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Inferno
Original:Jigoku
Ano:1960•País:Japão
Direção:Nobuo Nakagawa
Roteiro:Nobuo Nakagawa, Ichirô Miyagawa
Produção:Mitsugu Ôkura
Elenco:Shigeru Amachi, Utako Mitsuya, Yôichi Numata, Hiroshi Hayashi, Jun Ôtomo

O Inferno existe? Como representar este “lugar” destinado aos pecadores? Quais suas regras e normas? É possível fugir do inferno? Pessoas inocentes podem ser enviadas para lá por engano? O cinema de terror tem no inferno uma série de possibilidades a serem trabalhadas onde é possível ir desde os labirintos imaginados por Cliver Baker, em Hellraiser, até o inferno gelado concebido por José Mojica Marins, em Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver.

Menos conhecido pelo público brasileiro, e lançado em 1960, o filme japonês Inferno fez uma interessante contribuição para o tema. A produção, dirigida por Nobuo Nakagawa, acompanha o drama do jovem Shiro, que se envolve uma série de incidentes que acabam por vitimar pessoas próximas a ele. Tudo começa quando Shiro está pegando uma carona com um misterioso colega de faculdade chamado Tamura. Em uma rua deserta, o carro com os rapazes atropela um homem bêbado. Shiro quer ajudar a vítima, mas Tamura se nega e foge do local do acidente alegando que o atropelado estava bêbado e não merece atenção. Este episódio inicia um ciclo sem fim de eventos trágicos envolvendo assassinatos, acidentes fatais e suicídios.

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O filme segue de forma lenta acompanhando as consequências das ações, muitas vezes involuntárias, de Shiro. Tudo de modo a trabalhar com um pensamento nipônico de ação e consequência. Das duas horas de duração, Nakagawa leva cerca de 90 minutos acompanhando o infortúnio que se tornou a vida de Shiro. Tudo uma bela desculpa para que o filme possa presentear o público com sua meia hora final em um inferno onírico, monocromático e bastante angustiante.

A concepção do Inferno tem ligação com a própria questão religiosa no Japão. Assim, o filme apresenta os Oito Grandes Infernos. Cada uma destas camadas possui um tipo de inferno para diferentes tipos de pecados. Aliás, esta meia hora final é sem dúvida o ponto de maior destaque do filme.

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Como um dos personagem, passamos a conhecer este estranho lugar. As questões simbólicas estão em cada frame deste mundo subterrâneo. Lá os recém chegados são recepcionados pelo Rei Enma, senhor dos Oito Infernos. Trata-se do juiz dos pecados e responsável por sentenciar as pessoas que chegam ao inferno. Além disso, o tempo da mentira ficou para trás e fica claro o motivo real de cada um daqueles personagens estarem no inferno.

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O mundo subterrâneo aqui foi concebido de maneira gráfica. Ao ser visto hoje, por um público frequentador de salas multiplex, Inferno provavelmente provocará tédio e gargalhadas. Mas lançado em 1960, o filme teve justamente no seu aspecto visual um dos seus pontos de destaque. E que ainda hoje continua com um forte trabalho de qualidade. Para o público certo, Inferno é como um bom vinho e fica melhor a medida em que o tempo passa.

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2 Comentários

  1. Filme e Religião não se mistura cansa enjoa e as vezes deixa a pessoa entediada embora a historia é bacana no momento que o filme d]fica só naquilo fica um abacaxi!!!

    1. Tenho de concordar um tanto com o outro comentário, a ideia da maldita culpa contamina demais o terceiro ato do filme(que, paradoxalmente, é a melhor parte, muito perturbadora).

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