Nunca Brinque com os Mortos
Original:Never Play with the Dead
Ano:2001•País:UK Direção:Ray Kilby Roteiro:David Fedash Produção:Natalie Hervieu Elenco:Terence Corrigan, Sarah Kayte Foster, Mohammed George, Richard Hanson, Mark Homer, Sophie Linfield, Kara Tointon |
Se um dia criarem um manual “Como Não Se Deve Fazer Um Filme de Terror“, muitos filmes desse século estariam nas páginas dessa obra. Algumas até seriam o objeto de inspiração do autor como é o caso de Nunca Brinque Com os Mortos, de 2001, lançado pela Alpha Filmes, produção inglesa desconhecida internacionalmente que chegou às locadoras recentemente. A capa e a sinopse, talvez, sejam os principais motivos que farão com que um fã de filmes de suspense e terror se interesse em assistir a essa terrível produção que faz parte da série “títulos longos, ideias ruins” e que envergonha qualquer ser humano que ouse gastar dinheiro e tempo para vê-lo.
Sem qualquer explicação coerente, o filme começa mostrando algumas imagens em desenho de uma casa sendo construída num local que antigamente era utilizado para sacrifícios humanos. Após a construção, no início do século, quatro crianças, sendo que uma em cadeira de roda, decidem invadir a residência para brincar. Deixam o menino que não pode andar do lado de fora e os outros três entram por uma janela da lateral e não retornam. Anoitece e o menino deficiente fica gritando por ajuda, mas ninguém aparece para socorrê-lo. Vale destacar nesse princípio de filme a péssima atuação das crianças, com seus gestos e expressões artificiais, que chegam a incomodar demasiadamente.
Sem explicar ou simplesmente mostrar o que aconteceu com os pequenos, o filme nos transporta para os dias atuais em que oito jovens – nem se importe com o elenco – entram na casa a fim de realizarem uma festa rave. Passam-se vinte e cinco minutos até que alguma “cena assustadora” aconteça, antes disso o que vemos são um bando de idiotas brigando um com outro, um triângulo amoroso infantil, citação de filmes como The Evil Dead e A Bruxa de Blair e muito tempo perdido. Só para constar, a tal cena assustadora é a aparição de uma criança morta para um dos jovens que se assusta, mas logo esquece o ocorrido. Detalhe: a criança morta não apresenta fisionomia e nem maquiagem que convença alguém de seu estado, mas quem a vê acredita estar vendo um fantasma. Bem que os produtores podiam ter gastado um pouco mais na concepção e caracterização dos mortos.
A partir daí, mais enrolação, discussão sobre dinheiro, problemas no equipamento de som e iluminação e vez ou outra um menino-fantasma. Por mais que as crianças apareçam, os jovens demoram para decidir fugir do local, acreditando que as crianças não irão incomodá-los. Depois de uma hora de projeção e nenhuma morte ou cena que cause realmente medo, o pessoal resolve fugir da casa, mas percebe que a mesma não quer deixá-los ir. Tem início uma correria bem ao estilo Trapalhões – com cruzamento nos corredores e trombadas -, até que alguns fios de alta tensão caem do teto. Que medo!
Dez minutos depois, o filme acaba como começou: completamente sem sentido, sem explicações adequadas, apenas com um final clichê visto em uma centena de filmes do gênero. Único filme do diretor Ray Kilby, qualquer avaliação que não seja “péssimo” é um absurdo a qualquer pessoa que tenha o desprazer de assistir a esse subproduto ofensivo ao bom gosto. Se você tem algum amor pela sua vida, pelo seu tempo, pelo seu dinheiro, Nunca Assista a Esse Filme!!
Já vi filmes piores e endeusados por ai…e só lembrando que a ausência de “medo” nos leva a mais uma vez dizer que ao contrário do imaginário popular, filmes de terror nunca tiveram a ideia de dar medo e sim de abordar temas que causavam medo nas pessoas…percebem a diferencia?…medo por medo, 95% dos clássicos do cinema de terror, endeusados como obra primas, simplesmente não assustam nem a minha vó…
O filme de fato tem lapsos no enredo, uma história meio infantil…mas infantil por infantil, toda a franquia sexta feira 13 é e ainda sim é reverenciada…