Experiência II – A Mutação (1998)

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Experiência II - A Mutação
Original:Species II
Ano:1998•País:EUA
Direção:Peter Medak
Roteiro:Dennis Feldman, Chris Brancato
Produção:Frank Mancuso Jr.
Elenco:Natasha Henstridge, Michael Madsen, Marg Helgenberger, Mykelti Williamson, George Dzundza, James Cromwell, Justin Lazard, Sarah Wynter, Nancy La Scala, Raquel Gardner

Depois do episódio com o DNA alienígena, que gerou uma série de mortes e a resposta às perguntas sobre vida inteligente em outros planetas, o governo decidiu pela clonagem de Sil, a híbrido do primeiro filme, gerando Eve (Natasha Henstridge), para aprender a combater o inimigo no caso de uma possível invasão. Enquanto Eve é mantida no mesmo laboratório da outra cobaia do filme anterior, a América pode se orgulhar por finalmente conseguir mandar o Homem à Marte, mais precisamente Patrick Ross (Justin Lazard, de Soldado Universal – O Retorno), filho do Senador Judson Ross (o veterano James Cromwell, visto recentemente em O Artista), com sua equipe formada também por Dennis Gamble (Mykelti Williamson, de Premonição 4). Em solo marciano, Patrick colocou a bandeira americana, disse alguma frase de efeito, e coletou material para análise, incluindo mais DNA alienígena, deixado lá como armadilha para futuros exploradores. Esse é o argumento inicial do longa Experiência II – A Mutação, lançado três anos depois do original, tentando pegar carona no seu sucesso, mas falhando consideravelmente.

Se a ideia de clonar um inimigo para aprender a destruí-lo já não seria suficientemente absurda, o roteiro de Chris Brancato vai mais além ao misturar astronautas, uma cabana de filhotes alienígenas, uma vacina baseada numa anemia, sexo com prostitutas ignorando a busca pelo parceiro perfeito, comunicação telepática e criaturas indestrutíveis. Parece que elas querem continuar acasalando, mas, ao invés de aproveitar os dois astronautas contaminados para o feito, o furo no roteiro é tão grande que as criaturas do espaço optam por escolher humanos até a hora em que Patrick descobre a existência de Eve e decide encontrá-la.

O astronauta Patrick aproveita a fama adquirida pela conquista espacial e sai transando com meio mundo para depois recolher as crianças e levá-las até um local isolado. Enquanto isso, Eve cresceu sem ter contato com os homens, embora assista a séries de TV como Os Gatões (!!!). É através da televisão que ela aprende a se comunicar e até a dirigir (!!!), permanecendo dócil até o momento em que conhece seu parceiro alienígena e decide fugir dali. Sabendo da força e capacidade das criaturas, principalmente pela demonstração de Sil em sua fase infantil, sabe-se lá porquê o laboratório americano não optou por utilizar vidros resistentes e uma segurança capaz de evitar a fuga.

Com uma ameaça à solta, Dr. Laura Baker (Marg Helgenberger) entra em contato com Press Lenox (Michael Madsen), para que ele mais uma vez cace as criaturas, com um bom incentivo financeiro. Ele agora já não é mais um assassino do governo, trabalhando com militares em testes de segurança de bancos e embaixadas. Apesar disso, sua eficiência para encontrar os alienígenas é quase nula, tendo como base o primeiro filme e a sequência que ocorre num supermercado. Press conta com o apoio cômico de Dennis, provavelmente substituindo Forest Whitaker, que escapou de manchar sua carreira a tempo.

Se os motivos para assistir Experiência II estão voltados apenas para Natasha Henstridge, a decepção também será evidente. A atriz aparece pouco, sem a sedução do anterior, dando espaço para outras garotas que Patrick encontrará pelo caminho. Ainda assim, o filme cumpre sua função erótica, enchendo a tela de peitos, sem deixar de lado o sangue e gore, únicas qualidades do longa. Se no primeiro Sil era discreta, exibindo aos poucos sua forma original, aqui há todos os tipos de nojeiras, tentáculos, criaturas estranhas, além de vísceras e sangue para todo lado.

O roteiro confuso e exagerado, a cargo de Chris Brancato (que atualmente só trabalha em episódios de séries e filmes para a TV), ainda se esforça para buscar novos caminhos, porém acaba se esbarrando em repetições como a fuga da alienígena e a necessidade de perpetuação da espécie. Todo o esforço para evitar o nascimento de um filhote no primeiro filme cai por terra quando Patrick inicia uma batalhão de pequenas criaturas, sem a agressividade do exemplar de Sil. Embora a situação pareça fora do controle, e esteja envolvendo políticos, os fatos são facilmente abafados sem que precisem explicar o desaparecimento das vítimas.

Na continuação, a natureza dos alienígenas é mais explorada, ainda que o seu planeta não seja apresentado, com apenas a menção da Galáxia Magellanic. Os aliens teriam visitado Marte há milhões de anos, aniquilando toda a vida existente como um câncer. Deixando rastros no solo marciano, o objetivo das criaturas seria perpetuar a espécie e destruir outros planetas. Há, pela primeira vez, a exibição de um exemplar masculino da espécie, na pele do astronauta Patrick: uma criatura quadrúpede, diferente do visual de Eve ou Sil.

Assim como o anterior, foi feita uma novelização da obra, trazendo mais detalhes da produção. Escrito por Yvonne Navarro, a obra traz curiosidades sobre a personagem Sil, como a sua habilidade em artes marciais, aprendida somente pela TV. E também aproveita para tapar alguns buracos como a cena em que Sil é atingida por metralhadoras. A regeneração de sua pele se deve à evolução da espécie, que teria desenvolvido uma membrana capaz de se proteger das balas, e também não seria abalada por envenenamento por gás, como mostrado em certo momento no filme.

Experiência II foi o último filme da série exibido nos cinemas. Em sua estreia, chegou a ocupar a quarta posição do box office, embora as críticas, em sua maioria, tenham sido negativas. James Berardinelli, da Variety, fez uma análise pessimista da produção, mas deixou evidente suas qualidades: há boas doses de sangue, gore, sexo simulado e carne nua que o previnem de nunca se tornar chato. Funciona como um filme B, repleto de efeitos especiais e ação!

Dirigido sem surpresas por Peter Medak (de séries como a nova versão de Além da Imaginação), Experiência II não contém um elenco de estrelas como o original, nem uma participação mais efetiva de Natasha Henstridge, mas, ainda assim, pode divertir com sua explosão de nojeiras e o confronto de dois alienígenas. Apesar dos efeitos especiais mais bem elaborados, é claramente uma produção caça-níqueis, desnecessária e repleta de clichês do gênero. Pode divertir, se você não esperar muito!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

4 thoughts on “Experiência II – A Mutação (1998)

  • 14/05/2014 em 18:06
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    Meu favorito da franquia. O primeiro foi bom, mas os efeitos especiais principalmente no seu final deixaram muito á desejar, no segundo esse problema foi corrigido e as criaturas ficaram bem mais realistas e convincentes. O visual do Patrick feito pelo saudoso H.R. Giger ficou perfeito !! Ao contrário de muitos, eu acho que esse filme muito bom !

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    • 18/11/2023 em 04:07
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      Meu deus como vocês são chatos kk o filme é ÓTIMO, vocês tão enfiando lógica demais numa história FICTÍCIA e muito bem executada. Não tenho NADA de negativo pra falar desse filme

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  • 29/03/2013 em 22:11
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    NEM LEMBRO MUITO BEM DESSE FILME APESAR DE TER ASSISTIDO ELE.

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  • 29/03/2013 em 20:52
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    não foi bom como o primeiro , menos assustador. elenco mais fraco tirando natasha e michael madsen os d+ não implacaram..

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