Rollerball
Original:Rollerball
Ano:2002•País:EUA, Alemanha, Japão Direção:John McTiernan Roteiro:William Harrison, Larry Ferguson, John Pogue Produção:John McTiernan, Charles Roven, Beau St. Clair Elenco:Chris Klein, Jean Reno, LL Cool J, Rebecca Romijn, Naveen Andrews, Oleg Taktarov, Andrew Bryniarski, Kata Dobó, Melissa R. Stubbs |
Para aumentar ainda mais as estatísticas com a grande quantidade de refilmagens de filmes antigos que tem invadido o cinema americano atual, demonstrando a escassez de ideias novas dos produtores e roteiristas, em 27/09/02 estreou no Brasil o filme de ação com elementos de ficção científica Rollerball (Rollerball), dirigido e produzido por John McTiernan (de Duro de Matar e O 13o Guerreiro).
A fita foi inspirada no filme homônimo de 1975, de Norman Jewison, com James Caan no elenco e que teve o título nacional de Rollerball – Os Gladiadores do Futuro. Nele, a ação se passa no século 21 onde um esporte popular e violento misturando futebol americano e hóquei era utilizado para distrair as pessoas. O novo Rollerball é ambientado no Cazaquistão e países vizinhos, onde o grande lazer das pessoas é acompanhar pela TV a prática de um esporte futurista radical e extremamente violento, com os competidores utilizando patins e motocicletas numa arena especial tendo como objetivo o arremesso de uma bola de ferro contra uma espécie de gol.
Os maiores astros desse brutal esporte são o jovem americano Jonathan Cross (Chris Klein, visto no drama da Guerra do Vietnã Fomos Heróis), seu amigo Marcus Ridley (o rapper LL Cool J) e a bela Aurora (Rebecca Romjin-Stamos). Eles acabam descobrindo e tentam denunciar um sistema de corrupção com sabotagens nos jogos visando aumentar a violência do esporte colocando em risco a vida dos participantes e consequentemente crescendo de forma significativa os índices de audiência com o fortalecimento dos interesses comerciais envolvendo contratos com emissoras de TV de um perigoso e inescrupuloso empresário, Alexi Petrovich (o francês Jean Reno), que tem ligações com a máfia russa e é o idealizador do rollerball. Curiosamente, a mesma temática foi explorada também em O Sobrevivente (The Running Man, 1987), estrelada por Arnold Schwarzenegger e com história baseada em obra do escritor Stephen King, onde um esporte montado numa arena mortal obriga os participantes a correrem por suas vidas, sendo perseguidos por assassinos fortemente armados, e tudo com exibição ao vivo pela televisão, manipulando a selvageria oculta no público espectador.
A versão de 2002 de Rollerball está repleta de muita ação, movimentos rápidos de câmera, perseguições com motos e patins, homens arremessados aos ares com suas roupas e máscaras coloridas e muita porrada e violência gratuita, tendo como trilha sonora um rock pesado ao som principalmente de Slipknot. O tema da história é até interessante, explorando a existência de um esporte mortal para saciar a sede de violência e selvageria da humanidade, que sempre sentiu prazer em ver o sangue alheio.
A história da raça humana está repleta de citações parecidas como as atrocidades cometidas na época dos gladiadores de Roma, com lutas sangrentas até a morte ou pessoas sendo devoradas vivas por animais selvagens em arenas lotadas de espectadores, ou ainda as execuções de feiticeiras sendo queimadas vivas nas estacas na época da Inquisição Européia. Sem contar os condenados à decapitação na guilhotina na Revolução Francesa, ou os enforcamentos para os infratores da lei no velho oeste americano, tudo devidamente acompanhado por multidões ensandecidas. Porém, Rollerball é apenas mais um filme comum com um roteiro convencional no mais puro clichê. Os atores estão inexpressivos, não poupando nem o experiente Jean Reno (de Godzilla e Rios Vermelhos) no papel do vilão.
O desfecho é altamente previsível tornando a produção descartável e justificando as razões do fracasso de bilheteria que acabou arrecadando muito menos do que foi gasto no orçamento milionário (algo em torno de US$ 70 milhões). Rollerball acaba servindo unicamente como um passatempo rápido por suas cenas de ação bem filmadas, só que numa história quase nula que poderia ser bem melhor trabalhada, e não apenas transformada em exposição de violência gratuita.