4.5
(2)

Spring (2014) (1)

Primavera
Original:Spring
Ano:2014•País:EUA
Direção:Justin Benson, Aaron Moorhead
Roteiro:Justin Benson
Produção:Justin Benson, David Clarke Lawson Jr., Aaron Moorhead
Elenco:Lou Taylor Pucci, Nadia Hilker, Vanessa Bednar, Shane Brady, Vinny Curran, Augie Duke, Jeremy Gardner, Holly Hawkins

Paixões que acontecem de repente, do tipo “garoto encontra garota“, são temas recorrentes do cinema… Que digam as adaptações dos livros de Nicholas Sparks… Mas este turbilhão de emoções (e de clichês) sempre ficou confinado aos romances rasteiros e previsíveis que são lançados por aí todos os anos. Quando os diretores Justin Benson e Aaron Moorhead (do segmento Bonestorm de V/H/S Viral) decidiram colocar seu twist de limão, acrescentando pitadas de horror ao seu novo filme, nasceu um doce monstrinho híbrido, chamado Primavera.

Tudo começa com Evan (Lou Taylor Pucci, A Morte do Demônio 2013), um jovem que definitivamente acordou com os dois pés esquerdos… Sua querida mãe morreu após uma exaustiva batalha contra o câncer, se envolveu em uma briga com um membro de gangue e perdeu o emprego na mesma semana. Com pouca esperança para o futuro com este cenário, ele decide pegar usar suas economias e a herança da mãe para largar tudo e viajar para a Itália.

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Sua nova condição de mochileiro se resume a entrar em festas, beber e viver como um nômade como os outros turistas, mas em sua última parada é arrebatado pela enigmática Loise (Nadia Hilker, A Série Divergente: Convergente).

Compelido a ficar e investir neste relacionamento, ele percebe que a princípio ela não parece emocionalmente conectada às suas investidas e que a coisa é meramente carnal, contudo a medida que Evan parece cada vez mais certo de que Loise é a mulher com quem quer passar o resto dos seus dias, mal ele sabe que estes dias podem ser abruptamente abreviados.

Acontece que ela guarda um grave segredo: de tempos em tempos ela se transforma em um ser mítico e violento, colocando em perigo quem estiver por perto. Este amor pode partir o coração de Evan em pedaços… Literalmente.

Em primeiro lugar, não crie falsas expectativas: Ainda que tenha seus momentos de violência, Primavera não é seu “slash and splash” de cada dia. Diferente de A Volta dos Mortos Vivos 3, por exemplo, os elementos fantásticos são bem menos importantes do que a história do casal. Primavera se destaca por tratar as mutações de Louise não somente como uma face de horror, mas como uma condição existente que é responsável pela maior parte dos conflitos envolvendo esta ligação afetiva. A bem da verdade, durante a produção, de tão desimportantes para a história, as origens de Louise são apenas especuladas e não fazem a menor falta.

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Esta naturalidade com que os personagens encaram o mistério do futuro da relação – ela pelo medo da série de consequências psicológicas ao se envolver com Evan, ele pelo perigo que corre pela própria condição física de Louise – é um fio condutor de grande valor, apoiado pela química do elenco e pelo compasso perfeito dado pelos diretores.

Em último caso, Justin e Aaron querem apresentar que entrar em um romance implica em correr riscos, esta entrega pode significar uma pequena morte – significa compartilhar o que se tem de melhor e de pior e abrir mão da própria vida em nome de outra pessoa. Não saber identificar se este calafrio é causado pelo medo ou pela paixão é a graça do filme, que demonstra de maneira sublime que em cada paixão existe terror e vice-versa, afinal, não foi Nietzsche quem disse há sempre um pouco de loucura no amor?

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A doçura com poucos exageros pode afastar os fãs de horror mais hardcore, mas se estiver de mente aberta ou quiser um filme mais acessível para apresentar ao seu(sua) companheiro(a) que não é muito afim ao gênero e gostou da trilogia Antes do Amanhecer/do Pôr-do-Sol/da Meia-noite de Richard Linklater, Primavera é uma excelente pedida.

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