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Segredos de Sangue (2013)

Segredos de Sangue
Original:Stoker
Ano:2013•País:EUA, UK
Direção:Chan-wook Park
Roteiro:Wentworth Miller
Produção:Michael Costigan, Ridley Scott, Tony Scott
Elenco:Mia Wasikowska, Nicole Kidman, Matthew Goode , David Alford, Peg Allen, Lauren E. Roman, Phyllis Somerville, Harmony Korine, Lucas Till, Alden Ehrenreich

E não é que conseguiram levar Chan-wook Park para Hollywood? O talentoso diretor coreano, responsável pela famosa trilogia sobre vingança (Mr. Vingança, Oldboy e Lady Vingança), e outros belos trabalhos como Sede de Sangue e I’m a Cyborg, but that’s Ok, chega aos EUA para dirigir o instigante suspense Segredos de Sangue, com roteiro de Wentworth Miller, o Michael Scofield da série Prision Break.

A trama começa com a notícia da morte do patriarca da família Stoker. A recém viúva Evelyn Stoker (Nicole Kidman), e sua filha India (Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas), se surpreendem com a chegada de Charles Stoker (o galã Matthew Good). A existência de Charles era até então desconhecida pelas mulheres da família, mas não pela governanta e por outros parentes próximos a família. A partir da chegada do sedutor tio de India, começa um estranho jogo de sedução entre Charles, Evelyn e India, por quem o tio tem uma estranha obsessão.

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O nome original da família soa como uma homenagem a Bram Stoker, o que até nos leva a crer durante a projeção uma relação com o vampirismo. Com influências de Hitchock, o roteiro conduz o espectador a tentar descobrir sobre o passado do misterioso Charles.  India é resistente a sua presença; a garota era tão ligada ao pai, que não tinha aproximação nem com a própria mãe. Já Evelyn cede rapidamente aos encantos do seu cunhado, pois via nele uma jovialidade há tempos perdida pelo seu falecido marido. Os mistérios vão se revelando ao pouco entre as atitudes de Charles, que, frio, não parece se importar com as ameaças de quem o conhece. Enquanto a relação entre India e o Tio parecem se esclarecer, sentimos uma semelhança entre os dois personagens. Uma pena que Wenteworth se perde no roteiro, e acaba por procurar o caminho mais fácil para a revelação do “segredo”, quebrando toda a tensão criada pelo clima construído até então.

A direção de Chan-wook Park é impecável: o coreano trabalha com uma beleza estética, aliando a bela trilha sonora com a estonteante fotografia, criando simbolismos para aguçar o sentido de algumas situações como a cena de aproximação entre Charles e India, onde, ao piano, a cada nota tocada, a garota parece entrar cada vez mais no clímax do desejo – cena ligada a outra onde uma aranha sobe pelas pernas de India, em uma estranha e bela maneira de mostrar que o mal estava prestes a entrar nela.

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Entre belos planos e enquadramentos, Park acerta também na construção dos personagens: Nicole Kidman representa com sensualidade o papel da “esposa perfeita”, mas que parece não se abalar tanto com a morte do marido, caindo rapidamente na sedução de Charles, personagem misterioso de Matthew Good, bem à vontade no papel. Mia Wasikowska cria uma figura estranha, reclusa, que começa a descobrir sua sexualidade com a chegada do tio, construindo muito bem a transição da personalidade de India no decorrer da trama.

Segredos de Sangue está longe de ser o melhor trabalho de Park, mas ele fez o que pode com o roteiro que tinha em mãos e as amarras do cinema estadunidense. Hollywood só tem a ganhar com a presença de Park, desde que o deixem explorar sua criatividade.

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14 Comentários

  1. O que me fez não gostar tanto do filme foi que eu achei que se tratasse de outra coisa, na verdade eu tinha praticamente certeza que o “segredo” fosse outro(culpa tanto da tradução quanto do título original), mas a surpresa até que foi boa, e o desfecho também.

  2. É um filme muito bom,bem tenso e com um desfecho legal

  3. é um bom filme,mas nada de espetacular,e eu adorei a tensão sexual dele hahaha.

  4. Gostei da direção, achei o roteiro razoável, a revelação final interessante e a atuação da Nicole Kidman primorosa (pra mim, ‘“I can’t wait to watch life tear you apart” já é uma das frases icônicas do cinema). Mas odiei a personagem de India e a composição da Mia Wasikowska, ela é insuportavelmente chata, torci muito para ela morrer.

    1. Bruno,

      sugiro ver o filme, se eu falar perde a graça

      1. Bruno, não sugiro ver o filme. Verdadeira bosta.

  5. Eu achei o filme muito bom , as atuações de todos são mt boas e o final surpreendente.

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