Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal
Original:Paranormal Activity: The Marked Ones
Ano:2014•País:EUA Direção:Christopher Landon Roteiro:Christopher Landon Produção:Jason Blum, Oren Peli Elenco:Andrew Jacobs, Jorge Diaz, Gabrielle Walsh, Renee Victor, Noemi Gonzalez, David Saucedo, Gloria Sandoval, Richard Cabral, Carlos Pratts, Molly Ephraim |
Definido como um “pequeno filme” pelas mãos de seu idealizador, Oren Peli, Atividade Paranormal tornou-se uma franquia imensa e, principalmente, lucrativa desde sua primeira instalação em 2009. Tudo ia muito bem ano após ano com as partes 2 e 3, porém a desconfiança tornou-se palpável em 2012, com a fria recepção de crítica da fraca quarta parte, o anúncio do “spin-off latino” e o adiamento de seu lançamento, que era previsto inicialmente para outubro de 2013.
Eis que finalmente podemos conferir Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal – com uma péssima rima no título que a distribuidora nacional resolveu bancar – dirigido e roteirizado por Christopher Landon (roteirista de todas as sequências de Atividade Paranormal) estampando mudanças bem vindas na maneira como o found footage é apresentado. Trata-se de um bom filme que assume novas nuances e possibilidades que podem trazer frutos nas continuações vindouras, embora a produção também tenha diversas situações que atrapalham o conteúdo, algumas por conta da fórmula desgastada, outras justamente pelo risco da ousadia.
A ação se passa em 2012 em Oxnard, Califórnia, numa vizinhança típica de trabalhadores latinos. Os grandes amigos Jesse (Andrew Jacobs) e Hector (Jorge Diaz) vivem em um cortiço movimentado e cheio de vida com os membros de várias gerações de suas famílias morando próximos uns aos outros em apartamentos velhos e apertados. Ambos acabaram de se formar no ensino médio e não tem nenhum trabalho, planos ou perspectiva de melhoria de vida e a única coisa que parece atrair seu interesse é matar o tempo com uma câmera recém-comprada, brincar de “Jackass” por aí e tomar umas doses de tequila com a avó festeira de Jesse, interpretada por Renee Victor.
Não demora muito e os rapazes ficam curiosos com sua versão “da velha louca do final da rua“, neste caso Anna (Gloria Sandoval), a vizinha que mora abaixo do apartamento de Jesse, que vive com as janelas cobertas por jornal e onde habitualmente é possível ouvir sons estranhos e gemidos no meio da noite pelos dutos de ventilação. Numa destas noites, sem nada melhor a fazer os garotos amarram uma pequena câmera a um barbante, descendo-a pelos dutos e pelas grades, e veem uma linda mulher em pé, estática, nua, aparentemente prestes a receber algum tipo de ritual. Como bons adolescentes repletos de hormônios, eles nem notam que há algo de errado na figura, apenas processam a informação de pornografia gratuita logo abaixo de seus pés (genial! hehe..).
As coisas ficam sérias quando Anna aparece morta em sua residência durante uma madrugada. Quando a movimentação de policiais cessa, Jesse e Hector decidem ainda no meio da noite investigar… E por que não? No que a trama prossegue, Jesse acorda em uma manhã com aquela mordida sinistra em seu antebraço, que já é de praxe de quem conhece a franquia, e logo percebe que é capaz de fazer coisas que desafiam as leis da lógica e da física. Uma vez que seu deslumbramento inicial vai se transformando num comportamento cada vez mais estranho e sociopata, seu melhor amigo com a ajuda de uma prima de Jesse, Marisol (Gabrielle Walsh), continuam investigando para saber o que fazer antes que Jesse não consiga mais sair das garras do que lhe aflige.
Em primeiro lugar, a comparação com Poder sem Limites (2012) acaba inevitável no segundo ato da produção, e geram vez ou outra cenas desnecessárias ou longas demais (como o chilique do protagonista dentro de um mercadinho do bairro), porém tudo está dentro do contexto do filme e, de qualquer maneira, termina logo e a película toma o ritmo e corpo que se espera dela. Chama a atenção a química entre os protagonistas, que é muito agradável e gera uma série de situações cômicas que não soam fora de hora, fazendo-nos acreditar que os atores que interpretam Jesse e Hector são amigos fora das câmeras, o que também se aplica no elenco como um todo.
O suspense é bem mais comedido do que nos anteriores e é reforçado pela quantidade significativamente maior de tomadas externas e diurnas. É notório que o diretor/roteirista Christopher Landon estava mais interessado na ênfase na investigação e no relacionamento entre os personagens; este novo foco favorece a empatia e torna a interação entre os envolvidos mais orgânica e crível.
Outro ponto é que o número de bobagens que passaram a ser norma em produções found footage ainda existem – o desuso da luz da câmera, o “devemos filmar tudo, mesmo que nossas vidas estejam ameaçadas” – mas em compensação é bem menor em Marcados pelo Mal do que se poderia supor. Apesar de ter menos sustos e jumpscares, com a valorização dos personagens, eles se tornam eficazes na maioria das vezes e são bem distribuídos ao longo da produção (não ficam todos concentrados só no final), alternando bons momentos com outros de pura babaquice.
Estas diferenças, aliadas ao uso inédito de nudez, só foram possíveis pela opção consciente que foi feita em Marcados pelo Mal de se não levar tão a sério como em todas as instalações anteriores. A propósito não ver um relógio, uma contagem de noites e uma pessoa passando a noite inteira de pé na frente de uma cama também indicam por si só que Landon promoveu mudanças estéticas bem vindas.
Com o uso de personagens e cenários bem conhecidos dos filmes anteriores, as cenas finais voltam ao lugar comum da franquia e reservam gratas surpresas aos fãs de longa data e abrem boas ideias para os próximos – que por motivo de spoiler não posso revelar. A princípio, elas empolgam, mas analisando mais friamente não deixa de soar como soluções baratas, um fim em si mesmo apenas para situar o espectador no universo já estabelecido, quando entendo que seria adequado criar vínculos mais sutis com tudo o que já foi feito anteriormente – inclusive pela desobrigação causada por não ser uma sequência direta.
Já que o roteiro faz uso destas ligações, a mim atrapalha bastante o fato de que a franquia ainda apresente uma ausência de propósito. No “pequeno filme” de Peli o problema era a ameaça demoníaca e para o público já era o bastante, porém após três continuações oficiais e dois spin-offs de desenvolvimento de todo um universo seria muito interessante mostrar algo além do que simplesmente demônios, pessoas em perigo e filmagens amadoras. Que raios as bruxas querem? Quem é o demônio? Como os personagens podem combater este mal? Pode ser que esteja sendo muito exigente, mas com tanta complexidade em soluções que já passaram da mera possessão e avançam para superpoderes e portais no tempo, já era hora de abandonar a impressão de que os filmes são uma espiral sem fim de sustos e fitas encontradas.
No frigir dos ovos (a referência a ovos não é sem propósito neste texto, hehe), se Landon não provoca pesadelos empregando as mesmas armas de sempre, é de impressionar que ele tenha abandonado este tipo de necessidade constante na franquia e tentado simplesmente fazer algo mais divertido, com alguns sustos genuínos, nudez e possibilidades novas, um feito notável para um subgênero com tão pouca flexibilidade. Mesmo sem o mesmo impacto e relevância que o original, contudo sem a pretensão e a expectativa que uma continuação direta proporcionaria, Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal olha para trás para preservar aquilo que Oren Peli pretendia em sua primeira incursão, ser um bom pequeno filme.
A franquia já foi pro saco faz tempo, mas Marcados não é dos piores…
http://gatosmucky.blogspot.com.br/2014/01/paranormal-activity-marked-ones-2014.html
Nem me atrevi e pagar pra ver esse filme 🙁 espero o torrent pra ver quando não tiver outra opção 😀 e concordo com a galera ai de cima da franquia so se escapa o 1 e o 3 😀
Não vi terror nenhum neste filme,fora que não tem nada de atividade paranormal como nos outros,e que final foi aquele não entendi nada.
¬¬
Decepcionante;
Antes que digam que sou hater, gosto bastante do primeiro e do terceiro filme. Mas vocês só podem estar de brincadeira ao dizer que esse é bom. Ele falha no principal objetivo de um filme de terror: não assusta em momento algum. Jamais conseguem criar um clima de tensão eficiente ao longo do filme (diferente dos bons que eu citei antes) e isso prejudica MUITO os inúmeros sustos. As atuações são muito ruins e, principalmente num found footage, é muito importante que os personagens ajam com naturalidade, outra coisa que nunca acontece…Muitos momentos do longa parece que eles estão lendo as falas.
Sério, dizer que esse filme é bom é fanboyzismo da franquia, como cinéfilo e fã de filmes de terror é uma bomba.
Concordo plenamente, inclusive meus preferidos são o primeiro e o terceiro tbm. Esse achei fraco, sem ritmo, sem naturalidade e sem clímax. O final é o pior de todos. No fim das contas não teve “atividade paranormal” como era mostrada nos outros e a complexidade (rasa e forçada) q se tenta empregar nesse é quase uma piada. Os sustos sãos os mesmo de sempre e eu não fiquei com a mínima vontade de ver o próximo, q com certeza irá aparecer. Antes eu me animava (mesmo q depois me decepcionasse, rs) com o anúncio de um novo filme da franquia. Hoje, sou indiferente. Depois desse. É muita coisa, muita pretensão e ,no fim das contas, o resultado tá ficando cada vez mais ruim e canastrão. Só gostei das cenas cômicas. Podiam fazer uma paródia, porque o terror foi longe.
é isso aí mano,eu não cheguei a ver essa merda,mas deve ser uma bomba nuclear mesmo,uma caveira tá de bom tamanho e não 3, e olhe lá.
Concordo completamente. Fiquei muito surpreso com essa crítica positiva aqui no BDI.
Foi um dos piores filmes que já vi no cinema e talvez na vida.