A Maldição (1996)

2.5
(6)

A Maldição
Original:Thinner
Ano:1996•País:EUA
Direção:Tom Holland
Roteiro:Michael McDowell, Stephen King, Tom Holland
Produção:Mitchell Galin, Richard P. Rubinstein
Elenco:Joe Mantegna, Robert John Burke, Lucinda Jenney, Michael Constantine, Kari Wuhrer e Bethany Joy Lenz

Tom Holland e Stephen King são nomes bem conhecidos em suas áreas de atuação. King é um prolífico autor do gênero horror fantástico e o escritor vivo mais adaptado para o cinema e a televisão. Holland é diretor de clássicos como Brinquedo Assassino e A Hora do Espanto, e traz no currículo algumas adaptações de King: a minissérie Fenda no Tempo (The Langoliers, 1995), o já anunciado As Pessoas das Dez Horas (2013) e o trabalho que acabou deixando-o decepcionado, A Maldição (Thinner, 1996).

Baseado no livro A Maldição do Cigano, lançado por King em 1984 sob o pseudônimo de Richard Bachman, A Maldição acompanha Billy Halleck (Robert John Burke), um advogado obeso que vive com sua esposa, Heidi (Lucinda Jenney), e sua filha, Linda (Bethany Joy Lenz), em Fairview, Connecticut. As coisas mudam drasticamente para Billy quando ele atropela e mata uma velha cigana. Ele é liberado das acusações, mas Tadzu Lempke (Michael Constantine), um poderoso feiticeiro e pai da cigana, o amaldiçoa, fazendo com que ele perca peso rapidamente. Para tentar desfazer a maldição, Billy parte em busca dos ciganos, contando com a ajuda do mafioso Richie Ginelli (Joe Mantegna).

A Maldição do Cigano não é um dos livros mais aclamados de Stephen King, ficando muito atrás quando comparado com Carrie e O Iluminado, por exemplo. Porém, a história de um homem que pode morrer de magreza causada por uma maldição é original e interessante. Holland percebeu seu potencial e transformou a história em um filme divertido, mas que, como acontece com a maioria das adaptações dos trabalhos de King, fica aquém da obra original.

No filme, acompanhamos um personagem central que está longe de ser um herói. William Halleck é um advogado que tem entre seus clientes e amigos um mafioso italiano. Logo no início do filme é mostrado um julgamento, do qual Ginelli é absolvido graças aos serviços de Billy – e não pela primeira vez. Conforme o filme avança e conhecemos os outros personagens, percebemos que todos são corrompidos: a esposa, o policial, o juiz, todos têm participação nos atos que levaram o velho cigano Tadzu Lempke a depositar sua maldição, e não temos como negar que ele não está completamente errado por fazê-lo. Não são raras as vezes em que testemunhamos impunidades e gostaríamos de fazer justiça com as próprias mãos, e é o que Lempke faz.

O filme segue, e Billy tenta encontrar os ciganos, que já saíram de Fairview, e reverter a maldição enquanto fica cada vez mais magro. Ver Billy definhando pode causar alguma piedade, mas, ao mesmo tempo, pensamos se o que está acontecendo é mais do que o merecido. Independente do sentimento, é difícil não ficarmos curiosos para saber se ele vai conseguir se livrar do problema. O advogado recebe a ajuda de Ginelli na empreitada, e ver o mafioso em ação, fazendo aquilo que gosta, como ele mesmo diz, rende algumas boas cenas.

A Maldição peca por dois motivos principais (e aqui começam os spoilers, tanto do filme como do livro). O primeiro deles é não mostrar o que acontece com Ginelli. No livro de King, depois de pegar a torta de morango com Lempke, Billy volta para o carro onde o mafioso estaria esperando, mas encontra somente sua mão decepada. Ginelli acaba sendo encontrado morto em um porão, seu corpo crivado de bolas metálicas. Gina teve sua vingança.

O segundo motivo é o final. Em exibições teste, o público gostou muito do filme, mas detestou o final, e Holland foi obrigado a alterá-lo. Sempre que questionado sobre o filme, Holland diz pensar que falhou como diretor e afirma que o final está errado, que tem um clima bem diferente do que aparece no livro de King. No longa, Billy descobre que a filha também comeu a torta e decide acabar com tudo comendo seu próprio pedaço, mas o tom da cena é bem mais descontraído do que deveria, deixando espaço até mesmo para um sorrisinho malicioso e uma piadinha por parte de Billy. De qualquer forma, é interessante ver como a maldição encontrou uma forma de se cumprir.

(fim dos spoilers)

Sem dúvidas A Maldição funciona melhor para quem não leu o livro, que aprofunda mais os personagens e faz Billy ter bem mais dificuldade para encontrar a caravana dos ciganos, porém não deixa de ser um filme divertido. E não deixem de reparar em King fazendo sua participação especial como o farmacêutico Bangor!

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Silvana Perez

Escolheu alguns caminhos errados e acabou vindo parar na Boca do Inferno em 2012. Apresenta o podcast do site, o Falando no Diabo, desde 2019. Fez parte da curadoria e do júri no Cinefantasy. Ainda fala de feminismos no Spill the Beans e de ciclismo no Beco da Bike.

16 thoughts on “A Maldição (1996)

  • 04/09/2016 em 11:09
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    Eu li o livro quando era adolescente e agora estou encantada em descobrir que tem o filme.

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  • 26/11/2015 em 15:14
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    Gostaria de assistir no you tube mas não consigo.

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      04/09/2016 em 00:18
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      Entrou na grade do Netflix esta semana!

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  • 30/09/2014 em 23:38
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    Um filme apenas razoável que contém alguns bons momentos em seu desenvolvimento. Essa é minha opinião.

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  • 29/06/2014 em 22:19
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    filme maravilhoso. a duras penas consegui o dvd vale muito a pena e o final contrariando os meus amigos infernautas e simplismente divino.

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  • 02/04/2013 em 20:07
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    Gostei dos 2, mas confesso que só li o livro depois e fiquei decepcionado em saber que o Mafioso morre, pois pelo menos para mim, Joe Mantegna arrebentou, e não parecia legal saber que ele morria… Uma boa adaptação, um abraço!

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  • 25/03/2013 em 00:53
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    O filme tem um final mais agradável que o do livro, porém quem reconhece SK por finais agradáveis?
    O filme é bom, o livro é ótimo. Só achei que, como todo filme eles o deviam fazer sem tantos cortes.

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  • 24/03/2013 em 16:52
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    tenho esse filme ja o vi muitas vezes acho bem agradavel,não tinha ideia que o gangster avia morrido.

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  • 21/03/2013 em 01:22
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    Gostei do filme quando assisti,mas concordo que o livro é bem melhor.
    Mto bom o texto,parabéns !

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  • 20/03/2013 em 11:34
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    Wow, que sessão nostalgia! Lembro que via este filme quando criança e morria de medo. Rs

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  • 18/03/2013 em 23:41
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    parabéns pelo ótimo texto.
    particularmente, gostei muito tanto do filme quanto do livro. Recomendo apenas que leiam o livro antes de ver o filme. abraços

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  • 18/03/2013 em 23:02
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    Eu li o livro e o filme é melhor na minha opinião, inclusive o final que é melhor que o do livro.

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  • 18/03/2013 em 20:18
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    Eu era um pivete quando vi esse filme,é divertido. 🙂

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