A Isca
Original:Bait
Ano:2012•País:Austrália, Cingapura Direção:Kimble Rendall Roteiro:Shayne Armstrong, Duncan Kennedy, John Kim, Shane Krause, Justin Monjo, Russell Mulcahy Produção:Peter Barber, Todd Fellman, Gary Hamilton, Lin Xu Elenco:Richard Brancatisano, Xavier Samuel, Chris Betts, Sharni Vinson, Simon Edds, Miranda Deakin, Julian McMahon, Dan Wyllie, Alice Parkinson, Phoebe Tonkin, Damien GarveyLincoln Lewis, Alex Russell |
Depois que Spielberg realizou sua obra-prima em 1975, muitos cineastas resolveram fazer uso do filão explorando o mote do tubarão predador. Além das sequências oficiais, você encontra exemplares nos EUA (Mako, o Tubarão Assassino, de 1976, de William Grefe), no México (Tintorera, de 1977, de René Cardona Jr.), Itália (O Último Tubarão, de 1981, de Enzo G. Castellari – que já havia feito O Caçador de Tubarões, em 1979; Shark: Rosso nell’oceano, de 1984, de Lamberto Bava) e até mesmo, posteriormente na Índia (Aatank, de Prem Lalwani e Desh Mukherjee, de 1996). É claro que existiam filmes de tubarões antes do clássico – como o próprio Tubarão, de 1969, estrelado por Burt Reynolds -, mas o diretor de ET – O Extraterrestre foi, sem dúvida, o divisor de águas (sem trocadilhos) desse subgênero.
Com a virada do milênio – sem deixar de mencionar o divertido Do Fundo do Mar, de Renny Harlin, de 1999 -, a febre voltou com força total e mais trash do que nunca, colocando o Rei dos Mares em situações até vexatórias e extremamente baratas, tendo como madrinha a produtora The Asylum. Foram tantas produções ruins e porcamente realizadas que poucos exemplares podem ser recomendados como a franquia Sharknado, pelo seu tom de avacalhação, e este Bait, um divertido exemplar do estilo.
Com direção de Kimble Rendall (do terrível Cut – Cenas de Horror, de 2000), a partir de um argumento escrito por doze (!!!) mãos, o longa foi co-realizado na Austrália e Cingapura, locais onde teve boa aceitação, assim como na China e Itália, o que causa um estranhamento pela falta de notícias sobre continuações e a possibilidade de lançamento no Brasil. Não que seja preciso continuá-lo, mas são facilmente notadas suas qualidades e pontas soltas, que poderiam render uma franquia interessante e bem aceita. É claro que não se trata de uma produção perfeita, até mesmo por sua concepção B e exageros, porém é constituído de um bom elenco, efeitos especiais digeríveis e um enredo que não incomoda em momento algum.
Após o salva-vidas Josh (Xavier Samuel, de Eclipse) perder o amigo Rory (Richard Brancatisano) para um tubarão, ele se afasta de suas funções, trabalhando como repositor de um supermercado, e da bela namorada Tina (Sharni Vinson, de Você é o Próximo, 2011). Um ano depois, ainda sem aceitar a perda, o rapaz chega ao emprego, num dia em que dois assaltantes – um deles, Doyle, é interpretado por Julian McMahon, de Quarteto Fantástico – resolvem levar o caixa. Tina também aparece no local com um novo namorado, Steve (Yuwu Qi); assim como a ladra Jaimie (Phoebe Tonkin, de Os Originais, 2013), que pretende presentear o namorado Ryan (Alex Russell, de Carrie, a Estranha, 2013), também repositor, com óculos de sol roubado, mas é flagrada pelo segurança Collins (Damien Garvey, de 2019 – O Ano da Extinção, 2009) e pelo gerente Jessup (Adrian Pang, de Jogo de Espiões, 2001). Todos esses personagens, incluindo um casal de namorados, Kyle (Lincoln Lewis, de Depois da Terra, 2013) e Heather (Cariba Heine), que resolve transar no estacionamento, ficarão isolados no ambiente, quando um tsunami atingir a Gold Coast, levando para o lugar dois gigantes tubarões e muitos problemas de convivência.
O grupo sobe em prateleiras e busca encontrar meios de evitar/enfrentar as criaturas, enquanto decisões arriscadas são tomadas e corpos, devorados. Kirby (Dan Wyllie, de Santuário, 2011), o assaltante perigoso, esconde sua identidade entre os sobreviventes, o que cria também uma expectativa no público sobre suas ações insanas. Também há tensão no estacionamento, com o casal, Ryan e o cãozinho, rendendo boas cenas e momentos divertidos. Com tantos personagens – e nem mencionei o policial Todd (Martin Sacks), pai de Jaimie -, Josh acaba não tendo um bom aproveitamento como herói, deixando o episódio traumático em segundo plano. Como sobreviver em um ambiente imerso, com tubarões, e a possibilidade de queda dos cabos elétricos, e ainda encontrar um meio de sair do local para pedir ajuda?
Bait apresenta diversas possibilidades e divide a atenção entre todos os envolvidos no ambiente claustrofóbico. Há falhas técnicas, como alguns efeitos especiais mal realizados (o da chegada do tsunami, alguns saltos do tubarão), e uso forçado do 3D; e muitos exageros (a construção de uma roupa de mergulho com carrinhos de supermercado é um deles), incluindo o heroismo súbito de certos personagens. Ainda assim, o trabalho de câmera é bem feito, assim como as cenas submersas, o elenco é bem esforçado, mesmo que seja caricatural como o personagem da patricinha Heather.
Há cenas violentas de ataques dos tubarões e bastante sangue e cadáveres desmembrados para o deleite dos fãs, algo que não se vê muito no cinema CGI atual. E o que é mais interessante é que, diferente de muitas produções similares, nem todos os personagens irão morrer, dando espaço para vários heróis – já que, como foi dito, Josh desaparece em cena, até o último ato. De toda forma, apesar de alguns furos (desligar o cabo elétrico para depois religar para criar uma bomba) e situações forçadas, A Isca é divertido, entregando exatamente o que promete: tubarões assassinos, 3D, suspense e mortes violentas e criativas.
onde assistir?
Stremio
Onde encontro o filme??
Depois de tantas coisas ruins feitos com esse tema, fiquei até afastado de qualquer coisa que envolvesse tubarões. Mas resolvi arriscar com esse e me dei bem, gostei porque foge das trasheiras e foca mais no suspense. recomendo.
Melhor filme de tubarão merecia ter ido para as telonas.
Excelente.adoro esse género.e gostaria de assistir bait no cinema.