Strange Girls
Original:Strange Girls
Ano:2007•País:EUA Direção:Rona Mark Roteiro:Rona Mark Produção:Rona Mark, Julian Ruhe Elenco:Angela Berliner, Jordana Berliner, Kasey Daley, David Dietz, George Drennen, Harry Gerhardt, Michael Gilbert, Timothy Johnson, Meritt Latimore, Rick Montgomery Jr. |
Strange Girls tinha tudo para ser o melhor filme do Festival Internacional de Cinema Fantástico (SP Terror), de 2009: duas ótimas atrizes e um argumento que perturba uma leitura prévia. Quando você imagina duas garotas idênticas se movimentando em sincronia e desafiando seus médicos (sempre substituídos devido a assassinatos, suicídio…) sem dizer uma única palavra, logo vem a mente uma produção sombria que dificilmente sairia da mente de suas testemunhas. Ora, imagina como seria interessante essas jovens talentosas orquestrando seus gestos, com seu olhar triste e linguagem de reflexo invertido, enquanto eliminam as pessoas que tentam separá-las…
Tendo essa expectativa, não é de se estranhar a decepção sentida no momento em que as garotas se afastam de outras pessoas e passam a se comunicar normalmente, rindo, divertindo-se, dando um banho de água fria em tudo o que você imaginava. Logo, o público chega à conclusão que o problema delas é uma psicose em parceria; na verdade, as jovens são muito espertas, vivem num universo só delas, fechado à visitas.
As garotas são estranhas, mas não tanto quanto o filme de Rona Mark. Numa linguagem arrastada e previsível, o longa segue a vida comum das gêmeas em suas tentativas de iniciação sexual, enquanto se unem para matar as pessoas que a incomodam, seja a moradora do andar de cima, as vizinhas irritantes ou o rapaz que as menospreza.
Ainda que os defensores da obra apontem para uma linguagem alternativa ou tentem ver o filme como uma comédia de humor, é impossível negar os inúmeros erros do roteiro, sendo que alguns chegam a irritar pelo absurdo de sua tentativa de convencimento. Por exemplo, se as garotas não falam com ninguém – nunca – como elas aprenderam a dirigir (como tiraram carta?), como descobriram o endereço da médica, como conseguiram fugir do local onde estavam, como conseguem esconder os corpos por tanto tempo, como fazem compras (quando precisa pedir o produto?)…e a lista não tem fim. Através de bilhetes, certo? Elas adoram escrever. Então imagine uma aula de direção em que as garotas apenas escrevem para fazer suas perguntas sobre para onde devem ir…
Além disso, as meninas somem, mas o hospital só percebe isso quando o vigia (isso mesmo) resolve investigar por conta própria e descobre que as pacientes não assinaram o livro de entrada e saída (!!!). E não é preciso dizer o absurdo dele desconfiar do envolvimento delas com um crime, através de um bilhete que nem sequer traz evidências disso. E a cena que ele invade a casa delas é de um suspense ralo, quase um frio na ponta da orelha.
Por outro lado, é preciso enaltecer o talento das atrizes Angela Berliner e Jordana Berliner. Ambas convencem em seu drama de convivência forçada, como se fossem siamesas, mantendo a diferença no olhar, no modo como enxergam o pretendente e a coragem de ver alguém morrer, porém com a sintonia na arte de matar suas vítimas sem dó. As cenas de violência não são extremas, porém são carregadas de sadismo. E a ideia de fazê-las se encantar com a técnica de trepanação é de uma sutileza cruel…
Com um final previsível, porém com um último momento assustador, Strange Girls foi a maior decepção do Festival, mas ainda assim merece uma conferida, mesmo que seja para visitar as irmãs assassinas e sair com um gosto amargo de que poderia ter sido duplamente melhor!
essas irmãs estranhas tinham que ter umas aulas de linguagem com o Dr. Murmurio da DC comics!!
essa minas são bizarras demais.