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Hush (2016) (3)

Hush - A Morte Ouve
Original:Hush
Ano:2016•País:EUA
Direção:Mike Flanagan
Roteiro:Mike Flanagan e Kate Siegel
Produção:Sarah Curtis, Julia Stannard, David M. Thompson
Elenco:Kate Siegel, John Gallagher Jr., Samanthan Sloyan, Michael Trucco e Emma Graves

Algumas das melhores ideias para filmes de suspense e terror podem surgir em conversas cotidianas. Este foi o caso de Hush – A Morte Ouve (2016), cujo enredo principal nasceu após uma conversa durante o jantar entre Mike Flanagan e Kate Siegel. Casados, os dois discutiram sobre como seria um filme no qual um psicopata decidisse invadir a casa de uma mulher que mora só em uma área isolada. Nada demais neste enredo se não fosse o fato da mulher em questão ser surda e muda.

A conversa entre Flanagan, que é diretor, e Siegel, que é atriz, aconteceu em 2014. Os dois escreveram o roteiro e em 2016 Hush foi lançado com críticas positivas e um elogio feito pelo escritor Stephen King. Nada mal para um filme que tinha tudo para ser uma grande combinação de clichês.

Em português, Hush significa silêncio. Assim é a vida da personagem Maddie (Siegel) desde que perdeu a audição e a capacidade de falar aos 13 anos. Ela mora sozinha em uma casa isolada e passa seus dias tentando escrever seu segundo romance, se aventurando na cozinha e conversando em libras com a vizinha Sarah (Samanthan Sloyan).

Hush (2016) (1)

Durante a noite, um estranho mascarado (John Gallagher Jr.) chega armado até a casa de Maddie e deixa claro que vai matá-la. O personagem de Gallagher vai logo eliminar as possibilidades de comunicação de Maddie com o mundo exterior ao roubar o telefone dela e cortar a energia, o que impede que a escritora possa usar o computador para pedir ajuda. Ao mesmo tempo o estranho homem fura os quatro pneus do carro de Maddie. Estão colocadas as peças para o jogo começar entre os dois personagens. De um lado o estranho vai tentar entrar na casa enquanto Maddie precisa não apenas impedi-lo como tentar fugir do lugar. Nem que para isso ela precise também matá-lo.

Gravado em apenas 18 dias, e com boa parte do filme sem nenhum diálogo, Hush consegue um bom resultado através deste jogo entre apenas os dois protagonistas. Aqui existe uma questão de sobrevivência por ambas as partes, visto que Maddie vai demonstrar que não vai simplesmente esperar que o estranho entre na sua casa. Vão haver algumas tentativas de fugas e o silêncio acaba sendo um grande aliado do filme para deixar seu público tenso ao aguardar o desenrolar da trama.

Hush (2016) (2)

A inspiração vem claramente de filmes sobre personagens que são ameaçadores sem que saibamos o real motivo de estarem agindo como estão. Aqui a referência mais direta talvez seja o francês Eles (2006) no qual um casal é vítima de uma invasão de desconhecidos. Sem direto a entender o que está acontecendo, a ação atropela personagens e público e Hush segue esta fórmula.

Crédito do diretor e roteirista Flanagan. Responsável pelo também interessante O Espelho, de 2013, Flanagan não tem pressa em apresentar sua trama e ao mesmo tempo brinca com as limitações da sua personagem principal para criar momentos de tensão. Siegel está ótima como a surda e muda Maddie e consegue tirar bastante proveito da concepção da sua personagem. Longe de ser uma personagem passiva mas também sem ser uma super mulher, Maddie faz o público torcer por ela já que o roteiro brinca bastante com as possibilidades de finais.

Hush (2016)

Outro ator que merece destaque na produção é Gallagher, de Rua Cloverfield, 10, que faz um homem realmente ameaçador apenas pela forma de encarar Maddie. E diferente do trailer, no qual ele aparece sempre com máscara, no filme ele logo remove-a e passa o restante do filme de cara limpa.

Recentemente Hush entrou na grade de programação do Netflix, o que significa uma forma simples para o público brasileiro ter acesso ao filme, que infelizmente não foi lançado no cinema por aqui. A dica para conseguir uma imersão ainda maior no filme é apagar as luzes e tentar deixar o seu ambiente o mais silencioso possível. Não é um filme que vai deixar você com medo de dormir, mas com certeza ele vai provocar tensão durante os seus 81 minutos, os quais 70 são sem nenhuma fala.

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11 Comentários

  1. Nada de novo, do meio para o final quase dormi, bem clichê principalmente o final, totalmente “supercine”, mais clichê que casamento em final de novela.

    1. Me parece um pouco inspirado no When A Stranger Calls

  2. Risível. Do início ao fim… Spolier?! Não farei. Mas de terror não tem nada… Hummm, a trilha sonora vale o tempo desperdiçado

  3. Um bom suspense mas meio previsível. Lá pelas tantas do filme fica meio sem sentido a brincadeira de gato e rato do psicopata.
    Mas de qq forma é um filme de suspense que foge dos padrões atuais de filmes “muito susto, pouco roteiro”.

  4. Fraco e com um psicopata tão lerdo que não dá pra ter medo, a gente só fica esperando o momento em que ele vai se atrapalhar e tropeçar nas próprias pernas.

  5. Filme muito bom e realmente cheio de tensão. Impossível não se importar com a protagonista. Me lembrou bastante os filmes do cinema francês, como você já havia citado, o Eles. Consequentemente também remete ao Os estranhos,

  6. ”Maddie faz o público torcer por ela já que o roteiro brinca bastante com as possibilidades de finais.”
    nossa, sim. eu e meus amigos gritamos na sala assistindo a parte que ela ta no telhado e corre pra dentro de casa de novo pela janela. filme mt bom mesmo.

  7. Um filme bom para os padrões de 2016, digo bom, não excelente. A protagonista é muito cativante e dificil não se importar com ela. O vilão para mim peca e muito (apesar de ser algo diferente do usual). No restante é um bom roteiro e boas atuações. Quem gosta de um suspense é uma boa pedida, mas o filme não é nada além de suspense, se procurar Terror/horror fique longe.

  8. Muito legal o filme tem uma atmosfera intrigante que prende o telespectador. Fora que o psicopata é lindo!

  9. De vez em quando surge um hype em cima de um filme e não se justifica. Hush não passa de um suspense mediano, com uma boa protagonista e um “vilão” risível. A tensão foi forte no começo, mas depois que ele disse (spoiler) “não vou te matar agora” e começou a andar ao redor da casa pra “assustar” a moça, deu pra perceber que ela iria conseguir vencê-lo, só por ser minimamente inteligente (o que ele não era). A protagonista merecia um roteiro bem melhor.

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