Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith
Original:Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith
Ano:2005•País:EUA Direção:George Lucas Roteiro:George Lucas Produção:Rick McCallum Elenco:Hayden Christensen, Natalie Portman, Ewan McGregor, Ian McDiarmid, Samuel L. Jackson, Jimmy Smits, Frank Oz, Anthony Daniels, Christopher Lee, Keisha Castle-Hughes, Jay Laga'aia, Bruce Spence |
– Lord Vader!
– Sim, Mestre!
– Levante!
(diálogo entre Darth Sidious e Darth Vader)
Dessa pequena troca de palavras, numa montagem especial que aparece apenas num trailer promocional, surge um dos mais fascinantes vilões de toda a história do cinema. O temível e imponente Darth Vader. Com a voz cavernosa de James Earl Jones e com sua tradicional armadura negra, tornou-se um ícone popular graças ao talento imaginativo de seu criador George Lucas, que o apresentou ao mundo na saga de aventura espacial e ficção científica Guerra nas Estrelas (Star Wars). Finalmente, agora sua história foi revelada com a explicação de sua origem em Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (Star Wars: Episode III – Revenge of the Sith), filme intensamente esperado por uma imensa legião de fãs e que teve lançamento mundial nos cinemas em 19 de maio de 2005.
Eu me situo entre a multidão de admiradores da saga, a qual tive o raro privilégio de assistir todos os seis filmes em tela grande na época de seus lançamentos no Brasil, incluindo as versões estendidas da primeira trilogia filmada, lançadas em 1997 com cenas inéditas e acréscimos de efeitos especiais mais modernos. Dentre as mais populares e milionárias franquias do cinema fantástico da atualidade, ou seja, Matrix, Harry Potter, O Senhor dos Anéis e Star Wars, estas últimas são as que mais aprecio. Na verdade, não sou muito fã da trilogia Matrix, que apresenta ação, efeitos especiais e filosofia demais para diversão autêntica de menos (e nesse caso considero o primeiro filme como sendo o melhor da série). Também não apreciei muito os filmes do bruxo Harry Potter, cujas histórias parecem mais voltadas para um público infanto-juvenil.
Já a saga O Senhor dos Anéis achei simplesmente maravilhosa, uma odisseia de Fantasia com memoráveis elementos de horror e violentas cenas de batalhas, tanto que avaliei a nota 10 para toda a trilogia formada por A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei. Acredito que o cineasta Peter Jackson, de cultuados filmes de horror como Trash, Náusea Total (87) e Fome Animal (92), atingiu o ápice do cinema de entretenimento, e que dificilmente será superado, ou mesmo igualado.
Quanto à franquia Star Wars, escrita, dirigida e produzida por George Lucas, com seus seis filmes divididos em duas trilogias, é um épico da Ficção Científica que, assim como O Senhor dos Anéis, também dificilmente encontrará um paralelo em alguma outra série similar. Ou seja, são marcas únicas que ficarão registradas para sempre na história do cinema e na memória de seus fãs, com suas histórias imortalizadas através dos filmes.
Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith é uma sequência de Ataque dos Clones (2002) e A Ameaça Fantasma (1999), os quais narram os eventos ocorridos cronologicamente antes da trilogia intermediária da saga, filmada há mais de vinte anos atrás, formada por Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (77), Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (81) e Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi (83).
A HISTÓRIA
Passaram-se três anos após a violenta batalha entre os androides dos separatistas e os clones da República, travada no planeta Geonosis e conhecida como as Guerras Clônicas. O experiente Mestre Jedi Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor), agora também um respeitado General, acompanhado de seu aprendiz Anakin Skywalker (Hayden Christensen), agora também um cavaleiro treinado nas artes Jedi, partem numa missão de resgate do Chanceler Supremo Palpatine (Ian McDiarmid), sequestrado e mantido como refém pelos líderes dos Separatistas, o Conde Dooku (o lendário Christopher Lee, eterno vampiro Drácula da Hammer), um antigo Jedi que passou para o lado negro da Força se transformando num Lord Sith, e o horrendo General Grievous (Voz de Matthew Wood), uma criatura orgânica misturada com androide, num visual sinistro.
Palpatine retorna para Coruscant, mas a falta de confiança entre ele e os membros do Conselho Jedi, liderados principalmente pelos Mestres Mace Windu (Samuel L. Jackson) e a pequenina criatura verde Yoda (Voz de Frank Oz), se intensificam a ponto de romperem relações. Enquanto Anakin tenta manter em sigilo seu casamento com Padmé Amidala (a bela Natalie Portman), ele recebe a notícia de que será pai. Como sempre demonstrou um comportamento estranho, com constantes atos de indisciplina e falta de paciência, aumentando suas dúvidas quanto à filosofia Jedi, e uma vez atormentado por pesadelos que revelam um destino trágico para sua esposa durante o futuro parto, Anakin cada vez mais se aproxima do sinistro Chanceler Supremo Palpatine, que vagarosamente tenta transformá-lo em seu aprendiz nos ensinamentos do lado negro da Força.
COMENTÁRIOS
Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith é nitidamente exagerado em efeitos especiais quando comparado aos três filmes do final dos anos 70 e início da década de 80. Mas esses efeitos são um show à parte, e sua imensa quantidade é justificável por dois motivos: primeiro que a tecnologia atual do cinema permite a criação de situações antes inimagináveis se tornando agora realidade, e segundo porque justamente o universo ficcional criado por George Lucas possui extrema complexidade, incluindo planetas exóticos, passando por alienígenas e naves espaciais de todos os tipos, até batalhas colossais no espaço (daí o título Guerra nas Estrelas) e em terra firme também. Essa complexidade exige inevitavelmente a interferência dos efeitos especiais para transformar em realidade os diversos eventos e torná-los convincentes para o espectador.
É quase inevitável não se impressionar com as belíssimas e imensas naves espaciais, ou os caças de combate, os enormes veículos de guerra em terra, a infinidade de variações de raças alienígenas e os planetas exóticos, com Coruscant aparecendo novamente com suas cidades imensas e intenso tráfego aéreo. E dessa vez somos apresentados às cavernas profundas de Utapau, onde ocorreu uma violenta batalha entre separatistas e clones da República, ou ainda o planeta Mustafar, repleto de rios de larva incandescente (que lembram o cenário opressivo de Mordor na saga de O Senhor dos Anéis), local de refúgio de alguns dos líderes separatistas e palco de uma luta sufocante de sabres de luz entre Anakin e Obi-Wan Kenobi.
Os fãs que acompanham a série sabem exatamente os destinos dos principais personagens em A Vingança dos Sith (ou seja, o que acontecerá com Anakin Skywalker, sua esposa Padmé, além de Palpatine / Darth Sidious, Yoda, Mace Windu, Obi-Wan Kenobi e outros), e os principais eventos também (derrubada do Conselho Jedi, ascensão do Império contra a República, o fortalecimento do lado negro da Força, o surgimento de Darth Vader, a revelação dos verdadeiros propósitos da criação do exército dos clones, a construção da Estrela da Morte, o nascimento de Luke e Léia, e outros). Isso porque justamente os acontecimentos desse filme necessariamente se encaminharão para a sequência já conhecida do primeiro episódio filmado da série, Uma Nova Esperança. Mas, mesmo assim, a história não perde seu impacto em nenhum momento, levando o espectador a participar e interagir com os acontecimentos trágicos narrados sem se importar com sua previsibilidade.
Num determinado momento do filme, carregado de intensidade dramática, uma imensa reunião do Senado liderada por Palpatine estava decretando uma nova ordem política de teor autoritário para toda a Galáxia, com a aceitação entusiasmada da plateia de líderes de várias raças alienígenas do Universo. Numa resposta decepcionada da Senadora Amidala, ela lamenta em voz baixa dizendo algo como … assim acaba uma liberdade, com todos aplaudindo…. Um comentário interessante, para se pensar…
Porém, nem tudo é tão positivo assim em A Vingança dos Sith. O roteiro de George Lucas falha em alguns momentos com frases clichês, forçadas demais, e apropriadas exclusivamente para facilitar o seu trabalho em amarrar todos os eventos entre si. Por exemplo, é sabido desde os episódios anteriores que Anakin Skywalker sempre teve um comportamento rebelde, psicologicamente instável e com atos de indisciplina, revelando aos poucos sua inclinação futura para o lado negro da Força, porém na cena em que ele interfere na luta entre o Mestre Jedi Mace Windu e Dath Sidious, sua decisão foi rápida demais e sua atitude posterior em invadir o templo dos Jedi e definir violentamente um destino trágico para os jovens aprendizes foi pouco convincente. E alguns diálogos entre ele e sua esposa Padmé também são bem sofríveis de tão óbvios e superficiais. Mas, se o roteiro tem momentos fracos, o resto do filme compensa com as impressionantes cenas de guerra e lutas com os sabres de luz.
Basicamente, a saga Star Wars é um eterno duelo de disputas pelo poder entre o Bem (representado pelos Cavaleiros Jedi e a democracia da República) e o Mal (personificado pelo lado sombrio da Força através dos Sith e o Império Galático com um regime político opressivo e ditatorial). E os seis filmes da série procuram contar a história de Anakin Skywalker, desde sua infância como escravo, sua adolescência e juventude como um aprendiz que se tornou Jedi e a conversão para o lado negro na ascensão de Darth Vader, enquanto em paralelo a República enfrenta uma grave crise política com separatistas que formam o Império. Ou seja, começa com uma Ameaça Fantasma provocada por Anakin ainda criança, passando por um Ataque dos Clones contra o exército de androides dos separatistas, e culminando com a Vingança dos Sith, na tomada do poder pelo Mal. Depois, surge Uma Nova Esperança, com o treinamento Jedi do jovem Luke Skywalker e a Princesa Léia liderando os rebeldes da República, enfrentando a fúria do Império Contra-Ataca, e terminando finalmente com O Retorno de Jedi, com os cavaleiros do Bem retomando suas posições na galáxia.
Como tudo na vida, sempre existem os dois lados da moeda, e assim como há o Bem, também existe o Mal, e justamente o maior desafio é encontrar um ponto de equilíbrio entre os dois. E confesso que no caso de Star Wars fui atraído para ambos os lados, às vezes me identificando com os Jedi, torcendo principalmente por Obi-Wan Kenobi e Yoda, e às vezes foi inevitável a identificação com Darth Vader, principalmente agora que sabemos toda a trajetória de sua vida conturbada, tornando-se um vilão fascinante. Dizem que toda unanimidade é burra, e então eu proponho que a escolha não seja nem o Bem nem o Mal, e sim apenas um equilíbrio entre ambos.
CURIOSIDADES
Entre a infinidade de curiosidades, vale destacar algumas. Os atores Anthony Daniels e Kenny Baker, que interpretaram os divertidos robôs C-3PO e R2-D2 respectivamente, são os únicos que participaram de todos os seis filmes da saga. Outros atores que também tiveram várias participações são Frank Oz, como a voz de Yoda, que esteve em cinco filmes, e James Earl Jones, que fez a voz gutural de Darth Vader, aparecendo em quatro filmes. Mas Peter Mayhew (como o gigantesco peludo Wookie Chewbacca) e Ian McDiarmid (o Chanceler Supremo Palpatine e também o obscuro Darth Sidious) igualmente estiveram em quatro filmes da série. O personagem Obi-Wan Kenobi, um importante Mestre Jedi, apareceu em todos os seis episódios, mas na primeira trilogia filmada ele foi interpretado por Alec Guinness, e na trilogia seguinte (de eventos anteriores), o papel foi feito pelo talentoso Ewan McGregor.
Na primeira trilogia filmada o vilão Darth Vader foi interpretado por David Prowse e em A Vingança dos Sith, o papel foi desempenhado por Hayden Christensen, que ganhou uma armadura negra especialmente projetada para seu tamanho, e sua diferença de altura para Prowse (que é maior) foi compensada com truques de câmera nas gravações. Aliás, o ator Bob Anderson foi o responsável pelas cenas de lutas de Darth Vader em O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, e Sebastian Shaw foi o ator que fez Anakin deformado na cena em que seu capacete negro é retirado em O Retorno de Jedi.
O ator Temuera Morrison, que fez o papel do caçador de recompensas Jango Fett em Ataque dos Clones, voltou à saga como o Comandante Cody, e o próprio cineasta George Lucas aparece numa ponta não creditada como um alienígena azul chamado de Barão Papanoida, na única vez em que ele participou como ator em toda a série. Outro ator que retorna é Ahmed Best, numa participação ultra rápida e sem falas como Jar Jar Binks, o alienígena tagarela e atrapalhado de A Ameaça Fantasma, que não agradou muito e por isso mesmo teve suas características alteradas no episódio seguinte, Ataque dos Clones, sendo um personagem mais sério e com responsabilidade política. O Governador Tarkin, que no primeiro filme da saga foi interpretado pelo genial Peter Cushing (morto em 1992), aparece agora mais jovem numa participação rápida no final do filme, feito dessa vez por Wayne Pygram.
O título A Vingança dos Sith foi inspirado num nome alternativo do terceiro filme da primeira trilogia filmada, que seria A Vingança dos Jedi. Porém, esse nome foi abandonado e substituído pelo definitivo O Retorno de Jedi, com a explicação de George Lucas que os Mestres Jedi não possuem comportamentos motivados por sentimentos de vingança.
Com um orçamento de US$ 115 milhões, as filmagens foram todas realizadas em estúdio, com os atores atuando com uma tela azul ao fundo, onde depois seriam acrescentados os efeitos de computador simulando os cenários e ambientes externos.
Um dos melhores da saga de certeza, estou entre ele ou o episódio 5 como os favoritos
Ótimo filme.
É a conclusão da primeira trilogia de Star Wars. Apresenta boas cenas de ação e efeitos especiais. O roteiro é muito bom e a execução da Ordem 66 é o ápice do filme.
O grande trunfo dessa trilogia está nos motivos políticos que fizeram a República cair e o Império surgir.
Recomendado!!!