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Fear the Walking Dead (2016) – 2×13: Date of Death

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Fear the Walking Dead: Monster
Original:Fear the Walking Dead: Monster
Ano:2016•País:EUA
Direção:Uta Briesewitz
Roteiro:Kate Erickson
Produção:Pablo Cruz, Avram 'Butch' Kaplan, Alan Page, Arturo Sampson
Elenco:Kim Dickens, Cliff Curtis, Frank Dillane, Alycia Debnam-Carey, Colman Domingo, Mercedes Mason, Lorenzo James Henrie, Karen Bethzabe, Kelly Blatz, Israel Broussard, Raul Casso, Schuyler Fisk, David Grant Wright

Parecia uma novela mexicana!” Aqueles que criticam a série The Walking Dead pelo excesso de diálogos, reflexões e conflitos pessoais, ao invés de mostrar os sobreviventes matando e fugindo de zumbis o tempo todo, terão motivos para odiar ainda mais o spin off Fear the Walking Dead, nesse décimo terceiro episódio. Primeiro porque os zumbis nem sequer deram as caras – isto é, nem serviram para segundo plano -, depois pela narrativa arrastada, verborrágica e filosófica. Contudo, mesmo com a lentidão e melodramas, arrisco dizer que este foi um dos melhores episódios da série!

Como assim? Foi muito chato, só lágrimas e brigas!” Somente um enredo bem orquestrado consegue trazer para um episódio de série de TV debates sobre a mudança de caráter, papel do pai na educação dos filhos e ainda metáfora sobre a imigração. A cena inicial, com a câmera mostrando os pés de um grupo se aproximando dos portões do hotel – como se fossem zumbis – já evidencia bastante disso. Depois que acidentalmente as luzes do hotel se acenderam e mostraram que existem pessoas normais ali, um bando de “retirantes” viu no local uma possibilidade de buscar abrigo. Queriam entrar a todo custo, sendo impedidos pelo comando da americana Madison (Kim Dickens) e sua filha Alicia (Alycia Debnam-Carey). “Não podemos deixá-los entrar.” Entre os rostos sofridos de uma população que busca melhores oportunidades naquele ambiente aparentemente mais adequado para se viver, Madison reconheceu a tristeza escancarada de Travis (Cliff Curtis).

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Tenso, o pai de Chris parece decepcionado pela falha de suas intenções de salvar o filho. A narrativa retorna ao momento em que o garoto matou o fazendeiro, não demonstrando qualquer sinal de remorso. Travis tenta recuperar a humanidade de Chris, buscando o nome e informações sobre o morto, e ainda tem que se preocupar com os ferimentos de um dos rapazes, baleado na perna, e que parece não ser tão importante para os demais. Quando surge a sugestão de aliviar o sofrimento dele – atitude exagerada, uma vez que a ferida foi apenas na perna -, Travis o carrega até o celeiro e estabelece uma vigília pela sobrevivência do rapaz.

O episódio não avança muito além disso. Além de trazer a separação de pai e filho, com o grupo migrando para os EUA, ainda levou a Madison confessar algo sobre a morte do pai de Alicia e Nick: não foi um acidente de carro, mas um ato de suicídio de um homem que não conseguia vencer seus demônios pessoais. Somente um episódio dramaticamente intenso poderia permitir reflexões sobre a educação dos jovens, muitas vezes atraídos pelos colegas da mesma idade e que veem os pais como “caretas“, “antiquados“. “O mundo é assim, agora.“, diz Chris, representando boa parte da adolescência, e justificando sua frieza como um retrato de uma sociedade onde somente a sobrevida importa.

Restando dois episódios para o fim da temporada, Fear the Walking Dead realmente melhorou bastante. Roteiros mais bem construídos, cenários mais adequados, personagens mais interessantes e até com mais acertos na caracterização dos mortos-vivos. É uma pena, repito, que isso tenha acontecido depois que muitas pessoas desistiram da série, aguardando apenas a estreia da oficial. Date of Death, dirigido pelo estreante na produção Christoph Schrewe (de Mr.Robot), representa bem essa fase, mesmo que muitos vão apenas considerá-lo como mais um episódio sem ação, sem zumbis e apenas enrolação.

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