A Passagem
Original:Stay
Ano:2005•País:EUA Direção:Marc Forster Roteiro:David Benioff Produção:Eric Kopeloff, Tom Lassally, Arnon Milchan Elenco:Ewan McGregor, Naomi Watts, Ryan Gosling, Kate Burton, Elizabeth Reaser, Bob Hoskins, Janeane Garofalo, BD Wong, John Tormey, José Ramón Rosario |
Alguns filmes não conseguem ser qualificados simplesmente como produções boas ou ruins, pois a forma como são realizados impede os mesmos de receberem essas simples classificações. Tais obras costumam pertencer a uma categoria cinematográfica especial e que chamam a atenção por resultarem em trabalhos oníricos e sensoriais, ou seja, filmes para serem sentidos. No lugar de uma história com narrativa convencional e direta, tais projetos são concebidos para provocarem sensações em quem os assistir, sejam positivas ou não e mesmo dentro de uma história que pareça não ter muito sentido.
Fruto de um interessante e bem trabalhado roteiro, o filme A Passagem (Stay, 2005), lançado em DVD no Brasil, se enquadra perfeitamente nas características acima.
Na trama, conhecemos o bem sucedido psicólogo Sam Foster (Ewan McGregor), que um dia recebe no seu consultório um jovem paciente chamado Henry (Ryan Gosling). Fechado e monossilábico, o estranho rapaz parece distante e sem interesse no encontro, mas ao deixar o local, informa ao médico que vai cometer suicídio dentro de três dias, levando então o psiquiatra a estudar o caso do paciente na intenção de impedi-lo de cometer tal ato. Nas sessões seguintes, Henry permanece distante, mas também começa a fazer estranhas profecias que logo se realizam.
O enredo de A Passagem se concentra nas tentativas desesperadas de Sam para impedir que seu paciente se mate. Investigando a vida do rapaz, o psiquiatra começa a descobrir um estranho passado, envolvendo assassinatos e decepções amorosas que parecem ter ligações com a atual decisão de cometer suicídio de Henry. Enquanto tenta investigar outros dados, o médico começa a se ver dentro de uma realidade misteriosa, onde acontecimentos do passado, presente e futuro se entrelaçam de forma a criar uma série de eventos, que parecem fugir da compreensão humana.
Longe da narrativa direta, o filme joga o espectador em um mundo semelhante ao qual o personagem de Ewan McGregor procura as respostas para os mistérios envolvendo o seu estranho paciente. Sonhos são misturados com realidade e nem todas as perguntas vão ter respostas dentro da trama.
Isso é algo negativo? Não, pois, como dito antes, A Passagem é um filme feito com objetivo muito mais de ser sentido por quem o assista. E nesse quesito, a produção foi feliz, pois consegue apresentar ao telespectador sequências bem produzidas que mesclam, na dosagem ideal, medo com drama dentro de um bom trabalho de metalinguagem e narrativa da história.
Mas um importante aviso deve ser dado: se você for fã de filmes de suspense tradicionais com um assassino mascarado que sai matando todo o elenco ao melhor estilo Pânico (Scream, 1996), provavelmente não vai gostar de A Passagem, que além de ter uma narrativa lenta, também possui uma história no mínimo confusa e um final bastante inconcluso. Além do mais, diferente da maioria das produções de suspense, mesmo as inteligentes como Jogos Mortais (Saw, 2004), em A Passagem não existe um assassino misterioso, o que já pode deixar alguns fãs sem interesse na história. Sangue? Quase nenhuma gota. Correria? Muito pouca. A essência do filme está na sua história e na forma como ela é conduzida.
O interessante roteiro de David Benioff cria uma trama obscura que parece cada vez mais longe de uma compreensão referente aos acontecimentos do filme. A direção de Marc Forster (do também onírico Em Busca da Terra do Nunca, 2004) foi extremamente feliz por ter conseguido pegar o bom roteiro que tinha em mãos e transformá-lo no conjunto de imagens e cenas que dão vida ao filme. Talvez outros diretores não tivessem conseguido captar a essência da história, o que poderia prejudicar o seu resultado como um todo, o que não foi o caso. Outro fator que merece destaque é a interessante forma como o filme foi editado, com algumas cenas semelhantes a trabalhos realizados em vídeos clipes musicais, o que foge totalmente do tradicional formato que 99% das produções cinematográficas usam. Com cortes bruscos e sobreposições de imagens, fica realmente difícil saber o que é real do que é imaginação.
O elenco do filme também está muito bem em seus papéis com destaque para o sempre bom Ewan McGregor (o Obi Wan da segunda trilogia Star Wars) como o psicólogo que tenta ajudar seu paciente. As mudanças de comportamento e a degradação psicológica do personagem próximo do final do filme são frutos de um bom trabalho do ator. Já o paciente que quer se matar ganhou vida pelo ator Ryan Gosling (Cálculo Mortal, 2002), que soube desenvolver um personagem que consegue cativar pena e loucura na dosagem exata. Faz parte ainda do elenco principal a atriz Naomi Watts (King Kong, 2005), como uma mulher que, no passado, havia tentado suicídio.
A dica que deve ser dada para quem for assistir ao filme é basicamente uma: deixe-se levar pela trama. A Passagem não vai ser o filme que vai mudar sua vida, mas, com certeza, será uma interessante experiência em uma produção não-convencional, que possui um bom roteiro e que merece destaque pela ousadia como foi realizado. Mesmo que você não entenda tudo, não tem importância, pois A Passagem funciona melhor ao provocar do que ao explicar.
Dificil encontrar um texto com a explicação desse filme. Eu vou ter que rever, pois entendi que são oa minutos finais do cara, mas não entendi porque tudo começa com ele deitado no chão e quem acorda é o psicólogo. Eu dormi em uma parte do filme, mas impossível não lembrar de David Lynch ao assistir, ainda mais com a atuação de Naomi Wats
Este filme mudou a minha vida…
Respondeu várias questões sobre o que acontece “depois” que a gente morre.
“Inferno/purgatório”… “Reencarnação”…
Tudo isso está no filme. Fora que eu entendia essas coisas exatamente como vi no filme, o que explica até alguma conexão como um inconsciente coletivo , já que pouco havia lido ou assistido algo tão parecido com o que acredito.
Ruim de achar textos discutindo sobre o filme… mas valeu a crítica
[COMENTÁRIO COM SPOILERS]
Acho que você não entendeu o filme… Não tem nada a ver com pós-morte, mas com PRE-morte. O filme é apenas o cara viajando e agonizando nos minutos finais da sua vida…
**** SPOILLER ****
TERMINOU O FILME E EU NAO ENTENDI. MAS ACHEI UMA CRÍTICA QUE EXPLICOU QUE O FILME INTEIRO SAO OS MOMENTOS PRE MORTE DO ATOR PRINCIPAL.
É COMO SE FOSSE A IMAGINAÇÃO DELE NAQUELES MINUTOS ANTES DELE MORRER NO CHAO DA PONTE