Filme Caseiro
Original:Home Movie
Ano:2008•País:EUA Direção:Christopher Denham Roteiro:Christopher Denham Produção:Willian M. Miller Elenco:Adrian Pasdar, Cady McClain, Amber Joy Willians, Austin Willians, Lucian Maisel, River O |
Home Movie é um daqueles filmes independentes que rolam em festivais pelo mundo afora, chama atenção, e, através de um boca a boca em redes sociais, acaba tendo um certo reconhecimento, mesmo ainda que restrito. O filme utiliza a forma já batida do found footage, mas de uma maneira diferente – como o próprio nome diz, um “Filme Caseiro“. Estreia de Christopher Denham na direção, que tem seu nome ligado a papéis secundários e figurações em filmes conhecidos como Argo e Ilha do Medo.
O tal Filme Caseiro mostra filmagens em datas comemorativas – Halloween, Ação de Graças, Natal, Ano Novo e Páscoa fazem parte da composição da trama, que retrata uma família aparentemente normal, morando em uma casa isolada. Porém não demoramos a perceber que existe uma atenção especial dos pais David (Adrian Pasdar) e Clare (Cady McClain) para com seus filhos Jack (Austin Willians) e Emily (Amber Joy Willians). As crianças nada falam e parecem não demonstrar nenhum tipo de emoção; a medida que a trama se desenvolve, a cada vídeo, a cada data comemorativa, as crianças se apresentam mais agressivas e assustadoras.
O diretor Christopher Denham, que assina também o roteiro, traça um paralelo entre a religião e a ciência. É revelado que Clare é uma psiquiatra ateia e David, um pastor. Em certo momento, David acha que existe algum mal assolando seus filhos, enquanto Clare realiza neles um tratamento psiquiátrico para tentar salvá-los, porém, sem desenvolver adequadamente esse paralelo. O uso da câmera se justifica bem durante quase todo o filme, ao retratar apenas as datas comemorativas, mas isso traz uma questão: as crianças apresentam esse tipo de comportamento apenas nessas datas? Como é o dia a dia delas? Algumas outras cenas não justificam o uso da câmera e acabam soando um pouco forçadas. O filme é previsível, não tenta surpreender. O diretor conduz a trama para um final onde já sabemos o que vai acontecer, mas a questão é saber como vai acontecer. Aí ele acerta, pois consegue criar uma agonia no espectador, até o final aterrador reservado à família. No elenco o destaque fica mesmo para as crianças, que usam do silêncio e de olhares frios para assustar. Adrian Pasdar e Cad MacClain também estão bem; esse tipo de filme exige atuações bem naturais, e os mesmos conseguem retratar bem.
Para um filme de estreia, Christopher se sai bem, e o resultado final é satisfatório. O estilo já está batido, mas sempre há espaço desde que seja bem explorado. E como eu sempre digo, filmes independentes são uma ótima opção para quem quer fugir da mesmices dos Hollywoodianas.
Vou dar uma olhada com certeza neste aqui
Curiosa produção de baixíssimo orçamento q passou desapercebida na época do lançamento. Mix de “Atividade Paranormal” e “A Profecia” define bem este independente, onde um pai devoto registra em vídeo os momentos “felizes” duma tradicional família americana. So q tb passa a registrar o comportamento bem estranho (e psicopata) de seus singelos rebentos. O legal é q a câmera em primeira pessoa faz com q sejamos mais um personagem dessa família meio disfuncional, onde acompanhamos sua gradativa degeneração. Estudo bacana de como a maldade é relativa td depende do referencial adotado, uma vez q o pai (pastor) acha q os moleques tão encapetados e a mãe (psiquiatra) vê neles alguma bipolaridade. Perturbadora e incômoda, a pelicula se vale das ótimas interpretações, em especial do casal mirim. Simples e direta, destaque pra cena do triste destino do gato e pro desfecho abrupto, q poderia ter sido melhorzinho. 9/10
O interessante desse filme é que parece que os pais são tão desajustados quanto as crianças,_em outro sentido_, mas são. Que pais em sã consciência deixariam os filhos chegarem ao ponto em que chegaram (por mim, só do garoto ter atirado uma pedra na cabeça do pai já era o suficiente) sem internar? Ou que psiquiatra ia deixar CRIANÇAS com a responsabilidade de tomar seus remédios controlados (“mais de um pode levar a um coma induzido”)?
Affe, estou falando demais já, hehe
Ótima observação Alana, agora – só resta saber se isso foi intencional do diretor, ou se foi um relaxamento do roteiro – fico com a opção de que foi intencional, mas acho que faltou aprofundar nessa questão do tratamento das crianças em si – aí entraria o conflito de religião x ciência – porém o filme nem tem espaço pra isso
GOSTEI,QUERO VER.