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Hellblazer

Hellblazer: Infernal Vol.1 – Hábitos Perigosos
Original:Hellblazer: Infernal Vol.1
Ano:2014•País:EUA
Páginas:212• Autor:Editora: Panini

Dando continuidade ao compromisso de publicar finalmente em ordem cronológica as histórias da revista Hellblazer do mago inglês John Constantine, criado pelo gênio Alan Moore durante seu run no Monstro do Pântano, a Panini começa uma nova série de encadernados: Hellblazer Infernal.

Desta vez, teremos a oportunidade de acompanhar todas as histórias escritas por Garth Ennis (Preacher, Hitman) para o título logo após a saída de Jamie Delano, que teve todo o seu material à frente de Hellblazer publicado nos oito volumes de Hellblazer Origens.

Após a saída de Delano, a revista Hellblazer foi totalmente reformulada. Além de um novo logotipo, Dave McKean daria lugar a Tom Canty como capista e o título passaria a integrar o recém-nascido selo Vertigo, voltado a publicações adultas e autorais dentro da DC Comics. A reformulação ainda ia além.

Para os roteiros, Stuart Moore, que estava assumindo o título como editor, trouxe Garth Ennis, um irlandês oriundo da famosa revista 2000 A.D. (lar de personagens como Juiz Dredd e Sláine) para começar sua carreira nos quadrinhos americanos. E Will Simpson, seu conterrâneo e colega em 2000 A.D., assumiria a arte junto de Mark Pennington como arte-finalista e Tom Sutton nas cores.

Esta nova fase de Hellblazer teve início na edição de número 41 em maio de 1991 e, logo na primeira página, Ennis já deixava claro que não estava para brincadeira. Descobrimos que John Constantine está morrendo. E não é como o próprio personagem diz que imaginava que terminaria. Constantine está com câncer terminal. E tem pouco tempo de vida. A partir daí, acompanhamos a luta de John para sobreviver. O personagem sai em busca de alguém que possa lhe ajudar, seja no céu ou no inferno.
Sai de cena o mote político da fase de Delano e entra uma abordagem mais humana com um drama mais realista e tridimensional.

Hellblazer (3)

Somos apresentados a uma nova galeria de personagens coadjuvantes que muitos apontam como um dos pontos altos do run de Ennis em Hellblazer. Impossível não simpatizar com Matt, o ex-soldado que John conhece em uma ala para doentes terminais quando procura conhecer uma das opções para seu futuro; Ellie, a súcubo que Constantine procura buscando ajuda para resolver seu problema; Brendan, o amigo bonachão e beberrão que utiliza magia para criar as melhores bebidas do mundo e Kitty, ex-namorada de Brendan, que John reencontra em Londres anos depois e que irá conquistar o coração do mago sacana.

Will Simpson é a escolha ideal para dar vida ao roteiro, criando cenários e pessoas reais mesmo nas passagens mais sobrenaturais. Sua arte pode causar estranhamento para os leitores de quadrinhos que procuram artes cheias de efeitos especiais e personagens anatomicamente absurdos. O ponto fraco da arte fica por conta de Stan Woch, arte-finalista nas duas últimas histórias do encadernado e pela arte de Mike Hoffman na última parte.

Garth Ennis escreve um arco memorável, removendo de vez Constantine do Universo DC, utilizando-se apenas da estrutura política do Inferno criada anos antes por Neil Gaiman em Sandman. E é justamente esta única referência ao Universo DC, a maior sacada para seu Hellblazer. A solução encontrada por Constantine para seu câncer terminal é de cair o queixo. Brilhante, épica e nunca mais equiparada por nenhum dos autores que assumiram o título depois do escritor irlandês. Não podemos nos aprofundar mais sem spoilers.

Apenas leia. De preferência sem maiores informações e espero que a sua surpresa seja a mesma que a minha quando li pela primeira vez este arco na extinta revista Vertigo da Editora Abril.
Quanto à parte gráfica, a edição da Panini é caprichada, substituindo o papel pisa-brite (vulgo jornal) dos encadernados anteriores de Delano pelo lwc e trás como extras uma introdução do roteirista para o encadernado original americano, a galeria de capas e pequenas biografias dos autores. Faltaram apenas as orelhas, presentes nas edições anteriores, que dão um aspecto mais elegante às revistas e protegem dando mais durabilidade às capas.

Vale a pena dizer que Hábitos Perigosos serviu como base, ainda que bem levemente, para o roteiro do filme Constantine de 2005, dirigido por Francis Lawrence (de Eu Sou A Lenda e da trilogia Jogos Vorazes) e estrelado por Keanu Reeves (da trilogia Matrix) e Rachel Weiz (A Múmia, O Legado Bourne).

Por ser o ponto de partida do excelente selo Vertigo, a porta de entrada de Garth Ennis, que, alguns anos depois, viria a criar sua obra-prima Preacher, e por dar mais profundidade às características de Constantine, delineando sua personalidade de maneira definitiva, Hábitos Perigosos é um marco nos quadrinhos que merece ser lido e relido.

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6 Comentários

  1. Sem dúvida, a melhor história do personagem. Merecia ter sido melhor adaptada para o cinema…

    gatosmucky.blogspot.com.br/2013/03/habitos-perigosos.html

  2. Achei também um com a capa dele em cima da caixa de cigarros (ed. #1) e outra que tem um monte de cara dele, por R$ 20,00 pila. São iguais?

  3. Estou procurando esse HQ há horas e não acho em lugar nenhum! O único vendedor que achei cobra R&70,00…

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