As Criaturas Atrás das Paredes
Original:The People Under the Stairs
Ano:1991•País:EUA Direção:Wes Craven Roteiro:Wes Craven Produção:Stuart M. Besser, Marianne Maddalena Elenco:Brandon Quintin Adams, Everett McGill, Wendy Robie, A.J. Langer, Ving Rhames, Sean Whalen, Bill Cobbs, Kelly Jo Minter, Conni Marie Brazelton |
Não, não há criaturas. E elas também não estão atrás das paredes. No máximo, umas pessoas pálidas e mudas, aprisionadas em um porão. Esse título obviamente se deve à necessidade do gênero em apresentar algo de terror no nome e também pela carreira do diretor, já reconhecido como Mestre do estilo devido a um currículo repleto de filmes sangrentos e assustadores. Wes Craven já havia feito boas coisas para o cinema como Aniversário Macabro (72), Quadrilha de Sádicos (77), A Hora do Pesadelo (84) e, o mais título mais sensacionalista, A Maldição dos Mortos-Vivos (1988), e qualquer material que envolvesse seu nome era passível de ser atraente. Provavelmente, “Pessoas Sob as Escadas” não fizesse jus a sua filmografia, mesmo que a capa trouxesse uma caveira em referência a uma casa, e a ótima tagline original: “Em toda vizinhança há uma casa, sobre a qual os adultos cochicham e as crianças atravessam a rua para evitá-la. Agora, Wes Craven, criador de A Hora do Pesadelo, leva você para dentro dela…”
A lembrança sobre o clássico A Hora do Pesadelo se deve a dois fatores: sempre foi o título mais popular do diretor; e Craven já começava a mostrar uma certa irregularidade no currículo. Alternando bons filmes e produções fracas como A Maldição de Samantha (86) e Shocker – 100.000 Volts de Terror (89), um enredo original do cineasta já era motivo de desconfiança. E a alternância continuaria com os seguintes O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger (94) e Um Vampiro no Brooklyn (95) até o lançamento de Pânico (96). As Criaturas Atrás das Paredes poderia se enquadrar como mediano na observação de sua filmografia; não ocupando lugar de destaque positiva ou negativamente.
O enredo, desenvolvido pelo próprio diretor, foi influenciado por uma notícia que Wes Craven leu na época sobre assaltantes que teriam invadido uma residência e foram observados por vizinhos, que chamaram a polícia. Ao procurarem vestígios dos bandidos nos sons que ouviram na parte de baixo da casa, os policiais encontraram os filhos do casal residente, mantidos presos num local sem possibilidade de sair. Craven, então, imaginou como poderiam ser retratadas física e psicologicamente essas crianças enclausuradas, sem nunca tomar sol ou banho, e contato exterior, transformando a ideia em um longa de horror.
A premissa é basicamente a mesma. Preocupados com uma possível desocupação por parte dos donos, incluindo os alertas de despejo pelo atraso do aluguel, o pequeno Poindexter (Brandon Quintin Adams, de O Fantasma da Máquina, 1993), conhecido como Bobo pelo apelido dado pela irmã Ruby (Kelly Jo Minter, de Os Garotos Perdidos, 1987) em homenagem à carta do baralho de Tarô, é cativado pelo vizinho Leroy (Ving Rhames, de Pulp Fiction: Tempo de Violência, 1994) e seu parceiro Spenser (Jeremy Roberts, de O Máskara, 1994) a invadir a mansão dos proprietários devido às lendas sobre o local esconder moedas de ouro.
Vestido como escoteiro, Bobo tenta uma aproximação, mas é barrado pela desconfiada dona (Wendy Robie, da série Twin Peaks). Spenser, ao se disfarçar como funcionário do gás, até consegue uma passagem para o interior, porém desaparece sem deixar rastros. Leroy e Bobo aguardam a saída dos moradores e finalmente invadem o local, tendo que enfrentar logo na entrada o raivoso cão de guarda. Sons na parede e alguns estranhos movimentos deixam evidente que a casa não está completamente desocupada, e que há mais pessoas habitando ali.
Há a jovem Alice (A.J. Langer, de Arcade – A Realidade Mortal, 1993), vestida como uma boneca, e a companhia da única pessoa que anda realmente por trás das paredes: Barata (o talentoso e esquisito Sean Whalen, de mais de 100 filmes). Com o retorno dos “pais” – a mulher estranha sempre chamada de “mamãe” e o “papai” (Everett McGill, o reverendo Lowe, de A Hora do Lobisomem, 1985) -, Bobo e Leroy precisam encontrar um meio de sair dali, escapar dos ataques violentos do cachorro e tentar evitar as “criaturas“, aprisionadas no porão e alimentadas com carne humana.
Como de costume nas obras do diretor, o longa também tem sua dose de humor negro, e personagens ricos, no cuidado especial com o desenvolvimento do garoto Bobo. Sua pobreza evidente até mesmo em suas vestimentas ou na própria fala (“Essa casa poderia ser ocupada por várias famílias“) e a preocupação com a mãe, que sofre de câncer, além do carinho que sente pelo avô Booker (o experiente Bill Cobbs), constroem de maneira significativa o carisma de seu personagem. Ele sempre tem boas ideias e a simplicidade necessária para transformá-lo em herói.
Já as tais “criaturas” são representadas pela palidez e feridas da pele, e as unhas longas, vítimas da situação a qual se encontram. O casal residente, na verdade irmãos em uma relação incestuosa, estão em busca de um filho perfeito. Cada jovem que se aproximava da casa era sequestrado para fazer parte da família, porém ao falar, pensar ou ouvir o Mal acabava sendo mutilado e mantido no porão. O único que conseguira fugir do ambiente ficou conhecido como Barata, mudo por ter tido a língua cortada.
Apesar da ideia interessante e da caracterização bem feita das personagens, As Criaturas Atrás das Paredes não alcança o status de clássico por alguns furos no roteiro (como eles conseguiram tantos meninos aprisionados por tanto tempo, sem nenhuma investigação, sendo que Booker conhecia bem o que acontecia ali?) e pelo tom de conto de fadas, que afasta a produção de um horror absoluto. Também atrapalham algumas conveniências do roteiro, como a arma que dispara centenas de vezes e os buracos nas paredes que conseguem não ser percebidos pela polícia.
Falhas que incomodam, mas não comprometem a diversão. As Criaturas Atrás das Paredes pode ser recomendado aos fãs do diretor, de casas malditas e de filmes de mistério e claustrofobia, mesmo que não honre a filmografia de Wes Craven, com opções mais interessantes nos anos iniciais.
casal de irmãos incestuosos escondem seus filhos deficientes em cômodos embaixo das escadas
Que filmeco ruim!!! Uma grande bosta!!
Assisti essa madrugada e simplesmente ameeeeeei. Já quero de novo.
Assistindo agora. Tem mais de dez anos que já tinha baixado. Com essa quarentena tô desatrasando tudo….
Sabe onde ainda tem ou poderia upar o teu em algum lugar, colega…?
Estou procurando em português feito uma louca, e não acho em lugar nenhum!
Pelo amor de Wes!
Assistiu AONDE, colega… Estou procurando em português e não acho em lugar nenhum! Pelo amor de Wes!
Esse filme é bem legal, apesar de não considerar como terror ele tem lá seus momentos. Me lembra um pouco daqueles filmes de aventura com um pouco de suspense, e tem seu tom de humor negro também. E os dois vilões que mais tarde veriamos em twin peaks? Duas figuras malucas que revelam um segredo bizarro no final. Já assisti algumas vezes e recomendo.
Sabe onde encontro, colega…?
Estou procurando em português feito uma louca, e não acho em lugar nenhum!
Pelo amor de Wes!
Eu tenho esse arquivo dublado!
Discordo.
Pra mim é o único filme de Wes Craven que me faz ver é rever várias vezes. Tem outros “bons” dele. Mas esse é o clássico.
Como não assisti esse filme antes? rsrs Não considero terror, mas por ter o tom de humor negro e suspense, me prendeu a atenção até o fim. Vi que muitos comentam dos personagens, que também gostei, mas me chamou a atenção também a casa que parecia um labirinto. Recomendo!
Assisti esse filme quando criança, há uns 15 anos atrás, sempre quis revê-lo, mas não tinha nenhuma pista do título e diretor, wes craven. A minha surpresa foi quando vi no netflix. Ah, filmes anos 90… que saudades. Eu gostei do filme, embora não possa ser levado à sério, não é objetivo. Uma curiosidade, o guri teve participações no Maluco do Pedaço.
Gostei bastante desse filme. Tem seus furos, mas à ideia é bem original, boas doses de humor negro e uma temática pesadíssima de violência infantil. Mescla bastante cenas “infantis” com cenas bem violentas. As motivações do personagem principal fazem você se apegar a ele de uma maneira como há muito tempo não fazia. Ótimo filme, recomendadíssimo!
Adorei o filme, bem bom, me prendeu a atenção do inicio ao fim.
Nao acreditei quando soube que o filme era do Wes Craven (apesar de já ter assistido algumas bombas feitas por ele), Simplesmente lamentável! Uma tremenda bomba, se cortarem algumas cenas, tipo o que a Globo faz com muitos filmes, poderia ser considerado um “esqueceram de mim para adultos protagonizado por um garoto negro”. Acredito, inclusive, que o Wes estivesse assistindo o Esqueceram de Mim com alguma criança e estava com a noticia na cabeça sobre os pais que prendiam as crianças no porão e resolveu mesclar a noticia com um filme e saiu isso. Inacreditável, detestavel, quem puder evite de assistir. Não é comédia e não é terror, tao pouco um terrir…detestável
Não é tão ruim assim não …bom pra quem está começando no universo do gênero.tem coisa infinitamente pior e mais nova sendo lançada toda semana.