Maggie: A Transformação
Original:Maggie
Ano:2015•País:EUA, Suíça Direção:Henry Hobson Roteiro:John Scott 3 Produção:Matthew Baer, Colin Bates, Trevor Kaufman, Ara Keshishian, Pierre-Ange Le Pogam, Arnold Schwarzenegger Elenco:Arnold Schwarzenegger, Abigail Breslin, Joely Richardson, Laura Cayouette, Denise Williamson, Raeden Greer Christine Tonry, Amy Brassette, Taylor Murphy, J.D. Evermore, Aiden Flowers, Bryce Romero |
Tenho admiração quando um ator famoso (e até estigmatizado) por um determinado gênero do cinema resolve dar uma volta de 180 graus e tenta mostrar sua versatilidade em fora do circuito blockbuster. É preciso muita coragem para sair da zona de conforto e tentar se reinventar, aceitar um papel que não vai pagar tanto e com o risco de ser zoado para sempre… Não são raros os casos em que esta guinada deu certo, como com Will Smith, Jim Carey e Mickey Rourke. É o que Arnold Schwarzenegger faz em Maggie, pequena produção do inexperiente diretor Henry Hobson, que mistura elementos de terror em uma história carregada de drama. Com pouca alma, pouca originalidade e dependendo do (pouco) talento interpretativo do Governator, o filme cambaleia do início ao fim, como a protagonista infectada do título.
Maggie (Abigail Breslin) é a filha adolescente de Wade (Schwarzenegger), que foi mordida por um zumbi. Embora não muito explicado, a praga está assolando todo o mundo, não existe cura e para conter o vírus o governo optou por incendiar plantações e criou centros de quarentena para abrigar os infectados. Como Wade é muito respeitado na comunidade local, lhe é permitido levar a filha para casa, para o convívio com a madrasta Caroline (Joely Richardson) e seus dois meio-irmãos, até que a doença – que leva algumas semanas para se desenvolver completamente – faça a garota perder a luta para manter-se lúcida, coerente e ignorar sua vontade crescente de consumir carne humana. Neste interim Wade terá que escolher entre passar os últimos dias com sua filha correndo o risco de infectar a família e espalhar ainda mais a doença, entregar Maggie para um doloroso e ineficaz tratamento nos centros de quarentena ou a “solução rápida” com a pressão do dedo no gatilho de uma arma.
Há que se reconhecer na trama um ponto interessante de originalidade. Ao infectado manter sua consciência humana por muito mais tempo que em produções típicas do gênero (semanas ao invés de horas), o roteiro consegue oferecer uma carga dramática maior ao mostrar a lenta decadência do corpo e da mente da protagonista. Se (e com ênfase no “se“) estivesse suportada por protagonistas mais talentosos e coadjuvantes com mais propósitos, todos os conflitos físicos e psicológicos mostrados seriam minimamente interessantes de assistir.
É aí é onde moram os principais problemas. Todo o potencial que esta simples mudança causa é afetada gravemente pelo elenco, especialmente Schwarzenegger por sua importância e incapacidade de transmitir um nível mais aceitável de compadecimento e emoção para o público, pois o tom super-lento, pessimista e depressivo exigia um cuidado maior da direção e seleção de elenco. Quando o grande nome do elenco não consegue nem fazer rolar uma lágrima pelo estado em que sua filha se encontra e só faz cara de “jacu“, você sabe que algo está errado.
Apenas a própria protagonista é digna de nota, mas muito mais em contraste com os outros do que pelo mérito próprio. O elenco de apoio aparece muito pouco e por isto não ajuda muito nesta impressão. Pesa também a falta de argumentos diferenciados de roteiro, se atendo rigorosamente a situações comuns na sub-trama de infecção de familiares por zumbis vistos desde A Noite dos Mortos Vivos de George Romero décadas atrás com a trama envolvendo os pais Harry e Helen e sua filha infectada Karen. Ao optar por ignorar as origens da infecção e privilegiar o quanto a condição da protagonista afeta sua família, o diretor avança terreno no maior amontoado de clichês já visto, sem trazer um pingo de medo, claustrofobia ou tensão genuínos.
Falando no tom, é inegável o quanto Maggie tem em The Walking Dead uma inspiração, mas a comparação acaba ainda prejudicando mais a produção, já que na série a ação e as relações humanas são muito melhor (e mais convincentemente) trabalhadas. No final por mais que Arnold tenha boas intenções para sair de seu lugar comum, Maggie tem lá seus poucos méritos, contudo soa vazio e forçado demais na tentativa. Longe de ser um mico, é irrelevante o suficiente para não causar danos a carreira do ator que não será mais do que uma pequena nota de rodapé em seu currículo.
Também achei um filme dramático mas bonito. O amor do pai lutando pela filha até o fim e o mesmo da parte dela lutando até o final e ainda livrando o pai do sofrimento de ter que matá-la.
Respeito a sua opinião apesar de discordar completamente dela…
Maggie não é um filme de terror…
É um drama que fala exatamente das questões que os filmes e séries com zumbis tem deixado de lado há décadas. É um filme sobre os seres humanos e as motivações que os levam a se apegar a vida.
Schwarzenegger é um pai de família que tem que conviver com a filha que está morrendo. O que é um drama real que ocorre muito. Mas a diferença é que a filha está aos poucos se transformando em uma zumbi e o filme é exatamente sobre o apego do ser humano para com seus semelhantes. Mas como eu disse, não é um filme de horror.
Na verdade o filme é sobre humanizar a figura humana e não sobre o caminho mais fácil de mostrar zumbis sendo mortos da forma mais grotesca possível.
Tanto que o filme poderia mostrar isso, mas ele não é sobre isso…
É um filme menor, sem pretensões de ser um grande clássico e que aborda um tema batido de uma nova forma… E eu pessoalmente adorei!
Se querem um filme sangrento com o Schwarzenegger, então assistam SABOTAGEM. É um dos filmes mais sangrentos dele…
Você escreveu muito bem também gostei do filme e que mais me agradou foi o seu final sincero sem reviravoltas mirabolantes.