Balada para Satã
Original:The Mephisto Waltz
Ano:1971•País:EUA Direção:Paul Wendkos Roteiro:Ben Maddow, Fred Mustard Stewart Produção:Quinn Martin Elenco:Alan Alda, Jacqueline Bisset, Barbara Parkins, Bradford Dillman, William Windom, Kathleen Widdoes, Pamelyn Ferdin, Curd Jürgens, Curt Lowens, Gregory Morton, Janee Michelle, Lilyan Chauvin |
“Nada tenho que não venha de ti, meu mestre, meu príncipe bem amado, meu pai demônio. Não terei outros deuses diante de ti, e devo tudo ao demônio, e ao espírito mal que és tu. Vem, vem, vem,… vem o antecessor, vem demônio, vem príncipe e pai, vem Deus, vem teu nome senhor, vem meu príncipe, vem, vem o antecessor, vem demônio, vem príncipe e pai, vem Deus, vem teu nome senhor, vem, não terei outros deuses diante de ti, e devo todos os dias ao demônio e ao espírito mal que és tu. Vem, vem, meu pai, meu mestre…” – Duncan Ely, à beira da morte
Dentro do gênero horror, riquíssimo em ideias e estilos, um dos tipos de cinema que mais incomoda e interage com o público é inevitavelmente aquele inspirado em histórias satânicas. O horror aos demônios e tudo aquilo que envolve o Mal absoluto sempre afetou o ser humano, que historicamente é influenciado por crenças e religiões. E nada mais agressivo e repulsivo ao Homem do que o temido Diabo e sua imagem encarnada de tudo que é ruim, como o sofrimento, dor, doenças e morte.
Um dos maiores exemplos é o clássico O Exorcista (1973), de William Friedkin, com sua história de possessão demoníaca em uma pobre garota de apenas 12 anos, e que causou imenso choque e um impacto fulminante no ponto fraco do público: o próprio demônio encarnado na pele de uma inocente criança. Não houve um só espectador que não tenha se sentido atingido ou incomodado em cenas como a sangrenta masturbação da criança possuída com um crucifixo, ou os nojentos vômitos expelidos por ela na forma de jatos gosmentos de bílis esverdeadas.
Esse é o caso do também demoníaco, porém bem menos agressivo, Balada para Satã (1971), que investe no clima de horror psicológico, sem deixar contudo de envolver e incomodar o público.
Um famoso pianista já idoso e doente terminal com câncer, Duncan Ely, interpretado por Curt Jurgens, faz um pacto com o demônio para voltar à vida no corpo de um jovem jornalista e também pianista sem sucesso chamado Myles Clarkson, interpretado por Alan Alda. O Sr. Duncan na verdade é um adorador do diabo e apaixonado por sua filha Roxanne, interpretada por Barbara Parkins, a ponto de proporcionar a morte de sua própria esposa através de um ataque violento de um cão negro e feroz da família (que lembra muito a fera de Zoltan, o cão vampiro de Drácula – 1977).
Atenção aos spoilers que contarão o final do filme no próximo parágrafo! Se não quiser saber como termina, avance a leitura ao seguinte.
Após conhecer e seduzir Myles, tornando-o amigo pessoal de sua família, o Sr. Duncan tem uma forte crise de leucemia e morre, onde num ritual satânico assume o corpo do jovem pianista, ajudado por sua filha Roxanne. A esposa de Myles, interpretada por Jacqueline Bisset, desconfiada dessa conspiração demoníaca, passa a ter terríveis pesadelos onde é envolvida pelos adoradores do diabo, que acabam matando sua filha para entregarem a alma à Satã, e cujas imagens de seus sonhos sempre acabavam tornando uma macabra realidade. Sabendo depois que seu marido agora na verdade está possuído pela alma do Sr. Duncan, ela torna-se perturbada pelos fatos diabólicos ao seu redor e acaba pactuando também com o demônio, suicidando-se numa banheira e num ritual diabólico transporta-se para o corpo de Roxanne, a filha e amante de Duncan, para ficar próxima ao corpo do marido.
Um filme muito interessante, sem a presença do característico final feliz, o que já o torna especial, pois os personagens são envolvidos numa trama demoníaca e onde o próprio Satã, oculto em seus subconscientes, é o mestre de cerimônias e senhor absoluto de suas almas, arrebanhando todos para sua legião macabra no inferno. No melhor estilo de thriller psicológico que lembra o clássico O Bebê de Rosemary (1968), de Roman Polanski, a história se desenvolve num clima gótico do mais puro horror sobrenatural, com altas doses de suspense e erotismo, graças às participações das lindíssimas Jacqueline Bisset e Barbara Parkins. A fotografia sombria e por vezes nublada e envolta numa densa atmosfera de ocultismo, enfatiza os momentos de medo, onde não há a violência explícita, e sim somente o horror sugerido e sufocante, acompanhado pela fantástica trilha sonora do mestre Jerry Goldsmith, responsável por acordes musicais que objetivam gelar a alma do espectador em meio ao crescente suspense.
É uma típica produção para a televisão, baseada na história The Mephisto Waltz, de Fred Mustard Stewart, produzida pelo mesmo criador de consagradas séries de TV dos anos 60, como Os Invasores e O Fugitivo, Quinn Martin, e dirigida por um especialista da telinha, Paul Wendkos, responsável por inúmeros episódios de Os Invasores e telefilmes como Fugitivos de Alcatraz (1987) e Nos Braços da Morte (1989). Os atores coadjuvantes participaram como convidados em diversas produções para a televisão como a presença de William Windom em Os Invasores e Bradford Dillman em Galeria do Terror, de Rod Serling (Dillman também teve participação importante no cinema como em A Fuga do Planeta dos Macacos – 1971). Alan Alda e Jacqueline Bisset são os astros maiores desse filme, os quais tiveram inúmeras participações em outras produções de Hollywood. Alda, entre outros, fez Crimes e Pecados (89), A Ilha Sinistra (83) e As Quatro Estações do Ano (81, nesse foi também o diretor e roteirista), e Bisset estrelou À Sombra do Vulcão (84), Assassinato no Expresso Oriente (74) e Cassino Royale (67).
Felizmente para os fãs do cinema de horror, ainda podemos acompanhar bons filmes despretensiosos como Balada para Satã em DVD no mercado brasileiro pela Fox, e que na verdade são grande entretenimento e garantem bons momentos de suspense, onde somos envolvidos em tramas demoníacas que inevitavelmente afetam a imparcialidade do espectador e o convida a participar do roteiro.
AH EU NÃO ACHEI O FILME TUDO ISSO. ELE REALMENTE É UM BOM EXEMPLAR DO TERROR PSICOLÓGICO, MAS ACHO QUE TEM UM FURO NO FINAL DO FILME. UÉ SE A MULHER DO PERSONAGEM DO ALAN ALDA SABIA QUE O MARIDO NA VERDADE ERA O DUNCAN, PQ ENTÃO ELA FEZ O RITUAL E TRANSFERIU SEU CORPO PARA O CORPO DA FILHA DO DUNCAN, SENDO QUE NA VERDADE ELA VAI FICAR PRÓXIMA DO DUNCAN E NÃO DO PERSONAGEM DO ALAN ALDA. FICOU MEIO ESTRANHO ISSO E SEM SENTIDO. MAS DE UMA FORMA GERAL É UM BOM FILME. AQUELES SONHOS DÁ UM FRIO NA ESPINHA E ATMOSFERA DO FILME TAMBÉM É DE ARREPIAR. EU DEI 3 ESTRELAS E JÁ ACHO MAIS DO QUE SUFICIENTE.
Um dos melhores filmes de terror de todos os tempos !
Tenho o livro. Maravilhoso! Uma grande editora poderia ver como relançar o livro, pois merece muito!!!
Filmaço, uma pena não ser tão reconhecido!
me interessei,os melhores são os mais antigos mesmo.
Vou procurar esse filme, esse gênero é difícil de achar bons filmes, a maioria é tudo setentista, não que seja ruim tem todo o clima. Mas parece que não fazem uns ons com a produção de hoje, um apena. SATAN clama por qualidade hahaha.