Sexta-feira 13 – Parte 5: Um Novo Começo (1985)

4.2
(9)

Sexta-Feira 13 - Parte 5 (1985)

Sexta-Feira 13 - Parte 5: Um Novo Começo
Original:Friday the 13th: A New Beginning
Ano:1985•País:EUA
Direção:Danny Steinmann
Roteiro:Martin Kitrosser, David Cohen, Danny Steinmann
Produção:Timothy Silver
Elenco:Melanie Kinnaman, John Shepherd, Shavar Ross, Richard Young, Marco St. John, Juliette Cummins, Carol Locatell, Dominick Brascia, Richard Lineback, Corey Feldman

Quem sobrevive aos ataques de Jason Voorhees só tem um destino certo: a loucura. Foi o que aconteceu com Tommy Jarvis, o garoto que mutilou Jason no final da quarta parte. O assassino está morto realmente. Seus restos mortais foram enterrados num cemitério em Crystal Lake, enquanto o garoto passa a ser atormentado por visões cada vez mais realistas que mostram Jason o ameaçando de morte.

Na introdução, não temos mais um resumo dos minutos finais do filme anterior, mas um pesadelo de Tommy Jarvis (ou seria uma premonição?) onde ele (ainda criança, interpretado por Corey Feldman) presencia dois rapazes desenterrando o corpo de Jason (que está com máscara e facão a tiracolo) até serem assassinados brutalmente. Quando está prestes a ser atacado, Tommy acorda, mais velho (agora, interpretado por John Shepherd), sendo levado para um instituto para doentes mentais e adolescentes perturbados.

O tal instituto é uma fazenda onde o tratamento consiste em preparar os pacientes para o retorno ao mundo real. Não é um hospital, não possui grades, nem guardas. Calado, Tommy tenta se adaptar ao local e a conviver com o bando de delinquentes que se encontram ali e que seguem o estereótipo dos personagens que já apareceram antes na série: o gordo estranho, os jovens que só transam, os rebeldes e metidos a engraçados, os esquisitos e até mesmo um garoto, que está lá apenas para visitar o avô.

Logo no começo, o gordo leva umas violentas machadadas nas costas por um louco que cortava lenha, o que gera a fúria do pai do garoto, o paramédico Roy, mas isso, você só descobrirá no final, quando um policial vier contar os motivos do assassino.

Sim, Jason não é o assassino da vez. Quem mata aqui é o tal Roy, que, por incrível que pareça, apresenta até o momento o melhor movimento para Jason em toda a franquia. Ele não corre e não está ágil como os “Jason” dos quatro filmes anteriores. Sente dor, sangra e caminha lentamente ao estilo Michael Myers. Infelizmente, essa é a única qualidade de Sexta-Feira 13 – Parte V – Um Novo Começo.

Na tentativa de dar um novo rumo à série, abriram vários buracos no roteiro. O principal deles é o motivo do assassino. Roy não mata o louco que assassinou seu filho, mas, sim, todas as criaturas que atravessam seu caminho. Se a intenção era vingar a morte do jovem – que ele nunca reconheceu como filho -, por que não matou o louco que cometeu o crime? Por que vingar-se do mundo, se o maior responsável pela deficiência do rapaz é exatamente sua negligência? O gordinho, pouco antes de morrer, deixou claro sua intenção única de chamar a atenção…

Vários personagens são assassinados sem influência alguma com a história. Há um casal de namorados (uma garçonete e um bobão) que recebem violentas machadadas, mas que nunca haviam aparecido antes; os rapazes que param na estrada para consertar o carro… Sem contar a mãe e o filho motoqueiro que morrem por nenhuma razão, apenas para mostrar mais sangue.

Apesar do alto número de vítimas, o filme não é tão violento assim. As mortes se repetem a todo momento: há várias investidas no estômago, gargantas cortadas, cabeça decepada, rosto esmagado…porém sem os efeitos necessários para impressionar – Savini estava bastante ocupado. As duas mortes mais interessantes: a do rapaz que tem o crânio esmagado por um cinto numa árvore; e outro que morre com um sinalizador na boca.

E mais uma vez temos um corpo atirado pela janela. Vão contando: é a quarta vez que isso acontece. Fica claro a intenção dos produtores: queriam deixar o público pensando que Tommy estaria por trás dos assassinatos. Claro que não. Ele está ali para salvar o filme e aparecer na última cena como o provável novo assassino da franquia – ideia abandonada no filme seguinte.

Sem referência ou informação nova à mitologia da franquia, o filme não agrada realmente. Serve apenas para uma distração passageira e para constar na série, sem empolgação, sem enredo, sem grandes atores, sem Jason…

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Média da classificação 4.2 / 5. Número de votos: 9

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

7 thoughts on “Sexta-feira 13 – Parte 5: Um Novo Começo (1985)

  • 24/09/2023 em 08:40
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    Sexta – feira 13 parte 5, um novo começo e um bom fime, com cenas violentas e sangrentas. Para mim os melhores são as partes 1, 2, 3 e 4, que são as melhores da série na minha opinião. A partir da parte 6, começa a ficar muito fraco, porque o terror é o suspense realista das partes 1, 2, 3, 4, 5 e deixado de lado. Da parte 6 em diante os filmes se tornam fantasiosos com histórias cada vez mais fracas e infantilizadas, que não colocam medo nem em crianças. Sexta – feira 13 parte 5, e o último filme da série em que o terror, o suspense, a violência e tom realista da história permanecem. Da parte 6 em diante é só fantasia, com histórias e cenas incapazes de colocarem medo ou impressionar.

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  • 21/12/2022 em 17:09
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    O filme é fraco, porém a cena de perseguição fica boa, assim como a fotografia. Pior do que isso são os erros colossais de ortografia. O analfabetismo textual de alguns “textos” acima escritos são muito pior do que o filme!

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  • 01/04/2021 em 13:10
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    Fã é fã. Concordo que há algumas coisas absurdas na franquia, como ele ir à NY, e virar uma criança e no filme seguinte, estar vivo e movido por uma espécie de demônio, até ser enviado ao espaço e ser regenerado com material de uma nave espacial. Tudo normal.

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  • 26/01/2021 em 01:40
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    A maioria dos atores são péssimos, principalmente o Tommy, esse é disparado o pior…Pam, a personagem principal também é bem ruim, assim como o menino Reggie, são sofríveis, o que dá pra salvar nesse filme são algumas mortes e algumas cenas de perseguição, nada além disso.

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  • 29/03/2020 em 02:22
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    Ele não corre e não está ágil como os “Jason” dos quatro filmes anteriores. Sente dor, sangra e caminha lentamente ao estilo Michael Myers. Infelizmente, essa é a única qualidade de Sexta-Feira 13 – Parte V – Um Novo Começo.

    Eu tenho que discordar o Jason apanhou pra caramba no terceiro filme

    – teve uma estante derrubada com tudo pra cima dele
    – Foi esfaqueado na mão e na perna
    – levou pancada por um pedaço de tronco
    – teve as mãos presas na janela da van
    – levou pancada dada por uma pá
    – enforcado
    – finalmente foi morto por uma machadada

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    • 04/07/2021 em 17:03
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      CARA VC NÃO SABE DE NADA NA SÓ NO FINAL DO FILME NA PARTE 3 QUE SÓ SOBRA UMA MULHER A MULHER SABE SE DEFENDER CARA ELA NÃO VAI DEIXAR ELE MATAR ELA SO PQ SÓ ELA QUE VATEU NO JASON NÃO OS OUTROS

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  • 15/01/2017 em 11:19
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    Não acho essa sequência tão ruim, embora o elenco e o roteiro sejam sofríveis e a violência discreta. Por alguma razão desconhecida, simpatizo com esse filme…

    A morte do rapaz, que tem o crânio esmagado por um cinto numa árvore, é uma das minhas preferidas da franquia. O final é legal, pena não terem levado a ideia adiante…

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