Cronos
Original:Cronos
Ano:1993•País:México Direção:Guillermo del Toro Roteiro:Guillermo del Toro Produção:Arthur Gorson, Bertha Navarro Elenco:Federico Luppi, Ron Perlman, Claudio Brook, Margarita Isabel, Tamara Shanath, Daniel Giménez Cacho, Mario Iván Martínez, Farnesio de Bernal, Juan Carlos Colombo, Jorge Martínez de Hoyos, Luis Rodríguez, Javier Álvarez, Gerardo Moscoso, Eugenio Lobo, Adriana Olivera |
Quando escrevi sobre Não Tenha Medo do Escuro, em outubro de 2011, iniciei minha análise com a seguinte frase: “Não é à toa que a primeira informação que aparece no filme seja o nome do cineasta Guillermo del Toro.” Se levar em consideração que esse remake só tem o roteiro do cineasta, tendo sido comandado por Troy Nixey, o que dizer então de um filme em que seu nome só aparece na tela depois de sete minutos, mas com a informação: “Escrito e dirigido por Guillermo del Toro“? Pois é. Entre o seu primeiro filme, Cronos (1993), e qualquer outro trabalho posterior há um grande abismo, que separa o conteúdo de sua marca. Pode-se dizer que o nome do cineasta se transformou em um rótulo de boa produção fantástica, uma característica que, com certeza, irá atrair curiosos. Além de sua capacidade única de trabalhar de forma mágica com o grotesco, Guillermo é conhecido por nunca recusar um projeto que é deixado sobre sua mesa, tanto que, se ele dirigir cada filme que já foi considerado como futuro trabalho, ele precisaria viver mais de cem anos ou talvez encontrar algum artefato que traga vida eterna.
E é exatamente esse o tema de seu filme de estreia. Uma história de vampirismo extremamente original, num drama sutilmente assustador, com elementos que podem lembrar Deixe Ela Entrar, escrito uma década depois. Cronos passeou por diversos festivais – França (Cannes), Canadá (Toronto) e Portugal (Fantasporto) -, arrecadando mais críticas positivas do que valores que pudessem compensar os dois milhões gastos na produção. Ainda assim, quatro anos depois, del Toro sairia do México para comandar seu primeiro sucesso, Mutação, a partir de um conto de Donald A. Wollheim.
Embora tenha visto todos os filmes dirigidos pelo cineasta, eu não conhecia Cronos. É aquele típico longa em você deixa para ver depois, dando lugar para outras produções. Ao término, fiquei pensando, com uma certa angústia, naquela última imagem onde uma criança encosta a cabeça no peito de alguém como se estivesse verificando se o coração ainda batia. Um quadro belíssimo, uma expressão de ternura, que resume toda a obra de forma magnífica. A vontade do espectador é apenas querer estar no lugar da garotinha para também conferir os batimentos, com a esperança de um único toque.
Cronos tem início com uma narração do veterano ator Jorge Martínez de Hoyos (do clássico Sete Homens e um Destino). Ele conta que em 1536, o alquimista Humberto Oganelli desembarcou em Veracruz, no México, onde desenvolveu um artefato de ouro conhecido como Cronos, capaz de dar vida eterna a quem souber usá-lo. Quatro séculos depois, em 1937, com o desabamento de um prédio, é encontrado morto, com uma perfuração no peito, o tal alquimista, com uma pele estranha. Pouco foi divulgado sobre sua morada, mas as imagens mostram uma pessoa pendurada pelos pés (a la Deixe Ela Entrar) e um balde para retirada do sangue. Tudo no local é leiloado, chegando às mãos de um velho vendedor de antiguidades a estátua de um arcanjo.
Jesus Gris (interpretado pelo ator favorito de del Toro, Federico Luppi) trabalha no local em companhia de sua neta Aurora (Tamara Shanath, num visual que fará o espectador se lembrar de Sally, de Não Tenha Medo do Escuro, e a Ofélia, de Labirinto do Fauno). Depois que ele recebe a visita do curioso Angel (mais um favorito do diretor, Ron Perlman), que chega a furar os olhos da estátua, Jesus encontra na base o tal Cronos. Angel trabalha com o tio Dieter de la Guardia (Claudio Brook) e não entende a fixação de seu moribundo parente por essas estátuas.
Ao ativar um mecanismo de Cronos, o objeto se abre como um escaravelho, cravando suas garras nas mãos de Jesus, retirando sangue e ao mesmo tempo injetando um líquido misterioso. Sem saber a razão, Jesus passa a sentir mais jovem, mais vigoroso, para a alegria de sua amada Mercedes (Margarita Isabel). Ao se aproximar dos De la Guardia, ele percebe o poder sua aquisição, mas sabe que terá que enfrentar problemas para ficar com o objeto, enquanto tenta entender sua nova obsessão por sangue humano.
Ao mesmo tempo que demonstra satisfação pela capacidade física adquirida, Jesus vê nas expressões de Aurora a sua humanidade. Proferindo apenas uma palavra ao longo do filme inteiro, a pequena não se importa com as novas condições do avô, pois nutre um amor sincero, sendo capaz de defender e protegê-lo se for preciso. Embora tenha esse lado dramático, o horror está presente em Cronos, seja na cena em que Jesus retorna dos mortos ou quando enfrenta Dieter em seu quarto, entre os órgãos expostos.
Sem dentes longos, mas com a mesma pele frágil, Cronos é um filme peculiar sobre vampiros. Um drama com elementos de horror cativante, com a marca de um cineasta que mostraria ao mundo seu talento de traduzir enredos em quadros belíssimos – qualidades que deixariam rastros nas suas futuras produções.
Comprei um box da Versátil chamado “Vampiros no Cinema”, q tem este filme. Antes de assistir hoje, li na breve sinópse q, entre outras coisas, o filme é original, e é exatamente o q se confirmou durante o filme todo: originalidade! Provavelmente por ser tão original, não agrade a quem crie espectativas de ver situações clássicas de filmes de vampiros, mas eu adorei este filme, talvez justamente por não ter criado praticamente nenhuma espectativa, assisti com a mente aberta para o q viesse, e posso dizer com certeza q não me arrependi.
um filme que prometia, pois tem bons atores e um bom diretor mas muito fraco no enredo, trilha sonora ridicula e um final tosco (luta no telhado…). Enfim, perdi meu tempo.
Alem das tentativas de mensagens subliminares ( por no minimo 3 vezes aparecem frases em caracteres que desconhecemos, cirilico, chines, etc, alem do nome do protagonista – Jesus Gris).
Bem, boa sorte a que quiser assistir a uma porcaria.
É um bom filme..
queria ver,nunca tinha ouvido falar desse filme.
tirou as palavras da minha boca.
del Toro é um gênio, sem mais.