A Perseguição
Original:The Grey
Ano:2012•País:EUA Direção:Joe Carnahan Roteiro:Joe Carnahan, Ian Mackenzie Jeffers Produção:Joe Carnahan, Jules Daly, Mickey Liddell, Ridley Scott Elenco:Liam Neeson, Frank Grillo, Dermot Mulroney, Dallas Roberts, Joe Anderson, Nonso Anozie, James Badge Dale, Ben Bray, Anne Openshaw, Ella Kosor |
A sobrevivência do mais forte sempre foi um dos pilares da teoria da evolução e a lei da selva. O homem, sempre considerado no topo da cadeia alimentar, só está neste posto graças a sua inteligência no manejo dos recursos, da criação e uso de ferramentas e que milhares de anos depois a espécie acabou deixando seus instintos para trás e por fim nos tornamos civilizados.
Fato é que na vida selvagem, sem armas e conforto, a natureza nos deu muita pouca chance de sobreviver sozinhos, a não ser que você seja Bear Grills e beba a própria urina, mas mesmo assim quando neste cenário ainda se existam animais carnívoros, ferozes e territoriais, estas chances tendem a zero.
Desta forma contos de sobrevivência sempre chamam muita atenção e com A Perseguição não é diferente. Escrito e dirigido por Joe Carnahan (Esquadrão Classe A) baseado no conto Ghost Walker de Ian MacKenzie Jeffers (que também assina o roteiro) retrata uma história intimista, simples, mas impactante e imersiva onde não há vilões: existem homens tentando sair de uma situação impossível e uma alcateia defendendo seu território.
O roteiro coloca o foco em John Ottway (Liam Neeson, Fúria de Titãs 2), atirador que trabalha no Alasca matando os lobos que ameaçam os trabalhadores de uma estação de perfuração de poços de petróleo. Em seu último dia no trabalho, Ottway escreve uma carta para sua esposa Ana (Anne Openshaw), que o deixou com planos de cometer suicídio. Segurando o cano de sua espingarda na boca, ironicamente é o uivo de um lobo que o faz parar.
No dia seguinte, a equipe, junto com Ottway, embarca em um avião para voltar para casa, porém não chegará ao seu destino: a forte tempestade faz a pequena aeronave cair e, não obtante aos mortos e feridos, estão sem comunicação em um lugar insólito infestado por lobos.
Sete pessoas, nenhuma chance de resgate no local, ao seu favor os humanos tem a experiência de Ottway para seguir pela neve espessa. Os lobos estão em maior número, possuem garras, dentes e paciência, não é preciso pensar muito para sacar quem tem a vantagem predatória…
Até então tal como muitas outras história do mesmo gênero, contudo o que faz a diferença é a forma como é trazido para os olhos do público: não são apenas um coletivo vitimado, são pessoas com motivações, força de vontade, algo que os faz continuar… Mesmo o suicida Ottway… É emotivo, mas sem ser piegas ou forçado demais.
As locações escuras, cinzas como no título original e o cenário de absoluta desolação (com neve e tempestade real sem a ajuda da produção, conforme o diretor) ajudam a dar o impacto desejado. Mas não é só a tensão que impressionam, os diálogos em tons filosóficos sobre o quanto a esperança numa força maior, ou ao contrário, o choque de realidade nos lapsos de fé, podem ser uma recurso ou desvantagem enquanto luta contra as intempéries.
Mais inteligente que um thriller normal, o leitor desavisado pode pensar que A Perseguição não tem elementos de horror suficiente para estar aqui no Boca do Inferno – e o excesso de conversa e a lentidão nos eventos, realmente uma falha do filme, podem até dar algumas pedras aos detratores – mas as sequências de lobos destrinchando corpos são bem efetivas. Mais um excelente trabalho da KNB de Greg Nicotero nos efeitos especiais com um leve toque de CGI.
Ao final ambíguo de A Perseguição a sensação é a de que não há lição a ser aprendida, não existe tempo para pensar em nada complexo quando se tem um objetivo tão simples e tão difícil como manter-se vivo quando todos os elementos jogam contra você. Liam Neeson e os outros componentes do elenco em um excelente trabalho não tem receio de mostrar várias camadas de sofrimento e agonias bem profundas em um filme que poderia cair no clichê fácil do gênero “homem contra animal“. Deliciosamente desconfortável.
Bom filme!!!!
O filme se perde do meio para o final. Uma pena.
poderia ter sido bem melhor,mas se perdeu da metade em diante,que pena.