado às cinzas humanas, e aos veículos abandonados ou destruídos como a carcaça de um boeing. A contribuição do diretor Chris Gorak (Toque de Recolher, de 2006) é fundamental para essa mescla, principalmente quando ele se apoia em ângulos superiores para apresentar toda a magnitude da situação extrema. Ainda assim, nada no filme justifica uma conferida em três dimensões, pois é evidente que ele não foi feito com esse propósito.

Se você fosse um sobrevivente de um ataque alienígena e soubesse que os inimigos são invisíveis, como você reagiria caso precisasse de alimentos e abrigo? a) iria até o mercado mais próximo para se abastecer? b) aproveitaria a noite, quando é mais fácil enxergar os vilões, e se esconderia nos becos? c) correria pelas principais ruas da cidade, principalmente aquelas mais abertas e visíveis, mesmo sabendo que isso chamaria a atenção dos ETs? Pois são soluções assim que incomodam o enredo de A Hora da Escuridão.

Mesmo quando exibem suas nerdices, ao encontrar meios de se esconder através de vidros ou embaixo de um carro pois já sabem como os alienígenas enxergam, por outro lado tomam atitudes imbecis como a que ocorre na sequência envolvendo o submarino e a decisão de nadar para a costa e se esconder num ônibus. Ou quando jogam celulares no chão para que eles denunciem os monstros, ignorando o fato dos aparelhos não tocarem sozinhos. Ora, nem mesmo um ônibus elétrico sairia do lugar sem liberar os freios de mão ou engatar marchas…

Em relação às comparações com Extermínio, como o próprio produto já foi anunciado quando estava em fase de pós-produção, é possível dizer que elas existem mesmo. O roteiro de Jon Spaihts bebe muito da fonte de Alex Garland, podendo considerar algumas passagens até mesmo como plagiadas do filme inglês. Por exemplo, assim como no filme de Danny Boyle, os sobreviventes de A Hora da Escuridão enxergam, em meio à escuridão das ruas, as luzes de um apartamento propositadamente acesas. No local, não encontram um pai e uma filha – Frank (Brendan Gleeson) e Hannah (Megan Burns), de Extermínio -, mas um eletricista (bem conveniente, não?) e a adolescente Vika (Veronika Ozerova). Eles também ouvem uma mensagem gravada como uma possível salvação e vão em direção ao destino apontado por ela. Isso sem falar das caminhadas pela cidade deserta, passando por pontos turísticos como o Big Ben no longa de 2002…

Ignorando essas semelhanças e as decisões incoerentes do roteiro, você pode até se divertir com A Hora da Escuridão. A sensação incômoda de perseguição contínua, o desespero de saber que não há para onde fugir ou a quem recorrer e os efeitos especiais adequados podem até entreter o público durante os 89 minutos. Ainda assim, numa avaliação geral, o filme está longe de ser eletrizante…

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4 Comentários

  1. Lixo. Perdi meu tempo vendo essa merda.

  2. Um filme regular, apenas. Tem seus bons momentos, mas parece que faltou idéias para o desenvolvimento da trama.

  3. adorei o filme do começo a metade , mas da metade ao fim fico lixão

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