V/H/S: Viral (2014)

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VHS Viral (2014)

VHS: Viral
Original:VHS: Viral
Ano:2014•País:EUA
Direção:Justin Benson, Gregg Bishop, Aaron Moorhead, Marcel Sarmiento, Nacho Vigalondo
Roteiro:Justin Benson, Gregg Bishop, Todd Lincoln, Aaron Moorhead, Marcel Sarmiento, Nacho Vigalondo, David White, T.J. Cimfel
Produção:Gary Binkow, Gregg Bishop, Theo Brooks, Tova Dann, Adam Hendricks, Nahikari Ipiña, John H. Lang, David Clarke Lawson Jr., Todd Lincoln, Brad Miska
Elenco:Emmy Argo, Emilia Ares Zoryan, Justin Welborn, Amanda Baker, Rim Basma, Gregg Bishop, Nick Blanco, Shane Brady, Dan Caudill, Stephen Caudill, Greyson Chadwick

Lançado em 2012, V/H/S foi uma antologia de baixo orçamento do gênero found footage que resgatava alguns medos clássicos dos anos 80 para os dias modernos. Conseguiu fazer barulho suficiente para ganhar uma continuação e, agora, com V/H/S: Viral conclui a trilogia com novas histórias, se mostrando cada vez mais longe da fonte (há muito pouca ligação com o VHS do título) e cada vez mais digital e contemporânea.

A ideia de Viral é interessante, trabalha com o conceito de que todo mundo pode – e deseja – ser uma webcelebridade, ao apontar sua câmera para fazer um vídeo e ganhar a internet com seus milhões de views. São quatro contos, sendo um que permeia o filme todo, este primeiro chamado Vicious Circles e dirigido por Marcel Sarmiento (Deadgirl). Trata-se de um experimento de surrealismo, repleto de estática, cortes abruptos e barulhos, onde um grupo de pessoas transmite ao vivo uma perseguição policial a um carro de sorvetes enquanto um rapaz procura pela namorada subitamente desaparecida. Se o segmento não faz o menor sentido até o final e também não serve como ligação para as outras três histórias, pelo menos o diretor consegue dois méritos: a cena isolada mais arrepiante do filme inteiro (tem a ver com pés descalços e asfalto) e é o único que tem alguma coisa a ver com VHS.

VHS Viral (2014) (2)

O segundo, mais descontraído, Dante the Great, é dirigido por Gregg Bishop (Dance of the Dead). Em ritmo de documentário, conta a ascensão e queda de Dante (Justin Welborn, Premonição 4), um mágico medíocre cuja carreira ganha outras proporções quando compra uma capa que supostamente pertenceu a Harry Houdini e agora ele consegue fazer bolas de fogo, levitar e teletransportar pessoas. O sucesso vem com um preço, a capa se alimenta de carne humana! Embora não seja assustador, e por vezes seja até bobo de assistir, a história é boa e rende momentos de excelentes efeitos especiais, mal aparentando o baixo orçamento.

Em seguida temos meu favorito, Parallel Monsters, dirigido por Nacho Vigalondo (Crimes Temporais) onde um inventor caseiro chamado Alfonso (Gustavo Salmeron) está filmando um experimento após criar um portal para uma dimensão paralela que é idêntica a nossa, apenas espelhada. Do outro lado encontra o Alfonso paralelo e decidem trocar de lugar por apenas 15 minutos, tempo suficiente para perceber que o outro lado não é tão amigável quanto parece. Ao usar do tempo para incorporar elementos de suspense e tensão frame a frame, Vigalondo presta uma franca homenagem ao estilo visceral de David Cronenberg, com inteligência e a atmosfera perfeita. Fãs de Fringe também vão gostar bastante.

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E, por fim, o mais fraquinho, Bonestorm, dirigido pela dupla Justin Benson e Aaron Moorhead, (Resolution) que segue um trio de skatistas e seu câmera que viajam para Tijuana no México e terminar as filmagens de um vídeo de skate em um velho leito de rio cheio de pinturas estranhas. Quando eles passam a ser perseguidos por um culto de morte e lentamente percebem o perigo que correm, a única opção é correr sobre quatro rodinhas… Este segmento já aposta na agressividade, no humor negro, na energia de cortes rápidos, grandes ângulos e velocidade, o que funciona até certo ponto, mas a falta de história estica demais as opções tornando uma repetição de cenas que o pouco carismático elenco mal consegue sustentar.

VHS Viral

Como podem perceber os tons de cada segmento são bem diferentes entre si e, por esta falta de consistência, seriam necessárias quatro análises em separado, mas no geral existem pontos positivos já que algumas histórias procuram modificar um pouco as armadilhas do found footage para oferecer liberdade aos seus criadores. Todavia a simplicidade e pontos de repreensão para além do baixo orçamento dão a impressão de que faltou alguma coisa. Ou seja, V/H/S: Viral demonstra ser aquele exemplo de obra mal cozida, com momentos de genialidade afetados pela preguiça ou pela pressa, que com um pouco mais de esmero poderia ser um clássico cult.

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

8 thoughts on “V/H/S: Viral (2014)

  • 13/04/2023 em 13:06
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    O segmento do universo paralelo é o único que presta. o resto é uma merda só.

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  • 19/01/2015 em 02:35
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    O segundo tinha segmentos interessantíssimos (fantasmas/zumbis/possuídos/aliens) e se tornou o meu filme favorito do gênero no ano em que foi lançado. A parte 3 me decepcionou demais, tinha expectativas altas e foram todas destruídas. Parallel monsters foi o único segmento razoável e, ainda assim, mal desenvolvido.

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  • 17/01/2015 em 21:32
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    Francamente desde a segunda parte começou a decair. Se tornou apelativo e pornô perdendo totalmente o foco e colocando cenas de humor toscas!!!

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  • 15/01/2015 em 23:43
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    Realmente, os dois primeiros filmes investiram em histórias criativas e com enredos muito bem feitos, misturando suspense e terror… Agora este aqui deixou a desejar, onde na minha opinião apenas a história das dimensões paralelas se salvou com seu enredo interessante. Mas ainda assim acho que o filme poderia ter sido mais caprichado, parece que foi feito as pressas…

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  • 13/01/2015 em 18:45
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    Juntamente com Cabin Fever 3, esse V/H/S/ Viral foi um dos piores filmes que assisti em 2014. Muito ruim. Tem uma cena ou outra realmente boa, mas não é o suficiente para salvar o filme do fracasso. Os dois primeiros são ótimos, alguns dos melhores filmes do gênero de todos os tempos. Já este aqui, é uma porcaria. Uma decepção, realmente.

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  • 12/01/2015 em 21:23
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    Essa 3ª parte foi uma decepção total!!! Tão legal as histórias dos 2 primeiros aí vem essa porcaria de viral que de viral num tem nada!!!

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  • 12/01/2015 em 15:44
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    Eu achei essa parte três uma grande decepção, depois do segundo filme( que é meu preferido) eu esperava pelo menos uma obra a altura,mas oque eu acabo vendo é uma grande bobagem.Possui até uns elementos que possam ser levados em consideração mas nada que salve de uma avaliação ruim.
    Ps: Vocês perceberam que tem várias cenas no trailer redband que não dão as caras no filme como exemplo, um monstro e essa mulheres da imagem do texto.

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    • 12/01/2015 em 20:20
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      Houve um quinto segmento que foi totalmente removido na edição final de VHS Viral, acho provável que estas cenas que só tem no redband sejam deste corte. Abs!

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