Fear the Walking Dead (2016) – 2×09: Los Muertos
Fear the Walking Dead: Monster
Original:Fear the Walking Dead: Monster
Ano:2016•País:EUA Direção:Daniel Sackheim Roteiro:Kate Barnow Produção:Pablo Cruz, Avram 'Butch' Kaplan, Alan Page, Arturo Sampson Elenco:Kim Dickens, Cliff Curtis, Frank Dillane, Alycia Debnam-Carey, Colman Domingo, Mercedes Mason, Lorenzo James Henrie, Rubén Blades, Arturo del Puerto, David Warshofsky, Catherine Dent, Jeremiah Clayton, Aria Lyric Leabu, Jake Austin Walker, Michelle Ang, Brendan Meyer, Marlene Forte, Danay Garcia |
No final de Grotesque, oitavo episódio da segunda temporada de Fear the Walking Dead, Nick (Frank Dillane) havia se estabelecido numa comunidade mexicana, sob o comando de Luciana (Danay Garcia) e do farmacêutico – médico improvisado – Alejandro (Paul Calderon). Parecia que o capítulo seguinte o abandonaria para mostrar outros personagens da série, mas, curiosamente, o roteiro de Alan Page surpreende ao dar continuidade aos acontecimentos, apresentando mais detalhes do local, principalmente suas regras sinistras como a de sacrificar um membro, entregando-o aos mortos, sob o olhar lacrimoso da filha.
Com a desculpa de que a infecção seria inevitável e apostando na fé, Alejandro surge como um interessante personagem, capaz de mexer com as estruturas da mitologia de The Walking Dead: aparentemente, ele fora mordido por um zumbi, mas sua crença não permitiu o contágio! E o ato final, com seu assustador discurso sobre morrer e retornar – provavelmente apostando em uma espécie de ressurreição, sem possibilidade de se transformar -, foi extremamente curioso e inovador, principalmente para uma série que, até então, apenas reciclou alguns acontecimentos do produto oficial.
E Los Muertos foi adiante. Acompanhamos a jornada de Madison (Kim Dickens), Strand (Colman Domingo), Ofelia (Mercedes Mason) e Alicia (Alycia Debnam-Carey) até a embarcação Abigail, somente para descobrir que ele não está mais ancorada na praia. Acreditando que nunca mais verá Nick e Travis (Cliff Curtis), Madison inicia um declínio psicológico que, possivelmente, poderá levá-la a um incômodo com Alicia e uma aproximação de Strand, conforme foi imaginado no início da temporada. Em busca de abrigo pela costa, eles decidem rumar para o norte – Tihuana fica ao norte do México, lembre-se – e se abrigar num luxuoso hotel.
Enquanto Madison e Strand se afogam em tequila pelas perdas recentes, na péssima interpretação de Colman Domingo, Alicia e Ofelia passeiam pelos andares em busca de suprimentos. Nesse passeio, descobrem que os quartos foram identificados por cores para mostrar quais possuem zumbis e os que estão desocupados. Depois de encontrarem um suicida no chuveiro, com o olhar invejoso – isso mesmo! – de Ofelia, elas entram num quarto desocupado na busca por um banho quente. Quando Alicia sai do chuveiro, acontece um dos melhores momentos da série, rivalizando com outras sequências de The Walking Dead como a marcha dos mortos: os zumbis aprisionados nos quartos começam a se jogar pela sacada de seus apartamentos em uma maneira desesperada de encontrar alimento. A “chuva de mortos” é bem realizada, assim como o momento claustrofóbico quando eles cercam Madison e Strand, no bar, e Alicia, nos corredores, sem saber o destino de Ofelia. Teria ela mostrado o caminho para os zumbis? Ou teve o mesmo destino do suicida?
Los Muertos, dirigido por Deborah Chow, foi o ponto alto da temporada e da série, com um cliffhanger bem mais eficiente do que o episódio do incêndio na comunidade de Celia. Teve alguns momentos desnecessários como a bebedeira de Madison e Strand, e perdeu um pouco de força na busca de Nick e Luciana por suprimentos entre homens perigosos, principalmente pelo modo artificial como o conflito foi resolvido. Apesar dessas falhas, o episódio trouxe uma energia que faltava para a série, mostrando que está havendo um melhor cuidado no desenvolvimento de seu conteúdo. No próximo, Travis estará de volta!