Aqui, Tarados!
Original:Aqui, Tarados!
Ano:1981•País:Brasil Direção:David Cardoso, John Doo, Ody Fraga Roteiro:Ody Fraga Produção:David Cardoso Elenco:Zaira Bueno, Luiz Castellini, John Doo, Jair Garcia Duarte, Sonia Garcia, Milton Manzano, Jefferson Pezeta, Antônio C. Ribeiro, Arthur Roveder, Alvamar Taddei |
Pelo nome e pela procedência, o cinemão popular da Boca do Lixo paulista acabou sendo falsamente estigmatizado como apenas isso: lixo. Os fãs da Brasileirinhas reclamam de seus pornôs sujos, os aficcionados pela comédia americana atual denigrem as suas pornochanchadas, e muitos supostos fãs de terror descartam várias obras-primas do gore apenas porque foram feitas numa época e lugar em que o cinema nacional estava mais preocupado em ser assistido do que em entrar para a história.
E é exatamente esse o público que vai odiar Aqui, Tarados!, filme que carrega a essência da Boca tanto no título bizarro quanto no conteúdo. Trata-se de uma antologia em três episódios, todos envolvendo algum tipo de perversão sexual proibida. No primeiro episódio, A Tia de André, onde um rapaz adolescente se envolve sexualmente com a tia balzaquiana, parece que o filme ira se tratar apenas disso: uma pornochanchada comum envolvendo temas tabu. O segundo episódio, A Viúva do Dr. Vidal, apresenta um toque de morbidez, ao mostrar uma viúva que decide se vingar do marido abusivo, transando com um amante sobre o caixão no dia do seu funeral.
Mas é no terceiro episódio, O Pasteleiro, que o filme se sagra como um dos grandes, se não o maior, representante do gore brasileiro. O personagem título é um chinês interpretado por John Doo, que traz a prostituta interpretada pela bela Alvamar Tadeu para o seu apartamento. A princípio tímido e gentil, o pasteleiro lhe oferece chá e mostra um altar com fotos de várias mulheres que passaram por suas mãos. O que parecia ser apenas um cliente esquisito acaba se tornando um psicopata cruel e sádico, que reserva assassinato, canibalismo e necrofilia para aquela noite.
Se o primeiro episódio é decamerônico, e o segundo, desconfortável, O Pasteleiro parte para o horror extremo, sem sutileza ou frescura. Exemplar de um cinema sem freios e sem moral, O Pasteleiro destoa completamente tom picante e atrevido dos outros episódios, e oferece cenas difíceis de se apagar da memória, além de um vilão que não deve nada a Zé do Caixão na sua crueldade e sadismo, e uma mistura suja de sangue e violência que o torture porn atual apenas imagina possuir.
Ao contrario do que o autor leva a induzir, o gore é bem comportado, levando em conta que Zé do Caixão já fazia gore de pobre nessa epoca, mas o episodio em si, faz jus a tudo que falam dele, justamente por ser bem diferente dos outros dois, toda a parte do terror é muito rapida, o episodio é curtinho, porem, mesmo acelerado, a conclusão é muito boa, os dialogos são bem crus, mostrando todo o racismo da prostituta, bem como a ‘sujeira’ urbana daquele ponto de São Paulo, naquela época, nesse sentido o episodio merece elogios ate pela fotografia, mesmo com uma qualidade risivel de equipamentos.
Saquem essa música inspirada no Pasteleiro.
https://soundcloud.com/jxlxdx/joseph-little-drop-cha-de-jasmim
só pela capa do filme eu já me tornei um fã! eu tenho que assistir esse filme!
muito trash.