Noite Infernal
Original:Hell Night
Ano:1981•País:EUA Direção:Tom DeSimone Roteiro:Randy Feldman Produção:Bruce Cohn Curtis, Mark L. Rosen, Irwin Yablans Elenco:Linda Blair, Vincent Van Patten, Peter Barton, Kevin Brophy, Jenny Neumann, Suki Goodwin, Jimmy Sturtevant, Hal Ralston, Carey Fox |
Voltamos ao início da década de 80, mais exatamente ao ano de 1981. O sucesso das franquias Sexta-Feira 13 e Halloween estabelecia as regras “oficiais” do que hoje chamamos de slasher; suas réplicas se multiplicavam sem qualquer controle em produções de baixo orçamento cujos roteiros, na maioria das vezes, apenas variavam a fórmula “jovens com pouquíssimo cérebro em busca de sexo que acabam esquartejados, de preferência por algum assassino em série mascarado”. Este mesmo ano acabou sendo conhecido como um dos mais produtivos para o gênero, com pelo menos 30 produções lançadas – entre elas as continuações dos já citados Sexta-Feira 13 e Halloween, além dos ótimos Dia dos Namorados Macabro e Quem Matou Rosemary?.
Concordo que as comparações são tão injustas quanto inevitáveis, principalmente quando tentamos dimensionar algo tão subjetivo quanto a qualidade e a aceitação de um filme de terror. Porém, ainda insistindo neste ponto, Hell Night, objeto deste breve texto, pode ser considerado inferior aos slashers citados no parágrafo anterior. Não que o filme seja um desastre, muito pelo contrário: rever ou mesmo assistir pela primeira vez Noite Infernal (título adotado pelas distribuidoras da época) revela-se uma atividade gratificante, principalmente quando levamos em conta características como a “inocência maliciosa” das produções da época, a despretensão do enredo genérico e a presença sempre bem vinda da exorcizada Linda Blair.
A trama de Hell Night é absurdamente simples: um grupo de estudantes é desafiado a passar a noite em uma mansão cujo passado esconde uma grande tragédia – o patriarca teria matado os filhos deficientes e a esposa. Se “sobreviverem”, os jovens serão aceitos como novos membros da Fraternidade Alfa Sigma Rho. É claro que a intenção dos veteranos é pregar uma grande peça, assustando os calouros e os levando a acreditar que o local é assombrado. Mas a situação foge do controle, quando um a um, eles são assassinados. O roteiro, que segue com certa habilidade a cartilha dos slashers, é assinado por Randy Feldman, responsável por outras tramas de menor expressão, como Tango e Cash (produção de 1989 protagonizada por Stallone) e Vencer ou Morrer (este estrelado por Van Damme em 1993). Contudo, a maior deficiência de Noite Infernal encontra-se no próprio roteiro: a incapacidade de conceber um vilão convincente ou com características mais complexas – que de alguma maneira pudesse encarar os Freddys e Jasons da época.
O elenco traz, além de alguns jovens pouco conhecidos e de futuro nada promissores, a já citada presença marcante de Linda Blair – oito anos depois de viver a garotinha possuída de O Exorcista (1973). Uma pequena curiosidade: a atriz afirma que sempre tentou, em vão, desassociar a sua carreira do gênero horror. Ironia ou não, seu último trabalho com algum destaque foi exatamente uma sátira do filme que a revelou, em A Repossuída (1990).
Já a direção ficou a cargo do americano Tom DeSimone, que pouco tempo depois ficaria conhecido por duas produções do gênero WIP (Women in Prision): Confidências de uma Prisioneira Americana (1982) e Reformatório de Mulheres (1986). DeSimone tem um desempenho discreto em Noite Infernal, embora construa com eficiência uma atmosfera quase de pesadelo, principalmente nas enevoadas tomadas externas e nas perseguições dentro dos túneis abaixo da mansão.
Embora pareça contraditório considerar a postura “B” assumida dos slashers um ponto positivo, é preciso compreender o esforço destas produções em superar as próprias limitações técnicas e de orçamento. Notamos isso nas irregularidades de Hell Night, que intercala algumas sequências monótonas e vários bons momentos, além de um desfecho bem acima da média.
Enfim, Noite Infernal merece ser conhecido, não pelo enredo em si, mas por ser um exemplar razoável de uma das melhores safras do gênero slasher. A recompensa talvez seja compreendermos uma época em que nós, espectadores, éramos bem menos críticos e que a simplicidade das produções sobrepunha-se muitas vezes a técnica, sem comprometer o essencial do cinema: a diversão.
Sempre via nas locadoras, na época do VHS, mas nunca peguei…
quero Vê muito esse filme, pois gosto muito dos slashers dos anos 80..
parece divertido, de vez em qdo um slasher veiaco é bom pra passar o tempo e sentir aquele saudosismo kk
Fiquei muito interessado! Uma pena que devo penar para achar isso on-line e se achar, deve vir um 1 ou 2 GB. Aí é foda!
Com certeza Noite Infernal vale a pena ser conferido apenas pela presença do belo rostinho de Linda Blair, que ficou marcada ao mesmo tempo positivamente e negativamente pela menininha possuida de O Exorcista.
Os filmes com Blair devem ser vistos como pura diversão, e como passatempo para se conhecer um pouco mais do trabalho dessa atriz que ficou esquecida no tempo.
DEVE SER RUIM PRA CARAMBA.
Não é. Na realidade, considero esse um dos melhores slashers. Apesar da trama simples e das limitações técnicas, esse é um dos raros slashers que os personagens não morrem como moscas. Eles realmente batalham pra sobreviver, hehe.
Até agora, o pior slasher dos anos 80 que eu assisti é o “Feliz aniversário pra mim”. Se esse daí for melhor do que esse filme, já é alguma coisa.
Assisti! É melhor, mas isso também não diz muita coisa, tamanha a bagunça que é o “Feliz aniversário pra mim”. Bom, pelo menos o roteiro desse aqui é mais conservador na narrativa e, sinceramente, até consigo vislumbrar uma nova visita a esse filme em algum momento no futuro, o que é algo que não consigo me imaginar fazendo com o filme anterior…
Concordo com a crítica no que diz respeito ao vilão, ele foi muito mal concebido. Não tem carisma e não bota medo algum! Fiquei imaginando depois o porquê de não terem bolado a idéia dos irmãos Garth serem canibais. Uma cena mostrando um deles comendo um dos amigos mortos da turma teria sido bem legal. Isso teria adicionado uma camada de profundidade no vilão. Imagine vc sendo perseguido por um cidadão que quer devorar a sua carne? Seria mais assustador, não?
Porém, a falha mais grave desse filme não é nem isso, é o descompasso no rítmo da narrativa. Costumo pensar que os maiores diretores do cinema são aqueles que conseguem intercalar bem as falas com a ação, e esse filme falha miseravelmente nisso. Os diálogos tbm não prendem e algumas cenas são muito desnecessárias; as sequências que mostram o Seth pedindo ajuda na rua ou na delegacia, por exemplo, poderiam muito bem ter sido limadas do roteiro que não fariam a menor falta! Por que diabos o Seth não poderia, simplesmente, ter encontrado a arma do próprio Peter?! Pra não dizer que os diálogos são de todo ruins, eu destaco aquela conversa do Marti com o Jeff, sobre pobreza e riqueza, e aquela coisa da Denise sempre confundir o nome do Seth com Wes(???) rsrs De qualquer forma, alguma coisa funcionou na construção dos personagens, pois eu tive pena de todos, com exceção do Scott e da May, que não foram muito bem elaborados. O tempo que gastaram com o Seth poderia ter sido melhor aplicado nesses dois. Falando na May, pelo comentário do diretor presente no extra do DVD “Slashers vol. 2”, da Versátil, ele diz que a cena da cabeça decapitada dela não foi mostrada na versão original, só depois numa versão sem censura. Sentiram muito a exclusão dessa cena, pois tanto a atriz quanto o criador de efeitos especiais penaram pra fazê-la.
Eu gostei muito desse filme na época que assisti, não sou tão exigente com os filmes da década de 80/90 principalmente pq
cresci assistindo eles então tem aquela coisa da nostalgia, possui esse hell night em dvd com legenda embutida, esse e um outro que a Linda Blair tbm atua que acho que é menos conhecido ainda : “grotesk “.
Esse ator aê da foto com a Linda Blair é o Peter Barton, aquele do “Sexta-Feira 13 – Parte 4, que o Jason esmaga a cara dele na parede do banheiro. 🙂