A Noite do Chupacabras
Original:A Noite do Chupacabras
Ano:2011•País:Brasil Direção:Rodrigo Aragão Roteiro:Rodrigo Aragão Produção:Hermann Pidner Elenco:Mayra Alarcón, Ricardo Araújo, Petter Baiestorf, Joel Caetano, Jorgemar de Oliveira, Kika de Oliveira, Walderrama Dos Santos, Margareth Galvão, Eduardo Moraes, Markus Konká |
Alguns anos atrás, o discurso era que o cinema brasileiro carecia de filmes de horror. Num cenário onde reinavam favela movies e comédias descartáveis com o padrão Globo de qualidade, sobrava pretensão e faltava sangue. Sangue fresco e abundante, daquele derramado não por vampiros e assassinos tipo exportação, mas por monstros da nossa terra, que falassem português errado e estivessem conectados com as crendices e superstições do nosso povo.
Em 2008, o cenário era um pouco diferente. Os cineastas independentes haviam sacado suas câmeras, e uma nova onda de filmes de horror caseiros deixavam claro que o brasileiro queria horror, muito horror. Claro que não se pode ignorar que produtoras como Canibal, Bulhorgia e Black Vomit já estavam na ativa há algum tempo, mas é só dar uma passada no Infernotícias, blog do meu amigo e colega Juvenatrix, para ver a quantidade de produções amadoras/independentes que surgiram naquela época. Não se podia dizer que o cinema brasileiro não tinha sangue e mutilações. Mas faltava alguma coisa.
Boas intenções e improviso fazem bom cinema, mas ainda tínhamos necessidade de um filme que contivesse não apenas isso, mas uma qualidade técnica e artística superior, e que atingisse mesmo aquele espectador esnobe, que vaia quando percebe que o efeito especial é falso. Todas as fichas estavam em Encarnação do Demônio, parte final da trilogia do Zé do Caixão, mas, infelizmente, apesar do alto valor de produção, o filme afundou comercial e artisticamente, vítima de seus excessos e dessa vontade de ser “o grande filme de horror nacional“.
Mas eis que chega um capixaba chamado Rodrigo Aragão, com uma pérola chamada Mangue Negro, filme de zumbis com claras influências de Evil Dead e Fome Animal, que, com uma história simples e direta, aliada a efeitos maquiagem excepcionais, atingiu o alvo que Encarnação do Demônio errou de longe.
Assim, Aragão e sua produtora Fábulas Negras entraram no radar dos infernautas como a grande esperança do horror nacional, e não foi pouca a expectativa criada em cima do seu novo filme, A Noite do Chupacabras. Prometendo um monstro 100% brasileiro, um nível técnico ainda mais incrementado e um roteiro mais complexo, o filme ganhou ainda mais notoriedade quando, no elenco, foram anunciados os videomakers Joel Caetano (da Recurso Zero Filmes) e Petter Baiestorf (da Canibal Filmes).
A Noite do Chupacabras segue a tendência, já consolidada em Mangue Negro, de fazer um produto com a cara e a alma do Brasil. Desde a trilha sonora, passando pelos personagens e ambientação, tudo é verde e amarelo. O foco do filme é a rixa entre duas famílias: os Carvalho e os Silva. Por conta de série de eventos violentos, os membros dos dois clãs entram em guerra, não poupando na crueldade na batalha para exterminar uma à outra. Caetano faz o (aparentemente) inocente Douglas Silva, enquanto Baiestorf interpreta o sádico Ivan Carvalho, melhor personagem do filme, que rouba cada cena em que aparece.
Só que, no meio da batalha, surge o monstro do título, interpretado por Walderrama dos Santos, enterrado sob a genial maquiagem criada pelo próprio Aragão. Guiado pelo cheiro de sangue derramado pelos rivais, o Chupacabras aumenta ainda mais a contagem de corpos. Para aqueles que acham que o título do filme indica algo na linha do trash, é impressionante como o monstro consegue transmitir a sensação de ameaça, especialmente quando persegue a mulher grávida de Douglas, Maria Alícia (a ótima Mayra Alarcón).
O banho de sangue é digno do Peter Jackson dos bons tempos, com tiros, cortes, mordidas, rasgões, socos chutes e facadas, até o ponto em que os personagens fiquem cobertos de vermelho. Seria muito fácil apoiar tudo nos efeitos especiais, mas Aragão acerta ao basear o filme nos personagens, e cria vários tipos memoráveis para mutilarem uns aos outros. O que mais diverte é o vilão Ivan (mérito também para a atuação de Baiestorf, demonstrando grande talento como ator), mas os personagens secundários são ótimos também. Aliás, é notável como no meio de tanta violência, o filme consegue encaixar um momento de diálogo brilhante, onde o personagem de Caetano tira alguns esqueletos do armário.
Dentre alguns pecados da edição, o erro mais gritante acaba sendo montagem da cena do ataque do Chupacabras à casa da família Silva, que fluiria melhor se fosse encaixada de forma mais dinâmica no tiroteio que acontece em paralelo. Também é uma pena que Walderrama dos Santos, um dos melhores atores do filme, tenha tão poucas falas em sua aparição “humana“. Aliás, a cena mais assustadora não envolve o Chupacabras, e sim, uma outra criatura do folclore brasileiro (numa interpretação satânica de Cristian Verardi).
Embora causando menos impacto que Mangue Negro, A Noite do Chupacabras é, sem dúvida, um produto mais bem-acabado. Isso faz dele um filme melhor? Depende de como se olha. Enquanto Mangue Negro apostava num gênero mais definido, A Noite do Chupacabras se arrisca mais. E mesmo que não acerte o tempo todo, Aragão se prova anos-luz a frente de muito aspirante a gênio que tenta abraçar o mundo. E ele promete fechar sua trilogia de eco-terror com Mar Negro. É esperar para ver!
onde acho dvd amig@s?
Eu adoro terror, trash etc. Assisto os filmes bons e os ruins (trash geralmente é ruim) mas gosto de assistir. O fato de gostar de terror e trash, não significa que vou achar o filme bom. Eu gostei muito do filme a Noite do Chupacabras, assisti duas vezes, mas falar que é bom, rsrsrs, não é. Porém é uma inovação, baixo custo, ta jóia…
Pera aí, a ideia é até legal, produção barata, cenário bem típico. Achei interessante, agora mas a atuação não é boa, som tuim. Por ser uma produção de baixo custo ta bom, é interessante ver o cinema brasileiro retomando rumos anteriores. Agora falar que é bom e dar nota 4, só se for pela força de vontade dos produtores e retoristas (que ao meu ver foi fraco). Mas ta certo… É um filme interessante, mas não posso dizer bom…
Adorei o filme, realmente vale a pena assisti-lo; e o meu personagem preferido é o Ivan. Este filme já está na minha lista de melhores filmes de terror.
O filme é surpreendente … comeca meio lento, passa pro trash … enfim parabens a equipe e ao diretor que com orcamento curto conseguiu fazer algo que diverte.
Só uma palavra para esse filme brasuca… SENSACIONAL.
me interessei.
Ótimos filmes, no trailer do Mar Negro dá para notar que os filmes estão todos ligados, como no Chupa Cabras o bêbado do bar cita o que está ocorrendo no lugar onde ocorre o Mar Negro, no trailer deste último mostra o Albino encontrando o acampamento do personagem do Cristian Verardi, que realmente foi uma ótima interpretação, ansioso para a assistir o Mar Negro 😀
esse filme é foda demais
Apesar de particularmente ter gostado mais de Mangue Negro, esse aqui não deixou nada a desejar. Não é tão trash, nem tão divertido, mas contém uma excelente história e trilha sonora, totalmente brazucas, as atuações estão melhores, ainda tem muito sangue e mortes bizarras e conta com um final ótimo. Achei muito interessante o fato do:
Chupacabras ser quase um segundo plano, pois as brigas das famílias acontecem durante praticamente o filme todo, o ser humano sempre pode ser mais monstruoso. O Ivan me dava mais medo que o chupacabras!
Um destaque especial para a maquiagem do chupacabras, achei mto bem feita mesmo!
Frase épica:
“Não tenho medo de buceta inchada e nem de cu cabeludo.”
Ótimo e super recomendado para os fãs de terror!