Van Helsing - O Caçador de Monstros
Original:Van Helsing
Ano:2004•País:EUA, República Tcheca Direção:Stephen Sommers Roteiro:Stephen Sommers Produção:Bob Ducsay, Stephen Sommers Elenco:Hugh Jackman, Kate Beckinsale, Richard Roxburgh, David Wenham, Shuler Hensley, Elena Anaya, Will Kemp, Kevin J. O'Connor, Alun Armstrong, Silvia Colloca, Josie Maran, Samuel West, Robbie Coltrane |
Fazendo parte da galeria dos grandes monstros clássicos do Horror estão o vampiro Drácula, a Criatura de Frankenstein, e o Lobisomem, personagens criados por escritores como Bram Stoker e Mary Shelley, e largamente explorados em uma infinidade de filmes ao longo de mais de um século de cinema. As mais famosas produções foram aquelas filmadas em preto e branco nos anos 30 e 40 pela Universal e as refilmagens a cores do estúdio inglês Hammer entre o final da década de 50 e meados de 70.
Outro personagem importante criado pelo irlandês Bram Stoker em sua obra Drácula (1897) foi o antropólogo holandês Prof. Abraham Van Helsing, um sexagenário mais conhecido como um incansável caçador de vampiros e estudioso de ocultismo e doenças exóticas, com uma missão histórica de combater o mal representado pelo sugador de sangue Conde Drácula. O personagem foi imortalizado principalmente pelo ator inglês Peter Cushing (1913 / 1994) em vários filmes da Hammer.
Os chamados crossovers ou cruzamentos entre os vários personagens num mesmo filme não é uma novidade no cinema pois a própria Universal já fez muito isso na década de 40, como na comédia de humor negro Abbott & Costello Encontram Frankenstein (48). E agora a produtora decidiu investir novamente numa mistura desses monstros clássicos sendo todos eles combatidos por um destemido Van Helsing, bem mais jovem e habilidoso com armas, apresentando uma nova visão das famosas criaturas utilizando os mais modernos recursos técnicos e efeitos especiais de uma tecnologia avançada que estão disponíveis nesse início de século XXI. O resultado pode ser visto em Van Helsing – O Caçador de Monstros (Van Helsing), que teve estreia mundial nos cinemas em 07/05/04, com direção e roteiro de Stephen Sommers, que fez o divertido Tentáculos (98), mas que é mais conhecido pelos seus filmes sobre múmias com o par central Brendan Fraser e Rachel Weisz, misturando muita aventura e ação, com excepcionais efeitos especiais, porém em histórias repletas de clichês e pouco horror.
A história é ambientada no final século XIX, onde o famoso caçador de monstros Dr. Gabriel Van Helsing (o australiano Hugh Jackman, mais conhecido como o Wolverine de X-Men), é um jovem mercenário a serviço de uma organização secreta religiosa sediada na cidade do Vaticano, em Roma, Itália, e que não se lembra de seu misterioso passado. Ele é enviado pelo cardeal Jinette (Alun Armstrong) numa missão no leste europeu, para combater o histórico vampiro Conde Vladislaus Drácula (o também australiano Richard Roxburgh). Em sua árdua empreitada, ele recebe a ajuda de Carl (David Wenham), um frade que lhe fornece armas especiais, inventadas e fabricadas por ele próprio.
Drácula tem um plano maléfico para procriar seus descendentes com suas três lindas noivas vampiras, Aleera (Elena Anaya), Verona (Silvia Colloca) e Marishka (Josie Maran). Porém, como todas as suas tentativas são frustradas com o nascimento de milhares de bebês sem vida, ele precisa do monstro de Frankenstein, que é uma criatura artificial não concebida por Deus, para, numa experiência com aparelhos elétricos e a ação de relâmpagos, conseguir efetivar seu plano de reprodução e reanimar todas as crianças vampiras hibernadas em casulos. O poderoso conde vampiro recebe a ajuda nas experiências do servo deformado Igor (Kevin J. O’Connor), que era o assistente do Dr. Frankenstein.
Antes, em Paris, Van Helsing tem uma caçada mortal contra o maligno Sr. Hide (Robbie Coltrane), o lado monstruoso e insano do médico Dr. Jekyll (Stephen Fisher, que não disse uma única palavra), criação literária de Robert Louis Stevenson e levado às telas do cinema inúmeras vezes, primeiramente pela Paramount. Depois, no caminho até seu principal inimigo na Transilvânia, ele terá que enfrentar outros monstros que surgem para atrapalhar a missão, como a criatura de Frankenstein (Shuler Hensley), que veio ao mundo pelas mãos de um ladrão de túmulos, o cientista Dr. Victor Frankenstein (Samuel West), e um homem chamado Velkan (Will Kemp), que foi amaldiçoado por ter sido mordido por um lobisomem e obrigado a se transformar na criatura nas noites de lua cheia, sendo manipulado contra sua vontade por Drácula.
Entretanto, para auxiliá-lo na batalha, Van Helsing recebe a ajuda significativa da bela Anna Valerious (a inglesa Kate Beckinsale, de Underworld), uma guerreira irmã de Velkan e última descendente de uma antiga família historicamente inimiga de Drácula há quatro séculos.
Excelente fotografia de uma atmosfera sombria e monstros muito bem produzidos em efeitos especiais memoráveis, porém uma história pouco convincente priorizando essencialmente as cenas de ação e aventura, em detrimento de mais situações de horror num roteiro mais interessante. Esse é o resumo em poucas palavras de Van Helsing – O Caçador de Monstros (novamente eu gostaria de saber por que os responsáveis em nomear os filmes quando chegam no Brasil gostam tanto de inventar sub-títulos completamente desnecessários…).
Ou seja, o filme garante bons momentos de diversão desde que estejamos preparados para ver, quase que exclusivamente durante mais de duas horas de projeção, sequências bem filmadas de ação e aventura ininterruptas, além de correrias para todos os lados e muito barulho, tudo devidamente amparado por modernos efeitos de computação gráfica, onde o protagonista principal, o caçador de monstros Van Helsing, pode ser considerado um típico Indiana Jones do horror. Existem muitas semelhanças com os filmes da série A Múmia também de Stephen Sommers, no mesmo estilo de apresentação de um herói destemido que combate o mal. Acho que a melhor definição para Van Helsing é que trata-se de um intenso filme de aventura, e de forma secundária, traz elementos de horror através da participação dos monstros clássicos.
Entretanto, o visual desses monstros é até bem interessante numa criativa ideia de apresentar características diferentes daquilo que estamos acostumados a ver nos filmes anteriores. A criatura de Frankenstein tem uma aparência de morto-vivo, com seu corpo evidenciando órgãos internos como a placa de vidro no peito que permite ver o coração pulsando, além do cérebro exposto. E a transformação do Lobisomem não é daquela forma tradicional que mostra pausadamente o crescimento de grandes unhas, garras e dentes afiados, além dos pelos aparecendo por todo o corpo. A fera assassina está na verdade dentro do homem amaldiçoado e vem à tona muito rapidamente, rasgando brutalmente a pele e surgindo de dentro para fora do corpo da vítima. E no caso do insano Sr. Hide, a materialização do lado maligno do Dr. Jekyll, a criatura lembra muito a mesma de A Liga Extraordinária (2003), com enormes braços desproporcionais ao resto do corpo.
Outro destaque notável é a sempre presença marcante das noivas vampiras voadoras, que de belíssimas mulheres quando na condição humana, transformam-se em terríveis e mortalmente ameaçadoras criaturas aladas e predadoras, cuja maior frustração é não conseguirem dar vida a sua imensa prole proveniente dos relacionamentos com Drácula.
Mas, Van Helsing apresenta mais erros do que acertos e ainda assim leva uma nota 6 (de 0 a 10) exclusivamente pelos esforços na área dos efeitos especiais. A história é pouco convincente, com um excesso de situações forçadas e inverossímeis, além de um final totalmente previsível e decepcionante. Tem a presença típica de um personagem atrapalhado responsável pelas piadas idiotas e cenas ridículas, e que no caso a responsabilidade desse papel é de Carl, o frade candidato a monge e assistente de Van Helsing. Tem a inevitável cena do beijo entre o herói e a mocinha, que ensaiaram o ato várias vezes até consumar o fato, numa cena desnecessária e descartável, inserida apenas para satisfazer aquela audiência menos selecionada. Sabemos que a criatura de Frankenstein não é essencialmente maligna, sendo mais uma vítima da ganância e arrogância do homem em querer imitar Deus. Porém, no filme, essa característica foi realçada em excesso, fazendo do monstro de Frankenstein um coadjuvante de bom coração que quase não transmite nenhuma imponência por sua imagem grotesca de um ser formado a partir de pedaços de cadáveres. Tanto que o roteiro piegas reservou um destino especial para ele. Sem contar que várias vezes durante o filme podemos pensar que estamos vendo o homem aranha em ação, pois são tantas as cenas onde vários personagens se utilizam de cordas para saírem voando pelos ares com uma desenvoltura e habilidade impressionantes, que chega a incomodar, atingindo o ápice numa sequência onde o pesado monstro de Frankenstein certamente causou inveja à Tarzan quando saiu voando por uma corda numa fuga espetacular.
Não há dúvida que os efeitos especiais são excelentes, mas eles deveriam ser o aperitivo e não o prato principal, e Van Helsing funcionaria bem melhor se houvesse menos exageros numa aventura desenfreada, e mais atenção para um argumento interessante priorizando os elementos de horror que fizeram desses monstros clássicos um eterno pesadelo na história do cinema fantástico.
Mesmo sem saber os resultados de bilheterias de Van Helsing (e o orçamento foi bem alto, mais de US$ 150 milhões), os produtores trataram de agilizar a efetivação de alguns projetos envolvendo a franquia. Entre esses produtos está uma animação com os personagens do filme, com Van Helsing dublado pelo próprio Hugh Jackman, e que está disponível no DVD lançado ainda em 2004.
Outras curiosidades interessantes são o fato da possibilidade do filme ter sido uma continuação para Drácula de Bram Stoker, dirigido por Francis Ford Coppola em 1992, onde o papel do caçador de vampiros Van Helsing foi interpretado por Anthony Hopkins. Inclusive, ele estava nos planos para fazer o mesmo papel novamente. Outro destaque está na acena de abertura filmada em preto e branco, ambientada no interior da Romênia, na Transilvânia, homenageando os clássicos Frankenstein (31) e A Noiva de Frankenstein (35), dirigidos por James Whale com Boris Karloff, onde um grupo de aldeões enfurecidos e portando tochas acesas e foices e machados, caminha decidido rumo ao castelo utilizado como laboratório para as experiências macabras do Dr. Frankenstein, e logo em seguida em direção ao moinho de vento onde o cientista e sua criatura são encurralados.
Esse filme é breguissimo!
Gosto do filme pela ambientação, castelos, século 19, leste europeu, clima de inverno, visual dark, referencias aos filmes clássicos e claro a dupla Hugh Jackman e kate Beckinsale que conseguem ser muito bons em termos de ação.
Não faça parte da molecada, mas gostei muito desse filme e assisto pelo menos umas três vezes por ano.
Bem divertido, mas assisti tanto que enjoei!
Olha a Kim aí de novo, linda como sempre. O Hugh “Wolverine” Jackman também é um excelente ator. Infelizmente nem eles salvam essa bomba que segue a mesma fórmula de filmes no estilo Resident Evil:
Ação frenética + CGI exagerado = Molecada contente.
Um bom filme !