Juan dos Mortos
Original:Juan de los Muertos
Ano:2011•País:Espanha, Cuba Direção:Alejandro Brugués Roteiro:Alejandro Brugués Produção:Laura Alvea, Lara Sastre, Alejandro Tovar Elenco:Alexis Díaz de Villegas, Jorge Molina, Andros Perugorría, Andrea Duro, Jazz Vilá, Eliecer Ramírez, Blanca Rosa Blanco, Susana Pous, Antonio Dechent, Eslinda Núñez, Elsa Camp, Pablo Alexandro González Ramy, Juan Miguel Mas |
Foi na década de 1960 que os zumbis ganharam as telas de cinema de todo o mundo. Apesar de produções com mortos-vivos já existirem desde os anos 30, foi com o clássico A Noite dos Mortos Vivos, de George Romero, que a temática se tornou não apenas popular, mas passou a trazer obras de forte impacto para o gênero. Desde então, o mundo mudou e claro, os zumbis também. Se antes eles eram lentos e mal conseguiam andar, os cadáveres que voltaram das suas tumbas no século 21 são velozes, pulam como animais e venceriam facilmente qualquer maratona atlética.
Como uma praga, as produções com zumbis (ou infectados dependendo do filme) se alastraram para além dos Estados Unidos com produções inglesas, espanholas, asiáticas, entre de outras nações, demonstrando que o efeito morto-vivo se tornou global. E claro, cedo ou tarde, os zumbis haveriam de chegar em Cuba. E o resultado veio com Juan dos Mortos (Juan de los Muertos), de 2011. A produção bebe na fonte do inglês Todo Mundo Quase Morto, de 2004, para trazer uma bem humorada leitura da temática zumbi em uma divertida crítica social do regime político cubano.
O filme, dirigido pelo espanhol Alejandro Brugués, nos apresenta ao seu herói Juan (Alexis Díaz de Villegas), que até já pensou em fugir da ilha para viver em Miami, mas desistiu ao perceber que teria que trabalhar nos Estados Unidos. Típico malandro, ele passa os dias bebendo com o amigo Lazaro, se divertindo com a mulher do vizinho e evitando que a filha se envolva com o filho de Lázaro. Tudo vai muito bem até que os primeiros zumbis aparecem.
Sem se preocupar muito em explicar a origem dos zumbis, o filme se concentra mais em mostrar a reação da população para estes novos acontecimentos. A TV cubana, por exemplo, logo declara que a epidemia é obra de dissidentes cubanos financiados pelo governo norte-americano. No meio do caos, Juan, ao lado de Lazaro e de alguns amigos, decide tirar proveito da situação e criam a empresa “Juan dos Mortos”. E basta atender ao telefone que Juan logo explica o objetivo do grupo: Matamos seus entes queridos. Em que podemos ajudar?
Apesar de algumas cenas de mordidas e ataques com sangue jorrando, o filme é até leve neste conteúdo e se preocupa mais em seguir a linha cômica explorada por Todo Mundo Quase Morto. No entanto, Brugués bebeu na fonte mas seguiu com ideias próprias e isto acaba sendo outro mérito de Juan dos Mortos. Como consequência, o filme brinda o público com cenas de humor em meio ao caos como quando um dos amigos de Juan, Vladi California (Andros Perugorría), acreditando que a epidemia é fruto dos Estados Unidos, pega uma bandeira americana diante de um ataque de zumbis. Ao saber que não se tratam dos gringos, ele logo joga a bandeira fora e pega uma de Cuba na tentativa de sobreviver. E quando as ruas não são mais seguras, uma grande quantidade de cubanos se lança ao mar em suas balsas na tentativa de deixar a ilha.
Juan dos Mortos também traz uma interessante leitura crítica de que os zumbis poderiam ser vistos como uma metáfora do povo cubano de maneira generalista. Basta ilustrar as cenas nas quais os mortos-vivos seguem fazendo atividades como quando eram vivos, como andar com seus carrinhos de compras ou colocar o lixo para fora. Em alguns casos os personagens sobreviventes parecem não perceber que as pessoas próximas são zumbis simplesmente porque estão tão acostumadas com tudo que sequer notam os mortos. Assim, os zumbis serviriam de metáfora para a acomodação de parte da população cubana.
Apesar de ser uma produção espanhola e cubana, parte do filme foi realmente gravado em Cuba e teve apoio do Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficas. No entanto, algumas restrições foram impostas como a proibição de filmar cenas na praça da Revolução. O que é visto no filme foi gravado em estúdio e as imagens da praça foram posteriormente incluídas na pós-produção.
Mesmo não sendo uma obra prima, Juan dos Mortos tem seus méritos e o principal deles parece ser o de colocar zumbis vagando pelas ruas de Havana e um grupo tentando sobreviver da melhor forma possível. Com um bom elenco e personagens no mínimo curiosos, Juan dos Mortos se mostra uma opção interessante e divertida dentro deste tema tão global que é o apocalipse zumbi.
Geralmente não gosto de filmes de zumbis, mas a pegada de comédia e a crítica social desse filme são muito boas! Tem uma crítica em
http://www.artigosdecinema.blogspot.com/2017/02/juan-de-los-muertos.html
Assisti este filme na ultima “Sexta-Feira 13” (13/11/2015) no SESC. Andei lendo alguma coisa sobre o assunto (Contos de Canterbury). Nos antigos Sabas feitos na Europa e Ilhas Britânicas (Wicca e Neo-Paganismo) esses conclaves eram celebrados sempre numa sexta-feira 13!!
Muito divertido, na linha de “Todo Mundo Quase Morto”, muitas risadas e sangue garantido. Valeu a dica Filipe Falcão.
engraçado esse filme,amei o gay do filme.
Ótimo filme, é bem divertido e essa frase definiu tudo “Assim, os zumbis serviriam de metáfora para a acomodação de parte da população cubana.”