Os Oito Odiados (2015)

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Os Oito Odiados (2015) (2)

Os Oito Odiados
Original:The Hateful Eight
Ano:2015•País:EUA
Direção:Quentin Tarantino
Roteiro:Quentin Tarantino
Produção:Richard N. Gladstein
Elenco:Samuel L. Jackson, Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Walton Goggins, Demián Bichir, Tim Roth, Michael Madsen, Bruce Dern e Zoë Bell

Apesar de nunca ter dirigido um filme de terror, o cineasta Quentin Tarantino é um nome bastante celebrado pelos fãs do gênero. Títulos como Pulp Fiction (1994), Kill Bill: Volumes 1 e 2 (2003 e 2004) e Bastardos Inglórios (2009), apenas para destacar, trazem ótimas histórias com diálogos eficientes, humor negro na medida certa e muitas sequências orquestradas pela violência gráfica que foi se tornando uma das marcas de Tarantino.

O oitavo filme dirigido por ele, Os Oito Odiados (The Hateful Eight, 2015), traz tudo aquilo que os fãs do trabalho dele gostam, embora com um elemento que pode desagradar públicos específicos, embora este “problema” não tira o brilho da obra. Os Oito Odiados mostra um velho oeste depois da Guerra Civil Norte-americana e congelado durante uma nevasca. Neste contexto, oito homens pouco amistosos precisam permanecer dentro de uma cabana até a nevasca passar. Entre eles está o caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell), que leva a fora da lei Daisy (Jennifer Jason Leigh) para ser enforcada em um vilarejo próximo. Coincidentemente a cabana também abriga o novo xerife (Walton Goggins) e o carrasco (Tim Roth), dois homens que serão importantes na execução de Daisy quando a nevasca acabar.

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Tarantino continua optando por apresentar uma narrativa não-linear. Os Oito Odiados é dividido em capítulos, mas não necessariamente todos estão em ordem. Como em um filme de investigação, vamos recolhendo pistas que são apresentadas de acordo com a vontade de Tarantino sobre os seus personagens e o que realmente os motiva.

Diálogos afiados fazem a festa do elenco, todos muito bem em seus papeis com destaque para Russell, Jason Leigh e Samuel L Jackson, este como um major que acaba ajudando o personagem de Russell. Por se tratar de um filme de 187 minutos e por boa parte da ação acontecer dentro da cabana, e uma parte menor dentro de uma diligência, algumas pessoas podem se cansar do excesso de diálogos e monólogos. Para quem espera uma trama como Pulp Fiction ou Bastardos Inglórios, Os Oito Odiados pode soar meio lento. No entanto, esta escolha de Tarantino não diminui em nenhum aspecto a qualidade ou a força do seu produto já que os diálogos criam momentos de ação e de tensão.

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Curiosamente a semelhança mais próxima de Os Oito Odiados acaba sendo com Cães de Aluguel (1992). O filme de estreia de Tarantino tem quase toda sua ação passada em um galpão.
A construção do filme é bastante teatral, inclusive pela direção de arte, neste caso através da ambientação da diligência e do interior da cabana. Estes cenários são de madeira escura e acabam por transmitir a sensação de estarmos diante de um palco teatral. Tudo uma justificativa para colocar quem assiste ao filme como jurado de uma série de acusações já que os odiados não confiam uns nos outros. Resta ao público colher pistas através da tensão crescente e troca de acusações entre as personagens.

E para quem é fã da violência estética dos filmes de Tarantino, a boa notícia é que ele continua com a mão firme para o já tradicional banho de sangue. Aqui temos cabeça estourada, sangue jorrando e balas que derrubam os personagens. Os personagens vão ser espancados, terem os dentes quebrados, serão baleados e cobertos de sangues.

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Outra fonte de inspiração frequente da obra de Tarantino e que aqui segue presente responde pelo western spaguetti italiano. Esses títulos se popularizaram na década de 1960 principalmente através dos filmes de Sergio Leone que trazia heróis sem caráter, apostava em um realismo de cenários e figurinos, mostrava cenas violentas e o uso de super close ups. Não por acaso a trilha sonora de Os Oito Odiados foi assinado pelo italiano Ennio Morricone, responsável por clássicos do western spaghetti como Por Um Punhado de Dólares (1964) e Era uma vez no Oeste (1968).

Curiosidade:

  • Fãs de terror vão reconhecer (ou não) o tema de Regan, a garota de O Exorcista, em uma cena inicial de Os Oito Odiados. O tema é na verdade composto para O Exorcista 2 (1977), cujo compositor foi Ennio. Curiosamente a composição não está na trilha sonora oficial de Os Oito Odiados, mas pode ser escutada em uma cena na qual a diligência está passando antes de chegar na cabana. É o tema no qual existe um vocal feminino.

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  • Além de Cães de Aluguel, Tarantino declarou que outra grande influência para Os Oito Odiados foi terror-ficção O Enigma do Outro Mundo (1982), de John Carpenter.

  • Apesar de parecer um spin off de Django Livre (2012), Tarantino declarou que Os Oito Odiado apenas acontece no mesmo período histórica de Django.

  • Esta é a sexta colaboração de Samuel L Jackson com Tarantino.

  • A voz do narrador é do próprio Tarantino. Aliás, não é exatamente uma narração, mas uma explicação.

  • Uma tradução mais correta para o português seria Os Oito Odiosos.

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

2 thoughts on “Os Oito Odiados (2015)

  • 02/03/2019 em 21:54
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    O cinema do Tarantino é repetitivo,sempre é mesma coisa nunca se renova .. esse filme e horrivel Django Livre não merecem serem chamados de obra prima e agora ele vai fazer um filme sobre o assassinato de Sharon Tate sendo que já existem 3 filmes sobre esse tragico assassinato deste bela atriz de Hollywood .. o que é ! é o rei das bombas de Hollywood ,não vai fazer á menor falta se ele para de dirigir esse filmecos ,Morricone esse sim é um mestre das trilhas sonoras ,mas Taranta não é tem mil diretores melhor que ele,até os já se foram dão um pau nele .

    Resposta
  • 22/01/2016 em 16:39
    Permalink

    Mais um filmaço de Tarantino. A música de Morricone é excelente … Não há o que se falar sobre o filme, somente assistir mais essa obra prima do cineasta!

    Resposta

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