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Monster Dog - Uma Noite de Horror
Original:Monster Dog / Leviatán
Ano:1984•País:Espanha, EUA, Porto Rico
Direção:Claudio Fragasso
Roteiro:Claudio Fragasso
Produção:Clark Tyrrel
Elenco:Alice Cooper, Victoria Vera, Carlos Santurio, Pepa Sarsa, Pepita James, Emilio Linder, Ricardo Palacios, Luis Maluenda, Barta Barri, Charly Bravo, Fernando Conde, Fernando Baeza

“Vocês o fizeram. Sentem o vento? Ele levanta a neblina e sopra as nuvens que encobrem a lua. Agora ele voltou, comandará os cães e todos morrerão.” (Velho Louco)

Eu sempre acreditei que certas pessoas têm dons especiais: algumas como Stephen King, tem o dom da escrita, enquanto outras como Mozart, o dom da música…. Mas nem todos estes dons são necessariamente bons e um grande exemplo disso é uma pessoa de alcunha Clyde Anderson, ou melhor, Cláudio Fragasso. O picareta disfarçado de diretor e roteirista tem o dom de fazer filmes ruins como ninguém (talvez tenha sido o professor do “cineastaUwe Boll) e parece que onde ele põe a mão vira bomba, mas como não vou conseguir falar muito dele sem emitir um palavrão, vamos a pergunta que vale um milhão: o que você espera de um filme roteirizado e dirigido pelo Cláudio Fragasso e estrelado pelo rockeiro-esquisitão Alice Cooper? Uma bosta, uma merda, um cocô ou todas as alternativas anteriores??? Hehehe, enquanto você pensa na resposta, vou te dizer o que te espera se um dia você for condenado à pena de morte por lesão cerebral irreversível.

No que o Fragasso chama de roteiro, Alice Cooper é Vicent “Vince” Raven, um rockeiro (e você pensou que fosse o quê?) que pressionado pela gravadora, resolve voltar com sua equipe, composta pelo interesse romântico Sandra (Victoria Vera) mais Frank (Carlos Santurio), Marilou (María José Sarsa), Ângela (Pepita James) e Jordan (Emilio Linder), para a sua terra natal para ter inspiração para seu próximo vídeo clipe. Vince não aparece por lá faz 20 anos e o único que ficou no local é o velho zelador Joss, que colocou uma faixa de boas vindas na porta da antiga mansão da família de Vince, só que enquanto Joss prepara alguns lanches para a equipe, ouve alguns barulhos estranhos e sai para verificar. O velho então é atacado por uma matilha de cães raivosos e morre.

Pausa para uma breve análise desta cena: “Matilha de cães raivosos” para Fragasso são uma meia dúzia de cachorros que, quando Joss sai, nenhum deles não está nem aí pro velho e Fragasso coloca diversos sons de rosnados. Em seguida dá vários closes nos cachorros latindo e um close nos olhos de Jess, fim. Nenhum cachorro pulando, nenhum sangue, nada… Mas isso é só o começo.

Vince e sua equipe continuam prosseguindo para a mansão quando são alertados pelo xerife local sobre os cães raivosos que já mataram cinco pessoas na localidade. Mesmo assim eles prosseguem e o xerife e seu ajudante são mortos por um cachorro gigante (mesmo só de relance a aparência do bicho é horrível, no pior sentido da palavra).

Vince então acaba por atropelar um cão na estrada, mas não o mata, e por ele parecer que está sofrendo, Vince termina com o cachorro dando uma pedrada na cabeça dele. Aparece do nada um esfarrapado homem misterioso (misterioso, porque ninguém sabe quem ele é ou de onde veio, ele simplesmente aparece e ponto) que diz que esse ato de Vince vai despertar a fúria do líder dos cães, matando todos (Oh, please…).

Uma pessoa sensata sairia correndo de lá como um louco, certo? Mas estamos em um filme de Cláudio Fragasso, logo Vince vai atrás do velho que se embrenhou na mata, só que acaba vendo o monstro e volta para o furgão (detalhe que milagrosamente o bicho não seguiu os dois).

E incrivelmente resolvem continuar o seu caminho. Chegando enfim à mansão de Vince, a equipe se instala no local e Vince vai procurar por Jess. Então, mais à noite, a loirinha Ângela tem um pesadelo, onde é atacada pelo velho e encontra Vince transformado em um lobisomem – na melhor cena do filme (não encarem isso como uma esperança, porque a cena é mal filmada e recheada de clichês) – e leva a sério o sonho e acredita que é um sinal (um sinal?? hahaha..).

Só que Vince fica preocupado e revela que vinte anos atrás, famílias inteiras foram dizimadas por cães assassinos e seu pai foi considerado culpado porque, segundo ele, tinha uma doença cardíaca que o tornava louco e o fazia agir como um lobisomem (Fragasso é que devia ter um problema no cérebro para escrever uma coisa dessas).

Tudo corre bem no dia seguinte e o tal clipe é gravado (muito mal gravado, se querem saber), porém o corpo de Joss é encontrado e depois de mais algumas decisões absurdas dos personagens principais, o grupo é atacado por alguns moradores locais que querem matar Vince, pois acreditam que ele é um lobisomem como o pai.

Tiros (destaque para o tosco tiro de espingarda na cabeça), correria e finalmente chega a casa à “matilha de cães raivosos” e o grande monstro lobisomem (Hahaha…), que um machão faz a burrice de peitar o bicho usando uma arma sem balas e outra tenta matá-lo com uma tesoura (!!). Não há muita coisa mais o que contar, já que os que foram suficientemente fortes para chegar até aqui vão se deparar com um ridículo desfecho sem pé nem cabeça, cortesia do Sr. Fragasso.

Pelo menos, em um ato de extrema compaixão e consideração com aqueles que não resistiram e dormiram no meio da projeção, Fragasso faz um resumão do filme em forma de vídeo clipe que antecedem os créditos finais.

No roteiro, além de diálogos esdrúxulos, típicos de Fragasso, existem mais perguntas para serem respondidas do que efetivamente respostas, só para citar as principais: De onde os cães vieram? Por que estão atacando justamente neste dia? Por que estão com tanta raiva? Quem é aquele velho doido no meio da estrada? Acho que nem Cooper, nem Fragasso sabem…

Sobre a direção, já no começo da película rola um clipe e Fragasso já mostra que como diretor é tão bom como roteirista (isso não foi um elogio). A música é legalzinha, mas o timing é completamente torto e Cooper se limita a fazer caretas e olhar de cara feia para a câmera. E mais, as vozes são dubladas e isso deixa a coisa com mais jeitão de bagaço ainda. E o que falar das atuações? Alice Cooper não é um bom ator, temos que admitir, só que perto do resto do elenco, Fragasso conseguiu transformar o cara em um candidato ao Oscar.

Resumindo, mesmo quem está acostumado com porcarias de alto calibre, como eu, vai ter uma overdose: rende até algumas risadas por causa do mostro bonecão, mas em geral dá raiva dos personagens burros e do fiasco da direção. Se você for fã de Alice Cooper, daqueles que se atirariam debaixo de um ônibus por ele, assista a um DVD musical e seja poupado deste desfavor a sua própria sanidade.

Curiosidades:

– Lançado no Brasil com o selo Look Vídeo. Se por um acaso você encontrar esse filme mofando na locadora, a sinopse no verso da capinha traz informações falsas: Vince muda o nome para Lou e agora ele faz parte de uma equipe de jovens bailarinos (imagino o que essas pessoas estavam pensando para mudar a sinopse deste jeito).

– As duas músicas cantadas por Alice Cooper no filme, “Identity Crisis” e “See Me in the Mirror“, foram lançadas em CD só 15 anos depois do lançamento do filme, na coletânea “Life and Crimes of Alice Cooper“.

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9 Comentários

  1. O filme nao é chato como o Dinosaur From the Deep.

    Ele é divertido como o Troll 2, o Strike Commando. Por isso se tornou clássico do Cine Trash e do Cine Sinistro ao lado do Troll 2

  2. Nova nota
    – Pessoas normais: 1 caveira, danos cerebrais irreversíveis.
    – Amantes do Trash: 4 caveiras, afinal para que nexo?

    kkkkkk

  3. eu vi esse filme no saldoso cinetrash,e tão tosco que fica engraçado.
    da pra ver de boa e dar boas risadas.

  4. Depois Que O Alice Cooper se separou da sua banda original em 1973/1974 só decaiu e ainda participa de uma bomba dessas…..

    Vejo Que os Anos de alcoolismo do mr. cooper resultaram em problema no cérebro tambem , porque participar dum negócio desses .. francamente .

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